O velho apparatchik João Vaccari Neto, preso em regime fechado desde abril
de 2015, não desperta temores nos altos
comandos petistas quanto a eventuais delações.
Como reza o velho dito jurídico, as
sentenças dos tribunais tendem a ser surpresas, e nesse sentido a comparação se
dilata no dito popular.
A decisão dos desembargadores do
tribunal de 2ª instância do Juiz Sérgio Moro surpreendeu a expectativa otimista
da cúpula do PT, em-balada pelas duas absolvições anteriores do tesoureiro
Vaccari, pois desta feita - e tal não é de bom augúrio para os vates petistas -
o ex-tesoureiro petista teve a pena aumentada de 10 anos de prisão em regime
fechado para 24 anos de reclusão pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF-4). Tampouco deve ser desconsiderado a circunstância de que é a
primeira vez que uma condenação do juiz Moro aplicada ao petista vem a ser
mantida na 2ª instância.
Agora, as condenações de Moro no
que concerne ao ex-Ministro José Dirceu
e, em especial, quanto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ganham acrescida pertinência. Bastará a confirmação desta última pelo
TRF - 4 para tornar inúteis as caravanas ora organizadas em torno do
ex-presidente.
Por outro lado, o desembargador Leandro Paulsen, que
havia absolvido Vaccari anteriormente, afirmou que no processo em tela há
declarações de delatores, de corréus e "especialmente, provas de
corroboração apontando, acima de qualquer dúvida razoável, no sentido de que
Vaccari é autor de crimes de corrupção especificamente descritos na inicial
acusatória."
Além do petista, os
desembargadores mantiveram as condenações e as penas do casal de marqueteiros e
do operador Zwi Skornicki. Santana e Mônica, condenados por lavagem de
dinheiro a oito anos e quatro meses de prisão cada. Skornicki, a quinze anos, 6
meses e 20 dias. Os três fizeram acordo de delação premiada e estão em regime
domiciliar.
( Fonte: O Estado de São Paulo )
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