Por vezes, não há outro jeito senão
intervir com energia contra o mal. Donald Trump
hoje é presidente porque Barack Obama, por mais de uma vez, preferiu não
colocar a força da Casa Branca ao lado do direito. É difícil saber por que não
o fez (não obstante a audácia dos russos). Fraqueza, ou algum secreto ânimo
contra alguém que, no passado, terçara armas com ele, e perto estivera de
tomar-lhe o lugar na disputa pela presidência.
Mas deixemos, como dizem os de fala
inglesa, o passado ser passado.
Voltemos, no entanto, ao presente.
Qualquer leitor de minha coluna, há de convir que não sou, nem nunca fui, partidário do presidente Donald
John Trump.
Mas não é isto que está em jogo. Nesse
ponto, concordo com ele que Tio Sam
deve cuidar de quem entra na sua casa. Abrir as portas tem um limite, que é e
sempre será o do bom senso.
O Presidente estadunidense tem o dever
de zelar pela própria casa. Se deve
fundamentar a liberdade de acesso à terra americana em válidas razões que tenham
a ver com a essência da mensagem dos Pais fundadores da Pátria de Washington, e
que as eventuais proibições têm de ser fundadas
no bom senso e na razão - o que elimina aquelas arrimadas no preconceito e nas
generalizações, como no caso de vedar o caminho a inocentes e menores de idade,
assim como a pessoas do mesmo Continente, que venham para o Colosso do Norte
para trabalhar, como se reflete no maravilhoso desempenho da subsecretária democrata de nome Sally Yates - que foi sumariamente demitida da Administração Trump por
negar-se a implementar as ordens xenófobas de Trump - e que um pouco mais tarde daria uma belíssima
lição em termos de democracia americana ao fascistóide Senador republicano pelo
Texas, Ted Cruz, que pensara, em audiência no Senado, que iria
tosquiá-la, e sairia de fininho pelas respostas que brotavam da Constituição
americana pela boca dessa mesma Sally Yates.[1]
O que significa o ultraje à vida
humana praticado em ciclovia próxima do local onde ficavam as Torres
Gêmeas? Mostra que quem o praticou -
assim como aqueles dois irmãos, ao ensejo da Maratona de Boston - agiram de
forma mais do que deplorável, pois cuspiram na terra de asilo e voltaram-se
contra inocentes.
Além disso, com toda a pretensa
panóplia do Estado Islâmico - que muito longe desses infelizes vai desmoronando
e rapidamente - essas execuções mecanizadas são tão covardes e inadmissíveis,
como todas as outras mortes causadas pelo ódio cego e o preconceito. Nem os americanos,
nem muito menos os pobres argentinos, têm algo a ver com esses ressentimentos e
a tal cínico preconceito que se serve de fanáticos - e é por isso que a
educação não os ensina a evitar esse caminho - para praticar misérias e
covardias.
Não sei se o rigor de Donald Trump - por mais
demagógico que seja - não teria algum efeito positivo sobre essa gente que
choraminga asilo no guichê das missões americanas para vir aos States e praticar uma vingança estúpida
e sem sentido.
Quero ver de dirigente do E.I. que
prefira o suicídio e o abraço das huris à dureza do cativeiro em
Guantanamo. Pois esses que se pensam
algozes do povo americano, ao praticar suas malvadezas levam de cambulhada turistas
argentinos que lá estavam pensando divertir-se e gozar dos encantos da Terra de
Tio Sam.
Por isso, começo a ter as minhas
dúvidas quanto à laxidão em matéria de vistos para quem se faz de bonzinho e lá
vai despejar o próprio insensato ódio contra gente como os pobres argentinos
que ao gastar as próprias economias para a viagem à meca do Turismo, pensavam
estar trocando o suor do próprio rosto por prazerosa estada na terra do conforto
e do consumismo.
Nisso, embora nunca esquecendo as
lições de Sally Yates, custa-me
dizê-lo, mas se tem de dar razão a quem a tem.
E infelizmente, como o ódio não constrói, seria bom que tais indivíduos
ficassem longe dos Estados Unidos, ou, no pior dos casos, passassem tempo a
meditar nos confortos das prisões de Guantánamo.
(Fontes: The New York Times, Sally Yates, O
Globo)
[1]
Caro leitor, sei que me repito. Mas certas assertivas carecem de ser repetidas,
para que afinal o Bem prevaleça.
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