quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Previdência: é possível Lei sensata?

                     

        Mesmo sem ter os votos necessários para aprová-la, o Governo Temer resolveu endurecer o discurso.  Dada a contínua atitude do Congresso em não ver limites para novas concessões  na versão já considerada apropriada pelo Executivo,  este resolveu dar um basta.
         O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou a 29 do corrente que a dita reforma "está no osso" e que o governo não concorda com novas alterações.
          O recado se dirigia ao PSDB, a terceira maior bancada na Câmara.  Cálculos do governo apontam que as três mudanças sugeridas pelos tucanos, se atendidas,  levariam a uma redução adicional de R$ 109 bilhões na economia esperada em dez anos, segundo apurou o Estadão.
           A versão atual já reduziu a R$ 480 bilhões o impacto fiscal da reforma da Previdência em uma década, 60% da proposta original. Acatar os pedidos do PSDB resumiria a economia a menos da metade do esperado inicialmente, algo inaceitável para a equipe econômica.
  
         Ao fechar a porta para novas flexibilizações, a intenção do Governo  é costurar o apoio dos parlamentares em negociações de outros  temas, como os parcelamentos dos débitos tributários (Refis) para o setor rural e para pequenas e médias empresas. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o Secretário da Receita, Jorge Rachid, já se reuniram com o presidente Temer, para discutir essas medidas.
           A área econômica corre contra o tempo e trabalha para tentar colocar a reforma em votação na primeira semana de dezembro. Mas lideranças acham difícil que isso ocorra e já admitem uma dilatação no prazo. Um panorama mais concreto do placar de votos deve ser obtido até domingo,  quando Temer se reúne com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e lideranças partidárias. O prazo final para uma votação ainde este ano é 17 de dezembro.

         A percepção do governo é de que a nova versão da "Previdência" já afastou a "gritaria" maior ao retirar pontos que eram mais polêmicos entre as bancadas, como a aposentadoria rural e o BPC, pago a pessoas de baixa renda que sejam idosas ou com deficiência. O maior problema segue sendo político, diante do temor dos parlamentares em relação ao efeito que a votação pode ter em seus desempenhos nas eleições de 2018,
          Os tucanos defendem que os servidores que ingressarem em 2003 possam se aposentar com o último salário da carreira e reajustes iguais aos da ativa sem ter de cumprir as  idades mínimas de 62 anos (mulheres) e 65 (homens), como requer a versão atual da proposta. Depois do recado duro do governo, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli, distribuíu uma nota tentando pôr panos quentes. Ele disse que os pedidos não são exigências da bancada para votar a reforma e reafirmou o compromisso da legenda com a proposta.



( Fonte: O Estado de S. Paulo )   

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