quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Estamento militar pede moderação a Candidatos


                    

           A participação de militares nas polêmicas entre as campanhas de Bolsonaro e Haddad  conduziu a cúpula da área da defesa nacional a encarecer moderação nos dias finais  da corrida presidencial.

            Se as atenções se voltaram mais para Bolsonaro, pelo seu favoritismo no pleito, em termos das declarações irresponsáveis de Eduardo, filho de Bolsonaro, de que "um soldado e um cabo" poderiam fechar o Supremo Tribunal Federal,  em caso de contes-tação judicial da vitória de seu pai,  também sobrou para o PT ser alvo de alertas mili-tares. Tais reprimendas partiram do desconforto provocado  pela acusação feita pelo candidato Haddad de que o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), vice na chapa de Bolsonaro, teria sido um torturador.


( Fonte: Folha de S. Paulo )

domingo, 21 de outubro de 2018

O Erro de Cameron (III)


                                    

        Que o leitor se acalme, que não pretendo repetir intróitos sobre a responsabilidade do ex-Primeiro Ministro David Cameron sobre o anunciado desastre do Bréxit...
        Nos seus ínvios caminhos, a responsabilidade já está delineada. Ela é toda, ou quase, da medíocre Primeiro Ministra Theresa May, que busca refugiar-se em novos erros, como se eles fossem proteção bastante para os anteriores.
        Que na sua cega tentativa de auto-preservação, não se confunda como solução crível o arremedo de aliança da sucessora de Cameron com os protestantes do Partido Unionista Democrático (DUP), que reúne protestantes da Irlanda do Norte, e  que é, por ora, a irônica atual base de apoio da Primeiro Ministro, após a sua malograda tentativa de alargar a respectiva sustentação no Parlamento.
       Atrelar-se a esse partidinho é a chamada anti-solução, pois torna dependente a metrópole de pequeno partido protestante, que pouco tem a ver com as perspectivas abertas pela questão da permanência ou não na União Europeia do Reino Unido.
       A cinco meses da prevista saída do Reino Unido da União Europeia, cerca de meio milhão de britânicos marcharam neste sábado em Londres para pedir  novo referendo sobre o Brexit. Refletindo um consenso geral na população, os manifestantes procedem de todos os cantos da Inglaterra, trazidos  por cerca de 150 ônibus. Vieram para marchar através do centro da capital até a sede do Parlamento.
        Por uma mistura de motivos, toda essa gente afronta um obstáculo, que tem a ver muito com a insegurança da Primeiro Ministra. A May, malgrado a esmagadora vontade popular, garante que não convocará  uma segunda consulta enquanto estiver no poder. A esse respeito, semelha preferir a negociação com representantes de Bruxelas de acordo sobre o 'divórcio'.
          Provoca decerto perplexidade no Povo inglês esta teimosa recusa de Mrs. May.  Segundo um professor de ciências políticas da Universidade de Coventry faz muito sentido a realização de uma nova votação, que faria sentido, talvez demasiado sentido para o ego da Primeiro Ministro, eis que se trata de consulta sobre as implicações práticas do Brexit,  que se achavam ausentes do referendo de 2016.  Essa nova votação faria todo sentido, eis que ela se baseia no acrescido conhecimento pela população dessas implicações práticas.
           Trata-se de uma separação efetiva, a qual fora decidida antes, sem qualquer conhecimento da realidade prática.  É isto que faz titubear a população, diante da sensivel perda  de condições práticas de vida, a serem perdidas pela ideia de ir em frente, com que a Primeira Ministra concorda, mas não grande parte da população, que já principia a antever o que lhe custará o tal Brexit.
                É o conhecimento da verdade que faz grande parte da população ora titubear.  Quais essas condições de separação, que essa conjunção de línguas (Britain exits) disfarçara até agora ? Entre 29 de março de 2019 e 31 de dezembro de 2020, o Reino Unido já não faria mais parte dos países membros da União Européia, não mais participará de cúpula, e tampouco terá direito a voto e a poder algum de eventual interferência nos assuntos internos do bloco.
                   A despeito das eventuais diferenças entre bréxit suave e bréxit duro, elas não disfarçam a verdade para uma povoação que através dos jornais e dos demais meios de comunicação tem acrescido o seu poder de conhecimento dos benefícios que está abandonando. Que se apode de duro ou suave o Bréxit, ele não deixará de representar um corte radical em determinadas vantagens materiais, antes asseguradas, e  que doravante estariam fora do alcance da população.
                     Será que o prestígio da Primeira Ministra é tão relevante que justificar possa tal perda irremediável de vantagens materiais que o velho Mercado Comum assegurara à Albion, fosse ela pérfida ou não?  É recentíssimo o temor de que tais vantagens desapareçam, e será tudo pela atitude da May, que não quer perder prestígio, e por isso  prefere arriscar dificuldades materiais - como a falta presumível de bens e artigos no próximo Natal, e nos vindouros - tudo isso dispensado por uma vazia questão de prestígio, motivada por condições particulares impostas pelo pequeno partido unio-nista, que é o fiel da balança do passado erro da May, que arriscara uma eleição para tentar afirmar-se, eleição essa que a deixou dependente de um partideco da Irlanda protestante?  Será justo para a população inglesa ver-se sacrificada na fogueira das vaidades de Theresa May, através das imposições particularistas do partidinho irlandês, imposições essas que não teriam interesse algum para um partido do tamanho do Conservador, não fosse pelo equívoco e a hubris da atual Primeiro Ministro.
                           Com o presumível sacrifício, o povo inglês marcha até Londres para mostrar aos representantes do Poder que outra, diversa solução para a imprudência da aposta antiga no Brexit ora se impõe, pois essa questão  não trata apenas de efeitos de prestígio pessoal, mas sim do projeto comum da Unidade europeia e das inúmeras vantagens que adviriam para a população inglesa de, não só valer-se, senão igualmente manter o que pode ensejar o livre acesso aos meios de produção do mercado europeu, que complementa naturalmente os meios produzidos pelo parque britânico.
                             Atualmente, norte e sul da Ilha britânica convivem em integração estreita - não obstante terem moedas diversas - e a questão pendente diz respeito ao retorno ou não de uma fronteira física, no caso do desligamento do Reino Unido sem acordo de livre-comércio com Bruxelas.
                              Essa condição radical é rejeitada de uma parte pela União Europeia,  pelos irlandeses e pelo governo britânico, mas não é descartada pelo dito Partido Unionista Democrático (DUP), que reúne os protestantes da Irlanda do Norte, que participam, graças ao erro de presunção da May, na sua base de apoio no Parlamento de Westminster. A pequena legenda dispõe de mecanismo que lhe assegura, por pequena e pouco significante que seja, a condição de derrubar a Primeiro Ministro.
                                Como toda questão mal-conduzida, e implementada para atender ao interesse pessoal e à vaidade da Primeiro Ministro, ela poderia, não obstante, por mofina que seja, derrubá-la,  por um capricho da direção daquele pequeno partido, que parece insignificante, mas que não o é, pela sua vantagem acidental de conceder  à May a ambicionada maioria para governar no Parlamento.
                                   A estulta vaidade da Primeira Ministro, que convocara eleições gerais pensando obter  uma "autorização" própria do Povo inglês, que a afirmasse no primeiro time dos chefes políticos ingleses, lhe saíu deveras mal, e a "solução" que encontrou para remendar o bloco majoritário tinha esse vício redibitório que veio a colher, mesmo contra a vontade.

                                     Como aponta Elvire Fabry, pesquisadora, o retorno da fronteira na Irlanda tornou-se  a questão-chave do "divórcio", inclusive com implicações sobre o Acordo de Paz da Sexta-feira Santa, de 1998, que pôs fim à guerra civil entre católicos e protestantes na  Ilha. "Hoje, o menor retorno de controle da fronteira seria uma ameaça" diz a especialista.    
                                       Há outra grande questão em aberto que  é se haverá prolongação do  período de transição. Negociação está em curso  - que se estenderia até 2021 - mas o seu resultado ainda é incerto. 
                                        Talvez incrementada pela fraqueza da atual liderança britânica - se acham ainda sobre a mesa e nos próprios logradouros da Ilha - 'soluções' por vezes antitéticas. É de notar-se que há da parte da população britânica uma disposição maior para uma verdadeira solução da questão - que implicaria, como semelha evidente, que se afaste toda a parafernália reducionista e de rejeição à integração, em que o Povo inglês, pelo acrescido conhecimento da matéria e de suas implicações (de que ao ver ele pagaria o preço) se bate por solução mais radical da questão, com o restabelecimento na prática do statu quo ante. 

                                           Não é questão despicienda acrescentar - se tal não ficou claro pelo arrazoado acima - que uma grande dificuldade para um genuíno acordo, que varra os empecilhos hoje na mesa das negociações - seria  ou o afastamento da atual Primeiro Ministra (que é a causa mor da existência da crise),  ou o surgimento de uma nova situação, em que os arroubos do Brexit sejam trazidos ao que realmente são - uma fabricação da quebra da unidade no Continente. 

                                           Dessarte,  pela pressão popular, a Primeiro Ministro Theresa May se renderia à evidência, e renunciaria ao próprio egoismo, convencendo-se, afinal, de que um bom acordo como o atual, será sempre preferível à incerteza decorrente da respectiva indecisão. Vencida a questão maior, tenderia a desaparecer a dificuldade colocada  pela DUP, o pequeno partido irlandês que tem logrado fazer  depender, com a ajuda da May, uma grande solução comunitária de questiúnculas locais. 

                                          Por outro lado,  o eventual apoio do Partido Trabalhista (cujo líder  tem sido ambíguo no que tange ao Brexit), viria pela ordem das coisas - quando aquelas maiores superam os óbices particulares e locais -  como decorrência natural,   convencido (ou acaso afastado) o seu líder Jeremy Corbin.

                                        Como no caso da May,  a idiossincrasia pessoal e as agendas particulares  se renderiam ao interesse nacional inglês,  no que tange ao Brexit. 
        
                                           Com efeito,  afastada a indecisão de Theresa May, não restaria outra opção a Corbin senão a de aderir ao  que é  o interesse geral do Povo Inglês, não mais refutando-se a tomar  a tomar uma posição clara e insofismável  na matéria.  Para tanto contribuiria a própria suma conveniência de não agir contra tal matéria, cuja postergação ou  extremada oposição  só tenderá a enfraquecê-los politicamente. 


( Fontes:  O Estado de S. Paulo, The Independent )   

sábado, 20 de outubro de 2018

Rússia tenta interferir nas intermediárias


                  
       O  Departamento de Justiça  estadunidense anunciou nesta sexta ter acusado Elena Khusyaynova, russa de 44 anos, de conspirar para interferir  nas eleições intermediárias de novembro p.f.
        Este é o primeiro caso criminal de acusação contra estrangeiro por tentar interferir nas eleições de meio de mandato.
  
      A Khusyaynova foi formalmente acusada de conspirar para fraudar os Estados Unidos.

    De acordo com os promotores públicos, ela articulou para financiar o Projeto Lakhta, uma operação de influência estrangeira para disseminar a discórdia e a desinformação online.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Trump ameaça fechar fronteira


                              

        Donald Trump ameaça fechar a fronteira com o México se este país não impedir o fluxo  de pobres imigrantes vindos da América Central. Esta massa humana, tangida pela pobreza, entrou no México, dentro de seu manifesto propósito de forçar o próprio caminho aos Estados Unidos. Ela está formada por hondurenhos e guatemaltecos.

          Assustado com tal perspectiva, Trump assim se comunicou com o Presidente mexicano: "Devo pedir ao México que pare esse avanço e, se não o conseguir, vou chamar os militares e fechar nossa fronteira sul."

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Rixa diplomática entre Maduro e Moreno


                               

      O Equador expulsou a dezenove do corrente a embaixadora da Venezuela, Carol Delgado, por comentários ofensivos contra o Presidente Lenin Moreno, ditos pelo ministro das Comunicações e Informação da Venezuela, Jorge Rodriguez.

        Em entrevista coletiva na 4ª feira, Rodriguez disse que o presidente do Equador mentia sobre o número de imigrantes venezuelanos que chegavam ao país.

         O ministro de Nicolás Maduro se irritou por Moreno haver declarado que o Equador recebera um milhão de refugiados venezuelanos nos primeiros oito meses do ano: "Não consegui acreditar que pudesse ser tão mentiroso em uma tribuna como a das Nações Unidas."

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

O Povo inglês e o Brexit


                              
       Segundo mostra o Independent, a marcha do Povo Inglês indica generalizada insatisfação quanto  ao encaminhamento de questão, de que grande parte da população do Reino Unido não teve parte relevante na respectiva "decisão".
        Diante de líderes de bancada que perderam a noção quanto às implicações envolvidas a par das indecisões da Primeiro Ministro Theresa May que se defronta com questão que lhe parece estar muito acima da própria capacidade  - para não falar dos algaria- dos gêmeos Johnson, que pensam voltar no tempo, mandando à breca todos os líderes ingleses que remexeram céus e terras para que o Reino Unido não revertesse à antiga Inglaterra, senhora de império onde o sol não se punha, e detentora da supremacia dos mares, graças aos temíveis encouraçados dreadnoughts, é com reconforto que se lê pela internet dos jornais britânicos, que o Povo daquela Ilha está marchando e não quer permanecer como se fora gigantesco sinal de interrogação. Quer que as suas multitudinárias passeatas não se confundam com aquelas imensas concentrações que fotógrafos hoje anônimos gravaram para a história - que eles pensavam fosse aquela de Letras Maiúsculas - mas que na verdade restariam em notas de pé-de-página, como se toda aquela gente refletisse emoções que as câmeras não poderiam reproduzir.
         Passado tanto tempo, poder-se-ía pensar que aquela imensa mancha humana não fosse a expressão da angústia daquela massa de todas as gentes que temia pela vinda da guerra, e que transformada nas velhas fotos em emudecido borrão poderia ser lida, pelo ignaro olhar do futuro, como evidência de  emoções imprecisas, que poderia ser tão belicista (de volta, quando começarem a cair as folhas das árvores), quanto pacifista, em um voltem logo!, de retorno à velha rotina, na qual as pessoas trabalham, mas não morrem as mortes horríveis que as trincheiras da Grande Guerra iriam oferecer-lhes.    
          Segundo se depreende dessas demonstrações o povo inglês semelha cansado da irresponsabilidade de uns poucos que encaram a crise do Bréxit  como se fora mais uma oportunidade de poder do que um momento de tomar a posição certa, sem cair na armadilha das excitadas ambições de instrumentalização em próprio benefício.
           É por isso que o Povo inglês voltou a demonstrar em suas marchas a respectiva insatisfação com aqueles que vêem no  Bréxit mais do que uma solução, na verdade  um instrumento para aumentar o respectivo poder.
            Talvez o problema mais sério que impeça a implementação da separação entre U.E. e o Reino Unido, está na situação das duas Irlandas e a  respectiva fronteira. Há duas Irlandas, aquela membro da U.E. e a Irlanda do Norte, enclave protestante que é território britânico. As condições da separação tem sido obstaculizadas pelo partido Unionista, que integra a maioria de sustentação do gabinete conservador, e que passou a ter poder acrescido pela circunstância de assegurar a Theresa May a maioria indispensável para governar.
               É por isso que a União Europeia tem afirmado que não pode ficar refém de exigências que provêm da coalizão de May ( e que resultam aliás de sua tentativa de obter um respaldo maior do Parlamento, que não veio, e que a força a compor-se com o partidinho Unionista, que apesar dos números tem a posição de fiel da balança para o gabinete e, em consequência, um poder político acrescido de exigência).
                Ao cabo da última reunião de May com a Comunidade Européia, o presidente francês, Emmanuel Macron,  indicou que a paciência quanto ao impasse irlandês não tem muitas reservas: "Cabe ao Reino Unido encontrar e nos propor uma solução. Hoje não é mais um cenário técnico que pesa. Todos os cenários técnicos foram vistos e revistos. É a capacidade política britânica de encontrar um acordo apresentável. Ponto final. Não cabe à U.E. fazer concessões para tratar um tema de disputa interna da política britânica".  No mesmo sentido, se pronunciou a Chanceler alemã, Ângela Merkel.
                  Mais um ponto a contribuir para a indefinição de solução aceitável para a questão está no silêncio do líder trabalhista britânico, que é interpretado por muitos como velada  oposição de  Jeremy Corbyn  ao Brexit. Tal mutismo parece inaceitável tanto para boa parte da bancada trabalhista, quanto para o público que vota Labour.

( Fontes: The Independent,  O Estado de S. Paulo, Der Spiegel )

E.I. - 700 reféns na Síria ?


                    

       Vladimir Putin, em entrevista, declarou que o Exército Islâmico fez cerca de setecentos reféns em regiões da Síria controladas por forças apoiadas pelos EUA.
        Para o presidente russo, os jihadistas ameaçam executar dez pessoas por dia - o que já estaria sendo cumprido.  Ainda de acordo com Putin, o E.I. está expandindo o controle territorial na margem esquerda do Eufrates, região controlada por forças apoiadas pelos Estados Unidos.
        Consoante Putin: "Eles deram um ultimato, fizeram exigências específicas e advertiram que, se elas não forem cumpridas, executarão dez pessoas por dia".
         Ainda de acordo com o presidente russo, os jihadistas tinham executado dez reféns na terça-feira. Ainda segundo Putin "todos estão calados, como se não estivesse ocorrendo nada".
          Consoante a TASS, os militantes do chamado Estado Islâmico tomaram reféns na província de Deir es-Zor, após atacarem campo de refugiados em área controlada por forças apoiados pelos EUA.

           Em Washington, o Pentágono adota linha de informação diversa daquela do presidente russo.  "Apesar de confirmarmos que houve ataque contra um campo perto de Deir es-Zor, na semana passada, não temos informações que confirmem o grande número de reféns ao qual o Presidente Putin se reporta, e estamos céticos com relação à sua veracidade", disse Sean Robertson, porta-voz do Pentágono. "Tampouco dispomos de informação de que havia algum americano nesse campo."
            Há perguntas, no entanto, que carecem de ser respondidas. Como se encontra no Iraque, o Exército Islâmico ? Há apenas bolsões isolados, ou essa facção, valendo-se da desordem iraquiana e da falta de maior apoio dos E.U.A. estaria aos poucos revertendo a situação anterior, e recuperando terreno?
             Outro aspecto interessante diz respeito à Raqqa, a cidade siria que tinha virado capital do E.I. e de onde o "califa" al-baghdadi, do E.I. discursara do balcão de sua mesquita. As recentes palavras do Presidente Putin dizem que a Rússia deu um golpe "colossal" nos terroristas na Síria e "também mudou de forma radical a situação interna graças à intervenção no país".

             Segundo é possível presumir do noticiário, o chamado Exército Islâmico, cuja derrota fora declarada pelo Iraque e as forças estadunidenses, ainda mantém remanescentes na região em torno de Raqqa.  Apesar de "expulso" dessa cidade, ele continua aterrorizando os seus moradores, não obstante Raqqa haja sido conquistada há um ano por combatentes curdos e árabes das chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), com o apoio da coalizão internacional liderada por Washington.  Dentro dessa mesma linguagem ambígua, esse grupo - que já infestara boa parte do Oriente Próximo - agora mantém controle em algumas partes da Província de Der es-Zor, de onde monta incursões para tentar retomar antigos redutos.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O Erro de Cameron (II)


                              

         Quando um erro nacional se desprende de seu infeliz criador, não vá este pensar que breve lhe há de surgir o momento em que o pesadelo - por ele mesmo fabricado - se vá desvanecer na manhã seguinte, como sói acontecer com outros flagelos da noite em que o desgraçado, além de suar como um porco, se revira nos lençóis, perseguido por tantas ânsias e ignotos monstros.
            Pois como tentar negar que o pesadelo será sempre criatura da noite? Quando nela de repente se desata o fio da consciência, e a vítima se debate em angusto, sufocante, claustrofóbico poço, gélidas bagas de suor abundante lhe molham ao parecer os panos que o envolvem. E o frio que tão profundo sente,  ao nele enrolar-se e minaz enxarcar-lhe os lençóis, enquanto lhe parece surgir à volta colante criatura, a ponto de achar-se sufocado pelo que acredita, na noturna demência, como se fora um quase réptil,  que rasteja no transe de respiração descontrolada.
             A noite é tão companheira da enxerga do miserável, quanto do luxuoso leito de um ser, que por existenciais favores, se creia superior ao comum dos mortais. E quando cai de chofre, trazendo aos sedosos lençóis e à maciez do fino edredon a respiração opressa, que nele se largará como colante, tão fria quanto íntima companheira, de infeliz que se extrema em meio a temores insondáveis e os sobressaltos que lhe reserva sorte tão madrasta quanto o pesadelo que, dizem, se desprende das solitárias tumbas daqueles que dormem profundamente.    
              A consciência do erro, que solitária surge, não evitará que ao infeliz visite respiração ansiosa, extremada, da vítima de alguma cruel maldição. E a autoridade, que, de repente, os páramos confronta em vez da glória benfazeja, será ela acaso esquecida dos infelizes, que ao igual da alta personalidade - que viu cortada pela punição divina sorte que pensara fosse sua companheira de jornada - e a buscara nos olvidados terrenos baldios de loucos devaneios, que a Fortuna, deusa tão inconstante quanto pouco confiável, lhe vem depressa golpear, com a força e peso que os tolos castiga.
             Eis que, segundo a própria natureza, eles a provocam e incitam. Tanto a companheira da respiração opressa, quanto aquela da angústia, se confundem no espaço insone, que pesado recai sobre o infeliz, passageiro este sem volta de desastre por ele anunciado, rufando os tambores e sob o toque atrevido dos clarins, que hoje orquestra algum taumaturgo, e que no silêncio da alcova se transmuta em sons estranhos, filhos de noites sem lua, que investem contra os infelizes porventura ouvintes em estridente escárnio, que sobre o fracasso fabricam  grito de exausta fúria, pejado de um fundo deboche, que a tudo parece levar de roldão.
               Os soníferos já não fazem efeito. Malgrado tudo, as imagens noturnas continuam a picar-lhe, lancetá-lo com doestos, injúrias, gracejos e mofas. A ironia, que o confunde e menospreza, ele sente feri-lo com força. Mas será o doesto, que só ele escuta e entende, que fundo sente atingir-lhe a própria imagem, que a cada vez, como nas visitas nervosas de Dorian Gray ao próprio retrato, verá com a veracidade filha daquela realidade que o outro pensara ocultar.
2.            O que hoje existe  é a vitória da mediocridade, e do nostálgico regressismo, de uma parte,  e da tola ambição de um punhado de políticos de segunda ordem, que sem nada entender do fenômeno, e  do próprio erro de David Cameron,  correm para abocanhar o pedaço de carne que a displicência do Primeiro Ministro lhes jogou com agressiva e leviana falta de percepção dos interesses da velha Britannia.
                O que a realidade do presente nos mostra, confunde e machuca não só quem acredita no projeto da Comunidade Europeia, depois de tantas guerras intestinas, de tantas carnificinas, como a da Grande Guerra, que dizimou gerações, e preparou, com surpreendente zelo, o Segundo Ato do Armageddon, que seria a revanche da Alemanha, e que terminou em conflagração mundial, que dispensa maiores apresentações.
                   Ao cabo de tais guerras mundiais, além do mundo da chamada belle époque, e do império austríaco, que luzira durante séculos, houve o Holocausto com a insânia do nazismo, a que se seguiria no pós-guerra a criação das Nações Unidas - que sucedeu à Liga das Nações -, a descolonização e a formação do Mercado Comum, cujo núcleo inicial foi a comunidade do carvão e do aço, unindo pela forja da economia a Alemanha Ocidental, a França, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, a par da Itália.
                  O Reino Unido, a principio, não participou do processo europeu de formação do Mercado comum. Considerava-se grande potência, vencedora do nazismo, e pensava ter condições econômicas para enfrentar de igual para igual a Europa continental democrática.
                  Fundando-se em nostalgias dos séculos passados,  não tardaria muito em que Londres tentasse reverter o processo a que a principio desdenhara. Sem embargo, não contara com o crescimento do gaullismo, que superaria a IV República, que nem o grande Mendès-France pudera conter, e o general Charles de Gaulle, por conta da insurgência na Argélia, voltaria ao poder, e reconstituiria parte da ascendência francesa com a própria autoridade. 
                    O problema com o general é que por motivos políticos, ele se recusaria em suas famosas conferências de imprensa a admitir o Reino Unido, como parte da Comunidade Econômica Europeia.
              A elite política inglesa - seja, os trabalhistas, os conservadores e os liberais -  se convenceram de que precisava adentrar o organismo de Bruxelas, eis que os planos de uma associação dos países que tinham ficado de fora da CEE não tinham condição de abrir o mercado continental europeu para as indústrias inglesas.
                      Dessarte, somente depois da morte do General de Gaulle, no quarto final do século XX, o Reino Unido lograria entrar na CEE. Conservadores, Trabalhistas e mesmo Liberais se tornaram membros do Mercado Comum Europeu, com que se atendeu a velho sonho de estadistas de Sua Majestade.
                         É bem verdade que o saudosismo  do velho poder mundial do século XIX permanecia em alguns grupos nostálgicos da Inglaterra que detinha a maior frota do Planeta, e que  nos tempos da Rainha Vitória e de Eduardo VII tem a primazia nos mares.
                          A  Grande Guerra - que o estúpido belicismo do nazi-fascismo faria ser sucedida pela II Conflagração Mundial (com as consequências que bem conhecemos) - preparou o teatro europeu - após esfacelar o Império Austro-Húngaro - para a geral carnificina da Segunda Guerra Mundial.
                          Gritava aos céus, portanto, que o Velho Continente somente através da União alfandegária reuniria a força econômico-política necessária para vencer o desafio da nova Política mundial.
                           Sobrevive, contudo, na Inglaterra o orgulho imperial e o anelo de reviver a sua grandeza anterior, não através da Organização de Bruxelas, e sim pela tentativa de um vôo solo, em uma época na qual Britannia, se carregada de tradições, carece bastante do aporte de Middle-Europe.
                            É isso que explica o continuado esforço de um particularismo, dessa feita britânico, em  recuperar o poder de antanho, caminhando como dantes sozinha.
                            Esse sopitado desejo levaria Tony Blair a convocar e vencer um primeiro plebiscito, que pretendia restaurar a velha Inglaterra, e afastá-la da empresa européia de Bruxelas.
                              Por muito tempo, permaneceu dormente essa nostalgia - como se liberando-se do organismo de Bruxelas, o Reino Unido voltaria a ser o que era no século XIX...
                              Já dessa vez,  Blair mandou realizar o referendo como se houvesse razões bastante para justificar essa um tanto leviana brincadeira com forças retrógradas, sem maior peso na política de Westminster, mas que recorriam ao intento de trazer a grandeza imperial de volta. Por isso, o comprometimento de Tony Blair - pondo em risco a iniciativa da intelligentsia britânica - já me parece brincar com o desastre.
                             Apesar dos ataques que sofre,  Tony Blair vence mais essa  batalha. No entanto, a dúvida remanescente, ou melhor dizendo, o sentimento de culpa de parte do estamento inglês, levaria o seu distante sucessor  - e um político decerto sem o brilho deste seu antecessor - a cometer  erro histórico, ao abrir as portas da cidadela a um punhado de micro-partidos oportunistas, e a realizar, em pleno verão, mais um plebiscito sobre a saída da União Europeia. Abraçado pela velha geração, como deixar a Comunidade Europeia fosse uma atitude corajosa, que abriria não só as portas de Mammon, e da antiga opulência do Império..., esse plebiscito do Brexit (Britain exit)  reanimou a velhos aposentados e a antigos nostálgicos de Império em que o sol jamais se punha... Além da pobre deputada trabalhista, morta por um velho celerado,  essa consulta aos súditos de Sua Majestade, apresentou esquálida maioria pró-nostalgia.
                               Diante do fiasco por ele causado - e nesse momento não me esquece a sua pose altaneira a passar depressa pelas salas da direção da Comunidade Europeia, como se o andar estugado fosse para evitar qualquer contato maior com algum europeu... Dentre os grandes nomes entre MPs do Partido Conservador, do Labour e do Partido Liberal não me consta que tivessem tão pouco apreço ao contato com os seus irmãos europeus, como pude observar, na Tevê continental, aquela pressa, aquela aloofness[1] do sisudo Tory David Cameron, atravessando com passos largos as grandes salas do Organismo diretor de Bruxelas,  como quem deseja evitar qualquer contato com algum colega representante de outro país europeu no centro da governança da Comunidade Européia...
                               Não só para entender um assunto, e ainda mais uma questão de sumo  interesse de Sua Majestade Britânica, a falta de naturalidade e de, na verdade, proximidade com representantes não da potência britânica, mas de outros países europeus - e são muitos hoje os que compõem a C.E.-  não pode conduzir a essa aloofness, a que me reporto na nota de pé-de-página.
                               Não creio, por conseguinte, que o erro de David Cameron, erro que lhe valeu a perda da direção do gabinete de Sua Majestade, haja sido voluntário, se tivesse ele a intenção de afastar o Reino Unido da Comunidade Europeia. Sem embargo, tal erro, se não foi voluntário, terá sido algo do domínio do Dr Sigmund Freud.
                               O desconforto com a vitória do Brexit - com maioria bastante débil para determinar tal decisão com tais consequências  -  persiste, pois sobre ela paira a suspeita da falta de legitimidade. Em outras palavras,  um plebiscito feito às carreiras e aplicado em alguma semana do verão inglês, tratando de questão que foi objeto de lutas políticas memoráveis,  é aprovado com muito escassa sensação de legitimidade.
                                  Sem falar no lamentável erro de David Cameron - que lhe custou a direção do gabinete de Sua Majestade - os principais personagens do Brexit nos transmitem aquela velha dor no pescoço que Lord Altrincham sentia quando ouvia discursar a recém-coroada Rainha Elizabeth II...
                                Com efeito, os irmãos Johnson nos dão uma impressão de imatura ânsia de poder - ambos se dizem partidários do Brexit, embora Boris o mais conhecido deles tenha chegado a gabar-se de que poderia fazer tanto  documento favorável ao Bréxit quanto um contrário... Essa afirmação de causídico - que parece favorecer mais a retórica do próprio estilo, do que o que realmente está em jogo:  o Brexit corresponde ao interesse inglês?
                                   Por outro lado, a atmosfera de pouca seriedade é composta pela grande amiga de Donald Trump - Theresa May,  que se debate com os irmãos Johnson, seus opositores intrapartidários  na bancada dos Tories,  e que não semelha personagem que seja do porte da Thatcher.   
                                     Por isso, chega a ser contristadora a atitude dos ingleses - e mormente das donas de casa - que temerosas de ficarem sem comida, e de reeditarem  os negros tempos de seus antepassados recentes, quando da Blitz nazista sobre Londres - passaram a estocar comida.
                                      Essa atitude mostra a irresponsabilidade dos conservadores que desejam logo tornar efetiva a saída da Comunidade Européia.  Parecem, contudo, reeditar os tempos de seus avós e pais, quando a Blitz aérea germânica bombardeou  a Inglaterra. Nas condições precárias de então, as donas de casa inglesas trataram de montar estoques alimentícios em suas residências.
                                     Com a fraca Theresa May - que mais pensa manter-se na liderança do que criar condições para que o Reino Unido não fique desabastecido pelo insano capricho do Brexit  - o observador da antiga grande potência inglesa atravessa um período difícil se quiser determinar se a velha Inglaterra - pelo capricho do Brexit e a fraqueza de sua liderança - terá condições de implantar a fantasia do Brexit, ou se esta comédia de erros, determinada pela fraqueza da atual liderança - a par da ambiguidade do líder trabalhista que, mesmo contrariando boa parte dos deputados do Labour, parece preferir o silêncio da falta de comprometimento, a uma postura mais incisiva.
                                       A fraqueza - ou pelo menos o pendor ao não-engajamento - parece ser a tônica entre os líderes que se acredita pró-CEE.  Com líderes desse jaez, que acham mais prudente o silêncio do não-comprometimento, enquanto outros pensam trazer de volta, em passes de mágica retórica, a Velha Inglaterra em cujo Império o Sol jamais se punha.
                                        O que será interessante verificar será a atitude do Povo inglês e notadamente suas donas de casa, quando os seus sonhos nostálgicos de grandeza forem cortados por super-mercados com prateleiras vazias, e por outros problemas conexos de falta de estoque alimentício.
                                        Não sei se valerá a pena para Theresa May consultar Nicolás Maduro, o ditador venezuelano, para que lhe dê algumas dicas quando ao desabastecimento,  eis que esse senhor convive por alguns anos com a falta generalizada para o seu Povo de artigos comestíveis, y otras cositas más...
        


( Fontes: Manuel Bandeira, Oscar Wilde, The Independent, The New York Times, O Estado de S. Paulo )



[1] frieza, ar remoto; postura remota, de afastamento pessoal.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Desmatamento Zero ?


                              
         É interessante transcrever o que diz o Sr. Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista (UDR), cotado para assumir a pasta da Agricultura em  eventual governo Bolsonaro.
           "O País tem o Código Florestal, debatido por quase 20 anos, aprovado no Congresso e que vale para o país todo, inclusive para a Amazônia", afirmou o presidente da UDR.
            "Se um produtor rural qualquer comprar mil hectares de terra, não vai poder desmatar porque eles falam de desmatamento zero?"  questiona Nabhan.  E trata de logo responder: "Isso é um absurdo", diz. 
                A propósito do tema, o Código Florestal prevê que proprietários de terra no bioma têm de preservar 80% de florestas dentro de suas terras, na chamada Reserva Legal.
                 Na mesma tônica agressiva, o chefe da UDR afirma que "a base dos produtores rurais que está com Bolsonaro" não aceita intervenções do Acordo de Paris - esforço internacional assinado por 195  países em 2015 para conter o aquecimento do planeta. "Há interesses de outros países, de ONGs e interesses comerciais", assinala. "O que o Acordo de Paris nos oferece? Nada."
                   Segundo o dirigente, a UDR defende ainda que Bolsonaro, se eleito, tome medidas contra os cartéis e monopólios que lucram com as exportações de produtos agrícolas brasileiros neste tempo de dólar valorizado. "É preciso acabar com esses cartéis e monopólios, como Cargill, Bungue e Maggi.  E na área da carne, JBS, Marfrig e Minerva."
                     De acordo com Garcia, que diz falar pela UDR, enquanto se faz anúncios de safra recorde no País, "o produtor primário fica cada vez mais pobre". Segundo ele, com a desvalorização do real "o produtor primário não ganha nada; quem ganha sempre é o intermediador".  E completa: "Estamos à mercê dos grandes frigoríficos e de poucas empresas de exportadores de grãos."
                      Sem embargo, para um alto executivo do setor exportador do agro, qualquer atitude que acabe levando a uma redução da fiscalização ambiental ou à saída do Acordo de Paris vai ser um mau negócio para o próprio produtor. "É preciso convencer  Bolsonaro de que o trabalho fiscalizador do Ibama, embargando o desmatamento ilegal, e o Acordo de Paris ajudam os produtores rurais, não o contrário. Só não sabemos quem vai explicar  isso a ele" diz, pedindo não ser identificado.
                        O executivo em tela lembra que as metas com as quais o Brasil se comprometeu no Acordo de Paris se referem, sobretudo, ao cumprimento da legislação hoje existente. Pelo Código Florestal, já se pressupõe que não pode haver desmatamento ilegal no País. Para essa fonte, "cumprir o Acordo de Paris é cumprir a lei".  Em suma, "o País se propôs a fazer o que já vinha fazendo."
                        Por sua vez, para o diplomata  Rubens Ricupero, ex-ministro do Meio Ambiente e da Fazenda, e hoje diretor da Faap, as propostas de Bolsonaro podem promover uma alta do desmatamento e afetar o próprio agronegócio.
                        Assim complementa Ricupero o seu raciocínio: "Isso vai nos colocar em uma saia-justa enorme no mundo. Enchem a boca, como se apenas nós exportássemos soja, carne. Mas temos muitos concorrentes. A União Europeia já não tem boa vontade nenhuma em nos fazer concessões. Imagine em um governo que confirme seus piores temores. Seremos marginalizados. Vão dizer que é carne e soja produzida à base da destruição da Amazônia."
                         E o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, assim complementa: "É de interesse do produtor preservar. E a sustentabilidade é um fator diretamente ligado à competitividade. Hoje os consumidores do mundo inteiro querem saber como a coisa foi produzida. Para sermos competitivos, é preciso ter essa preocupação." 
                          Como seria de esperar, Rodrigues também critica a ideia de o País abandonar o Acordo de Paris. "O Brasil é muito grande, agricolamente falando, e do ponto de vista de contribuição ambiental que pode dar, para dizer que simplesmente não quer mais jogar esse jogo."
                            No que tange à indicação de nome para a pasta, além de Nabhan Garcia, acima referido, outros nomes estão sendo sondados, segundo se alvitra, para a pasta da Agricultura. Cotados para esse cargo a deputada Tereza Cristina (DEM-MS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) e até o atual Ministro da Agricultura  do presidente Michel Temer, em fim de mandato, Blairo Maggi.
                              Entretanto, o presidente da UDR, Nabhan Garcia, observa: "Isso tudo é especulação." No seu entender,  Bolsonaro deve indicar um técnico para esse ministério.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

Nuvens negras sobre o candidato Paes ?



                 A  sondagem do  IBOPE  contribui para mostrar, uma vez mais,  que  nem  sempre  o público dá a sua preferência ao candidato mais qualificado.

                  Vejam, por exemplo, quem tem por ora a maioria da população carioca para o pleito de Governador.

                    Dada a situação em que se encontra o Rio de Janeiro, entregue aos  bandidos e malfeitores, será que o homo novus  Wilson Witzel seria mesmo o melhor candidato ?

                     Vejo que segundo os eleitores inquiridos pelo IBOPE que 60% do eleitorado pende para o ex-juiz, dando apenas quarenta por cento a quem foi um bom prefeito, como é o caso de Paes.

                      Terá pesado nas desconfianças o fato de que o ex-prefeito ser do grupo  do ex-governador, cuja indicação - e o ponto facultativo oportunista que na ocasião decretara out of the blue - tinham determinado a sua vitória sobre o candidato Gabeira, que parecia então reunir as preferências do eleitorado carioca. 

( Fonte: O Globo )       

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Rua Marielle Franco


                              

       A página de humor "Sensacionalista" da revista VEJA lançara  campanha para distribuição de cem placas homenageando a vereadora assassinada. A meta, como assinala O Globo, foi atingida em vinte minutos, e o valor total, com doação de mais de 1,5 mil pessoas chegou a mais de R$ 39 mil. Assim, ao invés das cem placas planejadas de inicio, foi  possível confeccionar  1,7 mil placas, sendo o valor excedente doado para projetos e causas apoiados por Marielle.
       
  ( Fonte:  O Globo  )

Continua o calvário de Battisti


                              

          Embora não surpreenda, não é dos mais agradáveis o anúncio pelo candidato Jair Bolsonaro que afirmou em um twitter que, se eleito, vai extraditar o ex- ativista italiano Cesare Battisti, asilado no Brasil pelos governos Lula e Temer, após ser condenado à prisão perpétua na Itália.
            Com os arreganhos da direita, essa ulterior e gratúita promessa intenta trazer mais água para o insaciável moínho da repressão.
             A esse respeito, o advogado Igor Tamasauskas, que defende Battisti, afirmou: "se ele for respeitar o Poder Judiciário, não pode expulsar Battisti do país. Até que haja uma decisão final do Judiciário, ele (Bolsonaro) não pode tomar essa decisão abrupta como deu a entender no Twitter."

( Fonte: O Estado de S. Paulo )