sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A estranha petição da Ministra dos Direitos Humanos

                    
                                  
       Descoberto pelo Estadão, o requerimento da ministra dos Direitos Humanos do gabinete de Michel Temer, Luislinda Valois, apresenta estranhíssimo pedido ao governo para acumular o seu salário de ministra com o de desembargadora aposentada, o que lhe garantiria vencimento bruto de R$ 61,4 mil mensais.
      Por força do teto constitucional, ela recebe atualmente R$ 33,7 mil mensais. Essa situação "sem sombra de dúvidas, se assemelha ao trabalho escravo (sic), o que também é rejeitado peremptoriamente, pela legislação brasileira desde os idos de 1888 com a Lei da Abolição da Escravatura", reza o pedido da Ministra, apresentado no início de outubro p.p.
      Como assinala o editorial do Estado de S. Paulo "é uma afronta à Lei Áurea e aos direitos humanos utilizar a lei que aboliu a escravidão no país como argumento para receber mais que o teto previsto na Constituição".
       A queixa de Luislinda Valois se deve à circunstância de receber, além dos R$ 30.471,10 como desembargadora  aposentada, o acréscimo pelo cargo ministerial de R$ 3.292 mensais. E é por isso que a ministra julga sua situação equiparável à dos escravos.  E nessa linha acrescenta: "Todo mundo sabe que quem trabalha sem receber é escravo".
          Como observa o editorial do Estadão, o salário mínimo no país é de R$ 937 e que a imensa maioria dos trabalhadores não tem direito às regalias que ela tem como ministra: carro com motorista, jatinhos da FAB à disposição, cartão corporativo e imóvel funcional.
          E o editorial do Estadão assinala: "o pedido apresentado por Luislinda Valois é manifestação de absoluta incompatibilidade com o cargo que ocupa. O respeito aos direitos humanos tem como requisito primário o cumprimento da Lei. Quem busca um privilégio que afronta a Constituição - receber do Estado R$ 61,4 mil mensais - não preenche as condições para ocupar a chefia do Ministério dos Direitos Humanos."


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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