quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Lamento, mas Trump tem razão!

                                                   

      Por vezes, não há outro jeito senão intervir com energia contra o mal.  Donald Trump hoje é presidente porque Barack Obama, por mais de uma vez, preferiu não colocar a força da Casa Branca ao lado do direito. É difícil saber por que não o fez (não obstante a audácia dos russos). Fraqueza, ou algum secreto ânimo contra alguém que, no passado, terçara armas com ele, e perto estivera de tomar-lhe o lugar na disputa pela presidência.
         Mas deixemos, como dizem os de fala inglesa, o passado ser passado.
        Voltemos, no entanto, ao presente. Qualquer leitor de minha coluna, há de convir que não sou,  nem nunca fui, partidário do presidente Donald John Trump.
         Mas não é isto que está em jogo. Nesse ponto, concordo com ele que Tio Sam deve cuidar de quem entra na sua casa. Abrir as portas tem um limite, que é e sempre será o do bom senso.

        O Presidente estadunidense tem o dever de zelar pela própria casa.  Se deve fundamentar a liberdade de acesso à terra americana em válidas razões que tenham a ver com a essência da mensagem dos Pais fundadores da Pátria de Washington, e que as eventuais proibições  têm de ser fundadas no bom senso e na razão - o que elimina aquelas arrimadas no preconceito e nas generalizações, como no caso de vedar o caminho a inocentes e menores de idade, assim como a pessoas do mesmo Continente, que venham para o Colosso do Norte para trabalhar, como se reflete no maravilhoso desempenho  da  subsecretária democrata de nome Sally Yates - que foi sumariamente demitida da Administração Trump por negar-se a implementar as ordens xenófobas de Trump -  e que um pouco mais tarde daria uma belíssima lição em termos de democracia americana ao fascistóide Senador republicano pelo Texas, Ted Cruz, que pensara, em audiência no Senado, que iria tosquiá-la, e sairia de fininho pelas respostas que brotavam da Constituição americana pela boca dessa mesma Sally Yates.[1]   

         O que significa o ultraje à vida humana praticado em  ciclovia próxima do local onde ficavam as Torres Gêmeas? Mostra que quem o praticou  - assim como aqueles dois irmãos, ao ensejo da Maratona de Boston - agiram de forma mais do que deplorável, pois cuspiram na terra de asilo e voltaram-se contra inocentes.

         Além disso, com toda a pretensa panóplia do Estado Islâmico - que muito longe desses infelizes vai desmoronando e rapidamente - essas execuções mecanizadas são tão covardes e inadmissíveis, como todas as outras mortes causadas pelo ódio cego e o preconceito. Nem os americanos, nem muito menos os pobres argentinos, têm algo a ver com esses ressentimentos e a tal cínico preconceito que se serve de fanáticos - e é por isso que a educação não os ensina a evitar esse caminho - para praticar misérias e covardias.

             Não sei se o rigor de Donald Trump - por mais demagógico que seja - não teria algum efeito positivo sobre essa gente que choraminga asilo no guichê das missões americanas para vir aos States e praticar uma vingança estúpida e sem sentido.
             Quero ver de dirigente do E.I. que prefira o suicídio e o abraço das huris à dureza do cativeiro em Guantanamo.  Pois esses que se pensam algozes do povo americano, ao praticar suas malvadezas levam de cambulhada turistas argentinos que lá estavam pensando divertir-se e gozar dos encantos da Terra de Tio Sam.

            Por isso, começo a ter as minhas dúvidas quanto à laxidão em matéria de vistos para quem se faz de bonzinho e lá vai despejar o próprio insensato ódio contra gente como os pobres argentinos que ao gastar as próprias economias para a viagem à meca do Turismo, pensavam estar trocando o suor do próprio rosto por prazerosa estada na terra do conforto e do consumismo.

             Nisso, embora nunca esquecendo as lições de Sally Yates, custa-me dizê-lo, mas se tem de dar razão a quem a tem.  E infelizmente, como o ódio não constrói, seria bom que tais indivíduos ficassem longe dos Estados Unidos, ou, no pior dos casos, passassem tempo a meditar nos confortos das prisões de Guantánamo.

(Fontes:  The New York Times, Sally Yates,  O  Globo)



[1] Caro leitor, sei que me repito. Mas certas assertivas carecem de ser repetidas, para que afinal o Bem prevaleça.

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