terça-feira, 28 de novembro de 2017

Lula e o círculo da Justiça

                             
        O engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior, um dos delatores da Odebrecht, entregou à Justiça Federal do Paraná uma planilha que relaciona gastos de R$ 700 mil, dinheiro que, de acordo com o colaborador, teria sido repassado pelo departamento de propina  da empreiteira para custear a compra de materiais de construção para a reforma do sítio de Atibaia. O local era frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  A planilha discrimina quatro registros, de R$ 2,1 mil até R$ 380 mil, feitos entre os dias 16 e 30 de dezembro de 2010, último mês do Governo Lula, com o título "Aquapolo".
     
          Emyr era diretor de contratos da Odebrecht no Aquapolo, um projeto de reuso de água no ABC paulista, e foi escalado pela empresa para ajudar na reforma do sítio. O delator afirma que recebeu os valores na sede do projeto, em dinheiro, e que os recursos teriam sido enviados pela equipe de Hilberto Silva, chefe do Setor de Operações Estruturadas.

          Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o documento apresentado pelo colaborador foi localizado pela perícia nos discos rígidos fornecidos pela emprei-teira.Até então,não havia prova de que os valores gastos no sítio tinham saido do departamento de propina da Odebrecht, apenas o conteúdo das delações. Além da empreiteira, também fizeram obras no sítio a OAS e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula.
          A ação movida contra Lula pelo MPF não questiona a propriedade do sítio de Atibaia, apenas as obras de benfeitoria  na propriedade,  formada por duas diferentes áreas, que estão em nome de Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho.
          As reformas feitas no sítio,usado pelo ex-presidente com frequência a partir de 2011, custaram R$ 870 mil e, para os procuradores, os valores foram pagos de forma oculta por três empreiteiras - além da Odebrecht,OAS e Schahin.
        

( Fonte:  O Globo )

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