quinta-feira, 7 de março de 2019

A Lógica do Absurdo


                             

         A  situação na Venezuela, sobretudo a reação do regime ditatorial chavista contra quem apóia o opositor Juan Guaidó, mostra a setorial hipocrisia do bando de Nicolás Maduro.
           Manda expulsar o embaixador Martin Kriener, da República Federal da Alemanha, pelo 'crime' de liderar um grupo de diplomatas europeus e latino-americanos, na recepção ao lider opositor e presidente interino Juan Guaidó, que, não obstante, ignorara advertência chavista - claramente sinalizada pelo chamado Tribunal Supremo, que é um títere do chavismo - de não deixar a Venezuela, sob pena de prisão.
           Qual é a "culpa" de Sua Excelência Kriener?  Não ser americano, mas um apoiador - na Comunidade Europeia - do presidente "interino".
            Mas a estranha variedade  na reação do chavismo, lhe mostra a fraqueza. Considera "ejetável" o embaixador alemão - ainda porque a posição da C.E. não tem a necessária coesão, o que é lamentável, a ponto de a comissária do exterior da CE carecer de "tempo" para determinar se realmente Maduro é um ditador.
             Quando não se pode dar nome aos bois, eis a consequência: a diferença no tratamento.
              Pois quem ele fora receber mostrou pela respectiva coragem - e apoio continental - que está fora do círculo da conveniente hipocrisia de chavismo. Se não é tampouco hora de vir reclamar das sanções internacionais contra o criminoso regime chavista na Venezuela, como trocando culpados e vítimas a alta-comissária dos Direitos Humanos Michelle Bachelet,  eis que parece cair em uma cegueira ideológica, a ponto de colocar um alvo manto sobre as horrendas, hirsutas cabeças do chavismo que, coitado, a seu ver não deveria ser submetido a tal provação...malgrado ser a causa primeira e principal do horror vigente no que foi a pátria do Libertador, e que ainda há pouco tempo a Venezuela junto com a Colômbia   representaram  o solitário fanal a iluminar a América do Sul, que tinha a sua maior parte coberta pela mortalha da ditadura militar,mortalha essa que incluía o próprio Chile do tristemente notório ditador general Augusto Pinochet.
              O tempo passa e a fraqueza chavista - indo coletar fundos onde não devera - arranjou pra lá de estranhos amigos para a claudicante Venezuela.  Que tem Putin e Xi Jinping a ver com a Venezuela, senão os custosos, pesados acordos apoiados nos negros lençóis do petróleo que a falta de opções do falimentar corrupto  Maduro achara bom e oportuno engolir, como se fossem ofertas de boa vontade da dupla de ditadores de além-Pacífico?

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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