terça-feira, 28 de novembro de 2017

Corrupção e muitas dúvidas

                           
       Continuam as buscas pelo submarino ARA San Juan. Dada a provável profundidade em que se acham os restos materiais da nave  - mais de três mil metros - os responsáveis sublinham a extrema dificuldade de trazê-los à tona.
        O ambiente das buscas se caracteriza por um contracenário de denúncias de corrupção sobre a compra de insumos sem licitação para a Marinha argentina. Estão igualmente envolvidas as empresas responsáveis  pelas baterias da embarcação - que teriam tido um curto-circuito pouco tempo  antes de a embarcação  perder contato com o continente.
        É de notar-se, outrossim, que no governo de Cristina Kirchner, um pedido de investigação do ex-deputado da União Cívica Radical Miguel Giubergia foi arquivado por parlamentares do Partido da Kirchner. O escândalo envolvia pagamento de propina pelas empresas alemãs Ferrostaal e Hawker, responsáveis pela venda de lanchas militares para a Marinha argentina.  O que é ainda mais grave, tais empresas venderam as baterias do San Juan, em transações manchadas pela corrupção, e que foram objeto de auditoria interna no Ministério da Defesa, já no governo de Maurício Macri.
          Segundo o aludido ex-deputado, o processo violou todas as normas internas de contratação da Marinha e do governo. "Um diretor da Ferrostal, em Munique, confessou o pagamento de subornos a funcionários do Estado no valor de Euros 3,5 milhões".
          Oficialmente, a Marinha argentina não considera mortos os 44 tripulantes. Nesse contexto, o comando naval ainda fala em "condições extremas de sobrevivência". Mas ninguém mais lhe presta atenção.    


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Nenhum comentário: