quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A negação da mudança climática

                                                      

       A negação da mudança climática é uma atitude.  Como toda a atitude, ela pode caracterizar-se por postura de negação fundada em interpretação errônea, mas de boa fé, que supostamente baseia a referida resposta ao desafio do clima.
       No entanto, como tal desafio persiste, a má-fé -, ou no caso de indivíduos de baixo coeficiente intelectual -  a obstinação - será a causa dessa resposta errada à mudança climática.
       De uma forma ou de outra, a deterioração climática irá continuar e, muito provavelmente piorar, diante da resposta negativa tomada por alguém com poder efetivo na sociedade.
       Diante da larga aceitação colhida pelo Acordo de Paris sobre a mudança climática, a negativa de Donald J. Trump, que, dentro da respectiva má-fé, não trepida em levá-la à  dissociação do Acordo de parte dos Estados Unidos, representa um deplorável e estúpido recuo nesse projeto mundial, cuja importância foi sentida em todo o mundo civilizado.
        Trump mostra nesse passo um duplo erro: enfraquece - pois o peso da economia e do continente americano na área ocupada pelos Estados Unidos da América tem grande peso na determinação e criação de fatores com consequências climáticas negativas - a par de quebrar esforço que deve ser conjunto, e sem solução de continuidade. Agindo dessa forma, ele mostra dois aspectos pouco alentadores para o restante da população mundial: não só falta de aporte positivo de parte dessa economia, ainda a maior do mundo, em combate que só tenderá a crescer com o pleno apoio dos EUA,  mas ao invés um cínico jogo contrário, dados os débeis pressupostos de que a sua mente possa conviver com tais sandices, que pode  ser  estupidamente julgado como de resultados positivos em termos políticos, enquanto, doutra parte, desencadeia toda uma série de agentes e reagentes extremamente danosos para toda a Humanidade, inclusive para o seu querido Estados Unidos da América.
         Essa descarada retirada de um combate em que todas as nações carecem de empenhar-se tem elementos cruéis (além de estúpidos), pois há inúmeros países  que estão sujeitos ao desaparecimento físico como aqueles do Índico e do Pacífico, além da ameaça demasiado real da elevação do nível do mar (com o derretimento no hemisfério norte, seja no Ártico, e na Groenlândia, e também nos Países Baixos;  a par de um derretimento análogo no hemisfério sul, com a Antártica na primeira linha, mas com outros países-arquipélagos igualmente ameaçados).
          Que um estupor como esse haja sido eleito, à custa de alguém inegavelmente muito mais preparada do que ele, constitui um sério acidente na história dos Estados Unidos. E o tal erro ainda fica mais grave quando o sistema vigente (que data do século XVIII) determinou-lhe a vitória, apesar de que sua adversária democrata, Hillary Clinton, ganharia em qualquer outro país da terra, eis que ela venceu a eleição com votação a mais em cerca de três milhões de votos...  Por isso, e a despeito de todas as leis de supressão de voto - que ressurgiram depois que a Suprema Corte com maioria republicana permitiu que tais mudanças fossem feitas nas legislações estaduais, sob o pretexto do Chief Justice Roberts - o presidente da Corte Suprema americana - de que não há mais necessidade de controlar a legislação eleitoral dos Estados, pois o preconceito não mais perdura...

(Fontes: What Happened, de Hillary Clinton;  The New York Times)            

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