quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A Lava-Jato e a Alerj


      Valendo-se do suposto precedente da decisão do Supremo Tribunal Federal que permitiu a liberação do Senador Aécio Neves,  a direção da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (a ALERJ) já articula  votação para tentar reverter a ordem de prisão  contra o Presidente da Casa, Jorge Picciani, e seus colegas, Paulo Melo  e  Edson Albertassi,  os três do PMDB e alvos da operação da Lava-Jato desta última terça-feira.
     
       O Tribunal Regional Federal da 2ª Região analisa  no correr do dia os  pedidos de prisão  contra a trinca. Se a decisão for favorável à Lava-Jato,  o  escopo dos aliados de Picciani  é tentar usar a brecha aberta pelo Supremo, que na esteira do caso Aécio Neves deu a palavra final, no âmbito federal,  sobre medidas cautelares  contra  parlamentares.  Ontem mesmo deputados eram convocados a ficar de  prontidão.

       Há, no entanto,  entre os dois casos - o do Senador Aécio Neves  e o  Jorge Picciani,  Presidente da Alerj,  e os seus colegas também presos  -  uma marcante diferença.  As medidas aplicadas contra Aécio feriam cláusula pétrea da Constituição Cidadã, o que não é de longe o caso da corrupção na Alerj, e  no seu presidente Jorge Picciani, e os dois outros.  Picciani tem utilizado a corrupção para o enriquecimento dele e de sua família, como o demonstram os bens de raiz  com que adquiriu, com o dinheiro sujo,  as suas terras.

         Por isso, se desenha uma batalha jurídica para decidir do destino do presidente da Alerj e de seus dois companheiros, em matéria que o TRF 2º  bem pode opinar pela validação da ação da Lava-Jato.

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