quarta-feira, 6 de março de 2019

Brigas no PT


                                              

         Entre as suas tendências, o Partido dos Trabalhadores  tem o seu maior problema na solução de seus problemas... internos. Nesse contexto, já começou  a luta pela presidência do PT. A candidata que mais aparece (più appariscente) é a atual presidente do Partido, Gleisi Hoffmann que tem acumulado besteiras no seu comportamento sócio-político , como ir, v.g., a Caracas para estar presente na posse de Nicolàs Maduro, na sua "reeleição" para a presidência do país.

         O radicalismo de Gleisi Hoffmann semelha crescer na razão inversa de sua popularidade política. Hoje, ela não é mais senadora, e sim deputada petista. A sua cotação dentro do PT passou a decair, e  não apenas na falta de um mínimo bom-senso na tentativa canhestra de associar o partido à imagem de um ditador como o venezuelano, um dos homens mais detestados na pátria de  Simon Bolívar, e seguramente a fonte principal de muitos dos problemas que aquela terra infeliz vem enfrentando.

            Dada a posição do ex-presidente Lula dentro do PT, tampouco surpreende que o hoje presidiário seja a razão principal da permanência de Gleisi à testa do partido, e não carece ir muito longe para adivinhar o porquê. Os argumentos radicais (além do próprio comportamento irredentista) da Hoffmann terão comovido o ex-presidente, que, na prisão, deve guardar muitas mágoas,mas nunca as terá diante da atitude corajosa e até mesmo provocadora da ex-senadora (cuja popularidade parece decrescer no Paraná na medida inversa de seu prestígio com o preso mais famoso do país).        

             Por isso - a menos que se vá mais fundo na busca de motivações para não escolher Fernando Haddad -  basta apontar para o veto de Lula à articulação feita em favor de Haddad como sucessor da deputada (e portanto, presidente do PT), o que não me parece um gesto politicamente compreen-sível do ex-presidente, a menos que outros motivos não-racionais tenham influenciado o que no momento equivale a um veto para o ex-candidato presidencial. 

             Não deseja estender-me nesse campo minado, mas o pouco que se possa dizer é que Lula deveria repensá-lo, diante da campanha decerto brilhante realizada por Haddad, que tem muita responsabilidade pela eleição da maior bancada da Câmara, a par dos 47 milhões de votos no segundo turno da eleição presidencial, um contraste muito interessante a se deparar diante do esboroamento de muitas bancadas de partidos antes solidamente implantados.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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