domingo, 31 de março de 2019

O RIO EM MARCHA !


                                      

        Na Cidade Maravilhosa, segundo noticia  O  Globo, a Milícia já atua em 26 bairros da capital e em catorze cidades do Estado do Rio.
         Vejam, segundo detalha  O Globo dominical de hoje 31 de março, a radiografia da progressão das milícias: antes segregadas na comunidade de Rio das Pedras, há vinte anos atrás, onde PMs e ex-PMs disputavam terreno com os traficantes de droga.
          Hoje, não é que esses grupos já atuam  em 26 bairros da capital onde vivem 2,2 milhões de pessoas, e além disso, em catorze cidades das regiões metropolitana, dos lagos  e Costa Verde!
           Assim, não é que as milícias já estão em praticamente toda a Zona Oeste, a partir de Madureira ?
             E olhem, os negócios se expandiram : além do transporte ilegal, da TV a cabo clandestina e das taxas de segurança, as milícias,  informa sempre a primeira página na manchete de O Globo,  também estão envolvidas em grilagem, exploração de areia, agiotagem, contrabando de cigarros e extorsão aos pescadores da Baía de Guanabara. E para os céticos, mais esta, do delegado Cláudio Ferraz:
     "os grupos paramilitares no Estado do Rio já se enquadram no conceito clássico de máfia".
        Não sei se foi de propósito, mas na mesma primeira página está a foto do sorridente Governador Wilson Witzel que nos informa : "snipers já estão agindo no estado"  
          Isto será o progresso, gente ?

( Fonte: O Globo )

Theresa May, a Incrível


                              
         Na sincopada cobertura da batalha no Parlamento inglês entre a May, que quer por que quer o Brexit, e as bancadas de conservadores, trabalhistas et.al. em Westminster, que diante da monótona repetição das votações indicam a sua tenaz negativa, a pergunta que continua abafada será a de quanto tempo ainda se fará passar o Povo inglês através desse tenaz espetáculo, que em outros cenários seria apostrofado de terceiro-mundista para baixo, haja vista a existência de óbvias forças que querem gastar o tempo, e fazer com que a May apareça como um fator atuante nessa comédia, quando tudo leva a crer que não passe de um fantoche, ali colocado para que o drama continue a estender-se com o jeito de pastelão, e não o de uma votação que busque o que é do melhor interesse desse parlamento (e país) que semelha consumir-se em jogadas pueris, quando na verdade o drama possa involuir para tragédia.
            Apenas um pequeno partido, o DUP irlandês (aquele que salvara a May de sua primeira indicação quanto ao próprio baixo nível) parece preocupado com a situação do Reino Unido, para ele ameaçado pelas ineptas jogadas da Primeiro Ministro.
             Reza  o bom senso que o  Parlamento não quer saber dos planos da May quanto ao Brexit.  Basta de falsas trapalhadas.

              Quando um poder se mostra ineficaz,  grita a prática de que bate a hora de recorrer a novas soluções. Por que a May repisa o recurso batido a uma maioria que deixou de existir faz tempo? É mais do que hora de um entendimento dos grandes partidos para que o Povo inglês decida sobre esse gigantesco abacaxi inventado pela May, e que não pode manifestamente ser resolvido segundo os seus obstinados termos.
                 Há duas soluções para o problema: ou a convocação de um novo referendo, que seja feito com adequada participação do Povo inglês, e na estação apropriada, ou continuar empurrando a questão com a barriga.
                   O referendo é a resposta do bom senso, e, por isso, convém fazê-lo no momento certo para que a participação do Povo seja a mais própria, e não repetir o passado referendo estival de 2016, com um afluxo que não correspondeu  à relevância da decisão. Basta de meias respostas, ou de soluções em que se procure, na verdade, atender a interesses inconfessáveis.
                    Já a expletiva presença da May grita pela necessidade de soluções sérias e apropriadas. Já se perdeu tempo demasiado com campanhas pela metade.
                     O Brexit é o palpite infeliz. O povo inglês tem que ouvir o DUP e aplicar o que lhe interessa, e não recorrer a qualquer jogada que a mediocridade em funções venha a apresentar-lhe.


( Fontes: The Independent; O Estado de S. Paulo )

Gaza: aniversário sangrento


                                   
         
          O ritual sangrento das manifestações de palestinos na fronteira entre o inferno de Gaza e Israel, se marcou neste sábado pelo seu primeiro aniversário (elas começaram em 2018). O inelutável confronto entre os encerrados de Gaza e as forças israelenses se saldou por duas mortes.
          Segundo o Exército de Israel,  os  encerrados no inferno de Gaza iniciaram o confronto quando manifestantes palestinos lançaram pedras, granadas e pneus em chamas contra os soldados através da cerca da 'fronteira'.
           Um dos manifestantes morreu  na linha fronteiriça, antes do amanhecer.  A segunda morte aconteceria já à tardinha, quando um adolescente de 17 anos foi abatido por tiros  de soldados israelenses, em um local de protesto situado no inferno de Gaza.
            Por quê manifestavam os palestinos? Pediam o fim do "bloqueio de segurança", que é imposto por Israel e Egito.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )          

Visita a Israel de Bolsonaro


                                   

        Como se deveria contextualizar a visita do Presidente Bolsonaro a Israel? O intento do apoio a Benjamin Netanyahu será bem-sucedido? Para tanto, se faz necessário que Netanyahu corresponda às expectativas, mas também que não se perca o foco no peso da comunidade árabe.
          O temor de uma reação da comunidade árabe poderia ser afastado se Bolsonaro anunciasse apenas a instalação de um escritório de negócios em Jerusalém, ao invés da mudança da missão brasileira, como havia sido prometido?

          O apoio ao Brasil não se traduz apenas na compra de frangos pela Arábia Saudita.   

          Esse apoio é contrapartida a votos determinantes, que assinalaram as delegações brasileiras nas Nações Unidas através de décadas. Não deve ser embaralhado com posturas circunstanciais, adotadas segundo a leitura dos ventos. A posição da diplomacia brasileira até o presente nada tem a ver com eventuais mudanças oportunistas, dadas a um candidato sobre que pesam acusações sérias. 

        A força de nossa diplomacia está consubstanciada, dessarte, não em posições ocasionais, ditadas pelo momento, mas no próprio conteúdo temático e na consequente coerência.

          Não é questão para mercadejar em posições oportunistas que pouco têm a ver com apoios de última hora. A força da posição do Brasil está ditada por atender à Justiça e à Equidade, que não se afiguram qualidades que possar ser negociadas segundo a estação.


(Fontes: O Estado de S. Paulo; Folha de S. Paulo )

sábado, 30 de março de 2019

Juíza proíbe comemoração do golpe


                   
       Atendendo a liminar apresentada pela Defensoria Pública, a Juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília, proibiu o governo Jair Bolsonaro de comemorar o aniversário de 55 anos do golpe militar de 1964, que ocorre a 31 de março de 2019.
         Em sua decisão, a magistrada afirma que o direito à memória e à verdade se sobrepõe à celebração, com vistas a não repetição da violações  no futuro.
         Determinou, outrossim, que a União se abstenha da ordem do dia. Na prática, no entanto, o texto já foi lido ontem nos quartéis. Governo e militares não se pronunciaram  sobre o caso.
          A orientação de Bolsonaro é inédita, desde a criação da Pasta da Defesa, há vinte anos atrás.

( Fonte: Folha de S. Paulo)

O livro encantado


                              

        Quando ele chegou na casa dos padrinhos, de certa forma o ambiente de antes desaparecera. Na companhia da mãe, Maria, ele voltara, e apesar de que o casal os recebesse com afeto, sentiu uma pequena diferença na atitude dos donos da casa.
            Faltava alguém entre eles, e era dessas ausências que o tempo não faz esquecer. Antes, José, o seu pai ausente, parecia que estivesse sempre com eles - a mulher Maria e o filho, de seis anos,
            Agora, o pai ficara para sempre em Porto Alegre. Sua mãe chorava amiúde, e vagava pelos aposentos da casa na rua Turquia, 26, em contraste com a moça vivaz de antes, que não desdenhava uma brincadeira, e que passara os dias no aguardo do marido, pois ele vinha buscá-los para darem um pulo na Cidade maravilhosa.
              Chico e Deborah - a quem a família chamava Bi - era um casal sem filhos, com a casa bem arrumada, como sóem ser os lares onde não há crianças. Por isso, agora ralhavam a criança se sequer brincasse, como costumava fazer no lar da Santa Therezinha, de onde tinham vindo, enxotados, mãe e filho, pela brutal e inesperada tragédia doméstica.       
                O menino era vivaz e a desgraça o colhera em plena idade do porquê. Ele sentia que o casal gostava dele, embora lhe parecessem um pouco rabujentos, notadamente o padrinho Chico, a quem desagradavam as perguntas constantes do menino, com apenas seis anos. 
               A criança a quem cercara o amor de um matrimônio feliz,  não estava habitua-da aos longos silêncios das mansões dos adultos, e por isso, vez por outra, apesar das advertências da mãe, arriscava interromper as leituras do padrinho.
               Esse menino já gostava de livros. Por isso, se encarinhara com as estantes cheias que se espalhavam pela sala de visitas. E, dessarte, com a naturalidade da inocência, disparou uma pergunta ao tio e padrinho:
                "Tio, que livro bonito é aquele ?"
                 Sem o saber, desrespeitara todas as regras, pois o padrinho não gostava de ser interrompido quando lia jornal, ou a revista americana.
                  No entanto, a pueril simplicidade pode encantar  um senhor casmurro, como foi o caso. A simplicidade infantil pode abrir os portões gradeados da adulta sisudez, e o taciturno Chico reagiu com largo sorriso ao elogio da criança.  Como resistir será possível à franqueza da inocência ?
                 "Aquele é a primeira edição do dicionário Webster's,de que o teu padrinho gosta muito, por causa da qualidade muito apreciada pelos especialistas."
                   E por vez primeira, o padrinho Chico lhe mostrara o largo sorriso, de quem se descobre tocado pelo interesse livresco do próprio afilhado.
                   Sem o saber, forjara com  o tio e padrinho um liame especial, enquanto elogiara de forma espontânea o volume a que Chico dispensava  particular atenção, no seu estudo da língua inglesa.
                    A partir daquele momento como que sobrinho e tio mostravam interesse especial por uma língua a que o padrinho dedicara não poucos esforços para domar e auxiliá-lo na respectiva fluência, enquanto ascendia na hierarquia de uma grande empresa, que tinha sede nos Estados Unidos.
                     O tio acompanharia o menino apesar das distâncias. Através do Diário Oficial viu que o sobrinho a quem abrigara com a mãe em hora difícil, continuava com as velas pandas em termos de estudos, pela sua colocação no Instituto Rio Branco.
                     A despeito da separação física - os padrinhos se quedaram em São Paulo, aonde Chico viria a falecer, prematuramente, durante a recuperação de operação da tireóide - aquele velho liame não fora esquecido, e anos mais tarde a madrinha, agora viúva,  mostrou ao sobrinho o exemplar daquela primeira - e mui prezada edição do dicionário  Webster's - que guardara, lembrada do encargo do marido Chico, de entregar ao menino, hoje homem adulto, o precioso dicionário a que padrinho e afilhado devotavam o mesmo respeito e apreço.
                     No entanto, a vida diplomática e suas ausências de ofício podem ensejar maldades, impensáveis para aquele casal que recebera o menino e a mãe-viúva, na hora difícil de uma brutal tragédia.
                     A madrinha veio a falecer no Rio.  O câncer lhe ceifara a existência, e não muitos anos depois do passamento de Chico. Entre tantos,  ela não se esquecera do mandado do marido, mas com sua partida, prevalece a torpe inveja de outra parente que costumava exibir os próprios livros, encadernados e virgens,  em estantes a metro, com fins simplesmente decorativos. Sem embargo, valendo-se de uma viagem a serviço, do sobrinho,  por razões que só entidades infernais poderiam desvelar, ela manda deixar na garagem do próprio prédio, em que abundam as ratazanas, o velho dicionário Websters. Essa primeira edição, prezada pelos estudiosos e bibliófilos, não tem qualquer valor para ela, pelo simples fato de que não tem conhecimento para consultá-lo.
                      Por que tanto ódio?  Como poderia ela compreender aquele presente do  Tio e padrinho ? Que turvas pulsões impeliam a essa Tia, antes poderosa,  a, na prática, destruir um singelo, mas comovente  presente, que nada significava para ela?  Na névoa dessa raiva incoercível de quem se sabe ignorante, ela procura destruir o donativo - e sobretudo a lembrança material que a incomoda sobremaneira.  Que outros recebam lembranças e não ela, há de parecer-lhe insuportável.

Fonte: recordações familiares )

sexta-feira, 29 de março de 2019

Voltar no tempo é romântico ?


                                    
             Não faz muito, o blog A Magia do Passado, fundado no filme de Woody Allen, desenhava os encantos de um retorno no tempo, referidos no filme Midnight in Paris.

              Agora, a realidade venezuelana - conforme relatada no Estadão de hoje - nos é apresentada sem o romantismo do cinema, e com as características do involuntário retorno a um passado que pela sua falta do conforto da modernidade perde muito de sua feição mágica, como se de repente o homem moderno fosse jogado em alguma ilha deserta ou cousa parecida, para aí vivenciar na carne  os marcantes, contundentes adjetivos de Thomas Hobbes para descrever as agressivas características que marcam a áspera, dificil e precária existência de nossos antepassados  primitivos.

                 Assim, construir lamparinas de óleo, salgar a carne e buscar água em mananciais, práticas comuns antes da invenção da eletricidade, tornam-se  recursos usuais para o venezuelano que tenta contornar o desafio do apagão, mas de certo modo são parcos, insuficientes meios de enfrentar o desafio do inferno chavista.


(Fontes: O Estado de S. Paulo; Thomas Hobbes, Arnold Toynbee )

Aviões russos em Caracas


                                     

         Como sói acontecer - e Pirandello já se manifestara sobre as implicações das aparições públicas - nem tudo é como parece ser ...
            A primeira impressão seria que houvesse intenções mais profundas de Moscou ligadas à visita  de dois aviões militares russos, que aterrissaram em plena luz do dia no aeroporto internacional de Caracas. A boataria relativa à ocorrência se encaixaria em que o Kremlin pudesse estar agindo mais abertamente para proteger Nicolás Maduro de um suposto levante popular.
             As verificações dos jornalistas contextualizaram a dita visita, que não teria as intenções propaladas pelas inquietações dos caraquenhos. Dessarte, consoante a agência estatal russa Ria Novosti e diplomatas russos, a visita está relacionada a contratos de cooperação militar assinados ainda por Hugo Chávez (morto em 2013) entre a Venezuela e a Rússia.

               Preside, sem embargo, às informações uma estranha equiparação entre a Venezuela e a Siria, ambas agora bastante dependentes do armamento russo.  Nesse contexto,os russos têm contratos de manutenção do armamento vendido à Venezuela durante o governo de Hugo Chávez, que inclui sistema de defesa aérea, caças e tanques, que vale bilhões de dólares.
              A chegada de assessores russos a Caracas aconteceu depois de a Venezuela ativar, na semana passada,o sistema de defesa aérea russa S 300 (cf. analistas da empresa ImageSat. Intl.)
              Recentemente, a Rússia também enviara esse mesmo sistema S300 à Síria...
           
           Para os leitores do blog, o histórico da dependência síria ao poder russo - em suma, a gospodin Vladimir Putin - já está contextualizada desde muito, com consequências nem todas favoráveis, como o reforço atual do tirano Bashar al-Assad, que ao recorrer a Putin, lá se vão alguns anos, estava muito próximo de tornar-se réu no Tribunal Penal Internacional, na Haia. Sabemos que pela iniciativa de Assad, e ausência da resposta de Barack Obama, ao rejeitar o plano dos chefes americanos de agências com presença no Oriente Próximo (sob  a liderança da então Secretária do Exterior Hillary Clinton) os Estados Unidos veriam crescer o poder da Rússia naquela região...  
                      
( Fontes: O Estado de S. Paulo e o meu blog )              

Guaidó cassado por quinze anos ?


                  

         O chavismo determinou ontem, 28 de março, que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó não poderá exercer cargos públicos por quinze anos.
           Esta é a terceira medida contra Guaidó e seu entorno, em uma semana, tomada a reboque do chavismo, sob o mando de Nicolás Maduro, que intenta ignorar a pressão dos EUA contra ações que prejudiquem o opositor.
           Apesar de advertido pelo governo estadunidense de "consequências" caso o regime aja contra o presidente interino, desde a semana passada Nicolás Maduro acirrou a ofensiva contra Guaidó.
            Nesse contexto, Roberto Marrero, que é o chefe de gabinete do deputado, foi preso. Outrossim, a esposa de Guaidó declarou nesta quarta-feira que o regime vem intimidando  parentes de Guaidó, entre os quais o seu irmão.
              O acosso chavista  continua em outros níveis: Elvis Amoroso (sic) controlador-geral da república, aponta "inconsistências" em suas declarações de renda.  Ainda consoante a mesma autoridade, Guaidó teria recebido dinheiro "de instâncias internacionais e nacionais", que não foi declarado, para pagar diárias de hotel e viagens no interior da Venezuela e fora do país, desde que foi eleito deputado em 2015.
                Guaidó declarou que vai ignorar a punição:  "Ele nem é controlador, uma vez que quem designa o controlador é a Assembléia Nacional".  E o opositor aduziu: "Estão tentando meter medo nos hotéis que nos hospedam."  Assinale-se que o presidente interino da Venezuela está em uma caravana pelo interior do país, para preparar  uma grande marcha contra o regime, no próximo dia seis, para pedir a renúncia de Maduro. E acrescentou: "Seguiremos em nossa viagem."

                 Dentro da nova tática do regime, o controlador chavista disse também  que Guaidó conspirou com governos estrangeiros contra a Venezuela,  o que justificaria a pena máxima de perda de direitos políticos.  Constitucionalistas venezuelanos afirmam, no entanto, que o rito para o caso não foi respeitado pela Contraloria.
                    Se os trâmites cabíveis no caso fossem observados, o Tribunal Supremo de Justiça teria de apresentar um pedido à Assembleia Nacional para julgar a perda de imunidade de Guaidó. Tal pedido teria também de ser referendado pela Procuradoria Geral da República. Segundo analistas, o desrespeito a tal rito é indicativo de que o regime chavista não mais  respeita as instituições nacionais.
                    A tática de cassar os direitos políticos de lideres populares da oposição é prática comum no chavismo.  Tratamento igual fora dispensado ao renomado opositor Leopoldo López, nas eleições de 2012, quando ele articulava campanha contra o então presidente Hugo Chávez. Henrique Capriles sofreria o mesmo tratamento na campanha contra Maduro, em 2018.
                     No contexto do drama do apagão, Guaidó convocou novos protestos para amanhã, contra os apagões que infestam o país desde o dia 7 de março. Em resposta, Maduro pediu aos chamados "coletivos" - grupos chavistas, que na verdade são paramilitares, além de integrados por elementos da mala-vita - "tolerância" zero com protestos violentos e bloqueios de rua. Para o governo, a energia já teria voltado para a maior parte da Venezuela.
                        Assinale-se que o imperante chavismo anulara a competência legislativa da Assembleia Nacional poucos meses depois da vitória da Oposição nas eleições de 2015. Para tanto, se serviu do sólito argumento das ditaduras contra os órgãos democráticos de oposição. As tais "fraudes" nunca foram comprovadas, mas serviram de pretexto para a "convocação" da chamada Constituinte dos Bairros,  que foi eleita fraudulentamente - o chavismo serviu-se dos ditos "barrios" e de outros redutos do regime para a empulhação da chamada Assembleia Constituinte, que está sob controle da notória Delcy Rodriguez.  Para desmoralização desse regime espúrio, a criação e eleição da dita Assembléia Constituinte contrariou a todas as regras da democracia - a começar pela universalidade do sufrágio e ambiente livre de fraudes e de coações - como de resto atestara a empresa europeia encarregada da realização do processo, que para vergonha do chavismo foi taxado de fraudulento.
                        Com a "reeleição" de Maduro, em 2018, marcada tanto pela coação da oposição, que fora impedida de concorrer,  quanto pela sólita pluralidade da fraude cada vez mais desavergonhada,  essa mesma oposição muda de estratégia.  Invocando dois artigos da Constituição - que tratam da vacância da Presidência - Guaidó, o novo presidente da Assembleia, declarou-se chefe de estado interino.
                 Em termos jurídicos, tal ocorreu porque na visão dos membros da Assembleia Nacional, ao vencer uma eleição manchada pela fraude generalizada, o candidato do chavismo não poderia assumir o cargo de Presidente,  que estava ipso jure vago.
                  A reação internacional, liderada pelos Estados Unidos, reconheceu a ilegalidade da investidura de Nicolás Maduro, e a consequente legalidade de o que é reivindicado pela Oposição, notadamente a validade da postulação de Juan Guaidó, como presidente da Assembleia Nacional, e por conseguinte presidente, interino, da Venezuela.Mais de cinquenta países reconhecem a validade dessa titulação, dentre eles o Brasil.
                    Assinale-se que o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad censurou a então presidenta do PT Gleisi Hoffmann, por ter ido à cerimônia da  posse de Nicolás Maduro, malgrado as condições de fraude que presidiram a tal processo eletivo.

( Fontes: O Estado de S. Paulo; Vide também blogs anteriores do autor sobre o tema)

A May não consegue fazer aprovar o Brexit


                 

      Segundo o hoje meio esquecido Ingenieros os medíocres podem ter valor. Com o respeito que se deve a esse mestre, a despeito de debater-se nos sinuosos abraços do olvido, nem sempre esse dito do mestre platino logra passar pelas forcas caudinas do tempo.
         Não sei a que forças o empenho de Theresa May, essa estranha figura dentre os próceres que se aninham na galeria reservada aos primeiros ministros,  terá servido,  eis que pelo visto, malgrado os ingentes esforços dispendidos e as proteções superiores, o seu caminho parece cerceado pelas anônimas entidades que se desencadeiam impiedosas contra os medíocres.
           Ela tudo promete, até mesmo renunciar ao posto a que muitos se empenham com todas as próprias forças, mas debalde.

         Malgrado as proteções que a cercam, pressurosas, o malogro acompanhará insistente a sua obstinada empresa. Ela talvez venha carregada do dúbio selo dos acordos das camarilhas, e por isso, inda que prometa o que não devera, o descrédito que a cerca lhe deixa um estranho espaço vazio à frente, que escarnece de suas promessas, eis que elas não carregam aquele mágico timbre que os verdadeiros líderes costumam levar consigo.
              Pois os membros do Parlamento não apóiam as suas propostas, não importa o traje e a procedência que tenham. Há talvez uma marca que as distinga, e a elas estará reservada a sombra de algum estigma.
              Não basta ser protegida dos maiores, pois a protagonista também sói trazer estampados, seja na biografia, seja no imediato caminho pregresso as estranhas marcas da liderança. Todos as reconhecem, inda que não se mostrem aos tolos e oportunistas.
               E esta parece ser a sina da Theresa May.  

( Fonte: The Independent )

quinta-feira, 28 de março de 2019

O pós-Theresa May


                                             

        Theresa May será em breve uma lembrança, em termos oficiais. Sob o reino da confusão, ela parece realmente de saída, embora a sua queda não terá muito provavelmente qualquer efeito em uma eventual mudança dos termos em que acontecerá o Brexit.
          Até o presente, a despeito de invocado por muitos deputados, não deverá haver um ulterior referendo, no que tange a que o Povo possa escolher entre os laços com a Comunidade Europeia ou o despojado destino ditado por eventual Brexit. Parece condizente com a mediocridade doravante votada à pérfida Álbion, que perdurem as dúvidas quanto ao peso nessa decisão seja do trapalhão Cameron, ou da perplexa May.
          Além dos patéticos avisos do DUP, o pequeno partido norte-irlandês que tornara possível  a permanência da May à testa do gabinete, depois de sua jogada mal-réussie  de tentar obter maioria própria, agora só se fala da lista de candidatos no Partido Conservador para sentar-se na cadeira de Mrs. May.

           Se cotejada com o seu antecessor David Cameron, será sempre difícil que se chegue a um acordo nos anais históricos, sobre qual dos dois repontará como quem foi o causador da eventual decadência do Reino Unido, após a sua ruptura com a Comunidade Europeia.
            Diante das confusões criadas por Theresa May e todo o longo período em que a incerteza constituíu a regra para os negócios com o Continente - ou talvez de forma mais precisa para a sua redução - pode ser até que o irrequieto Cameron consiga livrar-se do catastrófico erro político em termos de autoria em  haver provocado o início do processo da decadência inglesa, e que o rosto da May irrompa nos livros futuros como a principal responsável. De qualquer forma, será luta renhida, que a tornada fraca Inglaterra entre essas duas patéticas figuras há de balançar.

          No topo das apostas surge um dos gêmeos Johnson, Boris. Se isto não garante quanto à qualidade do novo gabinete, o mais provável é que com a tendência dos tories a favor de cortar os laços com Bruxelas, continuem as confusões da saída dura que a May não pôde ajeitar.
               Mas afinal, excluído o seu entendimento com Donald Trump, com as mãozinhas dadas no seu primeiro encontro internacional, o que mais realmente terá aprontado a ex-Secretária do Interior, durante a sua longa permanência como Primeira Ministra sombra, excluídas as brumas que cercam os penhascos de Devon ?

( Fonte: The Independent )

Ameaça de Trump a Moscou


                   
       O presidente dos Estados Unidos alertou a Rússia  quanto à conveniência de retirar equipamentos e militares, que chegaram à Venezuela neste fim de semana.
            Como é seu hábito, Trump afirmou que "todas as opções estão abertas" para que isto aconteça. Nesse sentido, recorreu à ameaça não tão velada de que os EUA podem partir para uma intervenção militar contra o regime de Maduro.
            Esta fala do presidente estadunidense ocorreu no Salão Oval da Casa Branca, ao receber Fabiana Rosales, esposa de Juan Guaidó. O presidente interino da Venezuela já foi reconhecido como tal por mais de cinquenta países, entre eles o Brasil e os Estados Unidos.
           Na Casa Branca, Fabiana denunciou perseguições do regime chavista a parentes de Guaidó. Ela disse, a propósito,  que o serviço secreto venezuelano tem ameaçado o opositor. "Eu temo pela vida de meu marido", afirmou a esposa de Guaidó na Casa Branca. Mais tarde, Fabiana foi igualmente recebida pelo vice-presidente Mike Pence.
           Como se sabe, a Rússia enviara no sábado à Venezuela dois aviões com militares russos e equipamentos, que acompanharam o general diretor de mobilização das Forças Armadas russas. Diante da possibilidade de um reforço das forças de Maduro, o governo russo desmentiu afirmando que a movimentação é parte da cooperação rotineira entre os dois países.
            Para Benjamin Gedan, atual integrante do programa da América Latina do Wilson Center, as ameaças militares de Trump abririam a porta para "provocações" dos aliados de Maduro. Nesse contexto, aduziu Gedan : "É possível que essas ameaças sejam para aterrorizar os militares venezuelanos e provocar uma revolta. Enquanto isso, sua retórica afasta os aliados latino-americanos e ajuda a justificar ações provocadoras dos aliados de Maduro em Moscou".

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Brasil na OTAN eleva tensão...


                    
         A Federação Russa, de Vladimir Putin, criticou  o eventual ingresso  do Brasil na Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN .  Essa insólita entrada nossa  na referida OTAN fora defendida por Donald Trump, na recente visita que lhe fez o presidente Jair Bolsonaro.
             Para o Kremlin, a  Aliança Militar em tela não prevê o ingresso de latino-americanos e que, por outro lado, essa posição de Trump não favoreceria a distensão.

             Em evento recente, o vice-chanceler russo, Alexander Grushko, insinuou que Trump estava agindo para conquistar vantagens "unilaterais", no intento de remodular um mundo "multilateral". "Esse tipo de declaração  não é propícia para desarmar um ambiente de confronto", afirmou Grushko. Consoante Moscou, a sugestão de Trump evidencia  que segue viva a política encaminhada para a formação de uma ordem mundial similar à do século passado.
                A possibilidade de que o Brasil se torne membro pleno da aliança militar foi discutida por Trump  no almoço oferecido na Casa Branca ao presidente Jair Bolsonaro.
                  O ingresso na OTAN  como membro pleno acarretaria altos custos para o Brasil, que precisaria dispender pelo menos 2% do PIB em defesa.

                  Em Washington nesta semana, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, falou sobre a designação como aliado extra-OTAN com o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton. Ele afirmou que a novidade pode representar  uma "facilidade burocrática".
                   Vendo dessa forma parece que o Brasil vai ser privilegiado em relação a isso, não é.  Membros não-OTAN existem vários países.  O Brasil será mais um parceiro, para parceiro preferencial não-OTAN. Isso é um alinhamento que está sendo feito, mas é uma regulamentação de praxe, mas que nos envaidece muito", afirmou o General.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Questão de Responsabilidade


                                   

        É difícil de entender os ires e vires da polêmica sobre a Previdência entre os Poderes da República.
          Por onde se examinem as atitudes dos Poderes da República, se tem a impressão de que o desafio da Previdência não está sendo encarado com a seriedade que a questão faz por merecer.
           De longe, um observador teria uma visão de confronto de egos, que parecem ignorar a questão maior de que deveriam tratar, e lançar-se, ao invés, em inúteis e contraproducentes polêmicas, que a nada levam, a par de tornar mais difícil seja o exame do problema, seja a necessidade de resolvê-lo de modo a que venha a mostrar para as gerações futuras que os atuais poderes têm plena noção do desafio que lhes confronta, e da necessidade de encontrarem uma solução de consenso.
            Por onde se encare tal questão, tem-se a impressão de o que mais importante estaria em jogar pedras e outros obstáculos, de o que superar o nervosismo reinante, e a consequente insegurança, e criar condições para o exame e o devido encaminhamento do problema, que carece de ser resolvido, de forma abrangente e equilibrada, e, por conseguinte, em termos satisfatórios para a Sociedade.
             A república romana criara para encaminhar a solução de grandes problemas a figura do ditador - que nada tem a ver com a versão do termo na atualidade - eis que se tratava da escolha, por um período determinado, de uma grande personalidade que, pelas suas próprias qualidades, estivesse em condições de encaminhar e criar soluções para uma crise ou uma determinada situação que devesse ser atendida com a necessária urgência.
              Dentro do vezo atual de embaralhar e confundir, ao invés de encaminhar a questão - ou o desafio, em termos toynbeeanos - o que se impõe no presente momento é que as partes se compenetrem e, por conseguinte, se convençam do imperativo de um metafórico geral desarmamento.
               Dessarte, se pediria ao Presidente da república e ao Presidente da Câmara de Deputados, que desarmem os espíritos respectivos, e que, ao conscientizar-se da relevância da questão, procurem contribuir para a atmosfera conducente a criar condições para o exame da matéria, o seu devido encaminhamento e a consequente solução.
                Em outras palavras, ao invés de farpas, se criem condições para uma atmosfera compatível com o exame das questões e sua respectiva solução.
               Se me permitem uma linguagem toynbeeana,  os grandes desafios só são enfrentados, equacionados e, por fim, resolvidos, se a sociedade confrontada mostrar ter condições de resolver o problema de  forma duradoura e equânime. Aqui não se trata de imposição, mas sim de um debate amplo e respeitoso, em que as Partes confrontadas mostram estar à altura do desafio e, por conseguinte, de encontrar meios e modos de resolver o problema.
                  Como se trata de problema que confronta a sociedade em geral, a seriedade e o empenho de resolvê-lo deve ser acompanhado do respeito pela contraparte, o que é uma pré-condição que se aplica a todas as Partes que participam de sua discussão e encaminhamento desse desafio (para utilizar um termo empregado por A.J. Toynbee, que mesmo nos dias que correm conserva toda a relevância e pertinência).
                   Recomenda-se,  portanto,  às  partes envolvidas o desarmamento dos espíritos. Provocações e farpas não são os melhores instrumentos para colocar uma questão em julgamento. Assim, esse desarmamento se aplica a todas as Partes e constitui na verdade o ambiente ideal para a discussão ampla e bem-intencionada do problema e de suas soluções.
                    Ao Brasil interessa que se crie a ambiência apropriada e o consequente desarmamento dos ânimos para que a nossa sociedade encontre os meios necessários - sempre através do diálogo bem-intencionado - para equacionar os diversos problemas e eventuais desafios, como v.g. a questão da Previdência. Temos de ter presente o que interessa à sociedade como um todo, encarando os diversos problemas como desafios a serem resolvidos, com ânimos desarmados  e o consequente propósito abrangente de contribuir para as soluções respectivas.
                       Nesses termos, o respeito às instituições deve sempre prevalecer. Não aproveita a ninguém que, v.g., o Poder Legislativo recorra às chamadas "maldades" , ou às pautas-bomba, e sim legisle guiado pelos melhores princípios para que o bem-comum seja implementado. O respeito é uma condição sine qua non que se aplica a todas as Partes, e sob a óbvia premissa que o bem geral da comunidade deva ser atingido e implementado.
                        Nenhuma autoridade está excluída de tal imperativo, a começar pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República, a quem incumbe a criação das melhores condições para a nossa República e o Povo brasileiro em geral. A Sua Excelência e às demais autoridades. tanto do Poder Executivo, quanto do Legislativo e do Judiciário, é de esperar-se que a sua atuação se paute pelo respeito aos demais Poderes, e, por conseguinte, ao Povo Brasileiro que - e não por acaso - está no Preambulo da Constituição da República Federativa do Brasil, de cinco de outubro de 1988, assinada que foi por Ulysses Guimarães, enquanto presidente da Assembléia Nacional Constituinte.             
              
(Fontes:  Constituição da República Federativa do Brasil (1988)
Arnold J. Toynbee,  A Study of History )

quarta-feira, 27 de março de 2019

Outro Apagão na Venezuela: um desastre social


                    

        Para mascarar o novo apagão, ocorrido desde o dia 25 de março, que afeta a 21 dos 23 estados, Nicolás Maduro desfia a sua ladaínha de mentiras, e decreta feriado nacional. Sem pejar-se das lorotas, o ditador denunciou "incêndio de grande magnitude", provocado pelos sólitos "terroristas", o que na sua tortuosa fabulação "está prolongando  o blecaute",   e, por conseguinte,  paralisando o país desde a segunda-feira.
            Tenha-se presente que a Venezuela se recuperava do pior apagão de sua história, que começara no dia 7 e durara uma semana, mas voltou a ficar às escuras, com as ruas desertas e o comércio cerrado. 

            Além da capital Caracas, o apagão afeta 21 dos 23 estados, segundo as redes sociais. O blecaute começou desde a segunda, dia 25 (e afetou, como já foi referido, a Roraima, que ainda depende da energia venezuelana). Iniciado às 13:22hs desta segunda, afetou o fornecimento de água, as redes telefônicas, a internet e o sistema bancário eletrônico, que por causa da hiperinflação se afigura vital para as conexões bancárias e os pagamentos.
                Em discurso na Assembleia Nacional, em que a Oposição é maioria, o presidente-interino da Venezuela, Juan Guaidó, desmentiu a versão oficial e referiu que houve sobrecarga no sistema das subestações. ""Como poderia ser uma sabotagem, se eles enviaram militares para proteger as instalações elétricas?", assinalou Guaidó.

                Guaidó prepara uma mobilização nacional e, inclusive, marcha até o Palácio de Miraflores (residência presidencial), em data ainda a ser definida. Fala-se inclusive - mas não há confirmação da fonte - que não se descartaria a possibilidade de "pedir-se ao Legislativo  que venha a autorizar uma intervenção militar estrangeira."
                 Dadas as implicações envolvidas e a gravidade da situação, não há confirmação de que tal esteja  sendo considerado. Diante da situação do governo e das caóticas condições prevalentes na Venezuela, a paciência e a resistência do Povo estão sendo duramente testadas. Nessas condições, a ordem pública tende a tornar-se para a assediada população uma farsa, e não se poderia, por conseguinte, excluir desde a cínica instrumentalização pelo desmoralizado governo chavista dessa convivência com o caos até outros desenvolvimentos imprevisíveis.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

A Lava-Jato enfraquecida ?


                               
       O que significou a derrubada pelo desembargador Ivan Athié do TRF-2 das prisões do ex-presidente Michel Temer e dos demais detidos na questão da lei dos Portos? Para o Estadão, e o meio jurídico, a Lava-Jato  teria saído enfraquecida.
        Dentro desse raciocínio, para o meio jurídico, o despacho de Athié teria representado um revés nas pretensões de Bretas para assumir protagonismo na Lava-Jato. 

         Salvo erro ou omissão, a comparação com o juiz Moro semelha incontornável:  enquanto esteve no comando da operação, em Curitiba, Sérgio Moro jamais teve que lidar com situação parecida.

           O que, de certa forma, representaria uma lição para o futuro.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )