sábado, 11 de novembro de 2017

A propina e a Odebrecht

                                  
       Desperta estupor a presença e a mobilidade da empresa Odebrecht   enquanto de propina se fale e se escreva.  Agora notícia de coluna interna do Estadão nos traz ideia ainda mais ampla da larga utilização pela Odebrecht desse recurso ilegal.
       Assim, investigação em Andorra - que é paraíso fiscal - assinala que essa empresa pagou US$ 200 milhões de propina a políticos, funcionários, empresários e laranjas de oito países da América Latina.
       As informações saíram ontem pelo jornal El Pais.
     Segundo a reportagem, a Odebrecht utilizava offshores para realizar os pagamentos, e funcionários da Banca Privada d'Andorra (BPA), criavam sociedades no Panamá para ocultar os verdadeiros titulares. O  inquérito identificou mais de US$ 200 milhões de pagamentos feitos somente por uma das offshores.
          Há vários aspectos que carecem de ser caracterizados e aprofundados.De uma parte os chamados paraísos fiscais, de outra as off-shore que são talvez uma versão mais antiga dessas facilidades de ocultação de recursos, como aquelas na costa inglesa (utilizada por políticos brasileiros, além daquele que é paradigmático nesse domínio). As contas especiais existem desde muito em países como o Panamá, além de outros centros, seja no Caribe, seja na Europa - tanto na sua versão mais antiga, que se acha na Confederação Helvética, mas também no Lichtestein, Luxemburgo e em outros centros como no Sudeste asiático (v.g.Macau, Cingapura) .
          Não há negar a sobrexposição da Odebrecht  a esse recurso ilegal que é a utilização de recursos não declarados, de que os escândalos expostos pela Lava-Jato representaram uma reação na defesa da ética e da legalidade fiscal. Tampouco se deve duvidar que esse assunto merece uma exposição bem mais aprofundada com vistas ao necessário combate às práticas ilegais que caracterizam tantos governos como para dar um exemplo quase prosaico o é a Venezuela de hoje, onde se encontram inúmeros esqueletos de obras inacabadas e financiadas pela Odebrecht em condições não-difíceis de serem intuídas, e com as consequências expostas em tantos "esqueletos" dos mais variados projetos, uns megalômicos, outros até úteis, mas inviabilizados não só pelo sistema de pagamento utilizado, mas também pela corrupção envolvida.
            Por fim, na segunda Copa do Mundo no Brasil (a primeira foi em 1950, e perdemos com o meio-frango de Barbosa no chute despretensioso de Ghigia) e a segunda, também marcada por vexame, que foi a goleada pela Alemanha da nossa Seleção com o placar incrível de 7x1 (placares tão dilatados contra o Brasil só repontam no começo do século, quando o que se tornaria a grande seleção do Brasil - com presença marcante já na Copa de 1938, com Leônidas e suas bicicletas - ainda engatinhava no futebol, com formações amadoristas e que podiam até sofrer goleadas),  houve uma esbórnia de corrupção na construção dos estádios,  com Sérgio Cabral no Rio, e em várias outras capitais. O mais acintoso foram as declarações então de um alto funcionário da FIFA,  Jerome Valcker, que  pensava inclusive suceder ao então presidente Joseph Blatter e que se provaria  tão corrupto quanto ele.



(  Fontes: internet, O Estado de S.Paulo  )

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