segunda-feira, 25 de março de 2019

Reforços russos chegam à Venezuela


                      

        Dois aviões militares russos pousaram  no principal aeroporto da Venezuela. Carregam tropas e equipamentos, em movimentação não revelada, mas cujos objetivos parecem óbvios.
          Trata-se de duas aeronaves distintas: um avião de passageiros Ilyushin IL-62, que trouxe para Caracas Vasily Tonkoshkurov, chefe  do E.M. das forças terrestres da Federação Russa, junto com uma centena de militares, assim como um avião-cargueiro Antonov AN-124, que transportava  cerca de 35 toneladas de material militar.
           Os dois aviões deixaram a base aérea russa em Chkalovsky, nesta sexta-feira, realizaram escala na Síria, antes de seguirem para Caracas, aonde pousaram no sábado, dia 23.

            Tampouco o Ministério da Informação da Venezuela,, quanto os da Defesa e das Relações Exteriores da Rússia  deram elementos sobre o que Tonkoshkurov e as tropas russas farão no país. Segundo a agência estatal de notícias, Sputnik, referindo-se a fontes da embaixada russa em Caracas, esses funcionários chegaram  para honrar contratos militares de longo prazo.
            Para o deputado oposicionista Williams Dávila, a presença dos referidos aviões em solo venezuelano viola a Constituição, visto que não contou com a autorização da Assembléia Nacional,  que é dominada pela Oposição e ignorada pelo chavismo (que tudo faz tramitar através da Assembleia dita Constituinte, a que preside Delcy Rodriguez).
             Segundo a fonte diplomática citada pela Sputnik, tais voos não têm nada de misterioso (o que, a contrario sensu é uma fórmula diplomática de dar-lhe caráter especial).

              Se bem que a autoridade de Maduro seja contestada pelo povo nas ruas e pela própria Oposição, liderada pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó,  ela é respaldada por tais gestos e presenças. Também a RPC de Xi Jinping continua a apoiar o ditador Maduro.

                Entrementes, Juan Guaidó - a despeito de seu reconhecimento por mais de cinquenta países, em um desenvolvimento decerto preocupante  - teve o auxiliar direto alegadamente preso pelas forças especiais de Maduro, o que é  decerto inquietante para quem dispõe de um prestígio mais fundado em imponderáveis do que em forças mais tangíveis.

                  Dada a atual relativa precariedade da condição de Guaidó,  o que foi feito ao seu auxiliar direto representa inquestionável ameaça quanto aos eventuais limites da atuação de um presidente cujo prestígio até agora reside no intangível terreno dos reduzidos recursos materiais, que ora semelham à disposição da liderança de Juan Guaidó. 

( Fonte:  O  Globo )

Nenhum comentário: