Continuando no seu tour na América Latina, o
Vice-presidente Mike Pence foi recebido pelo Presidente Maurício
Macri, em Buenos Aires.
Pence estivera antes em Bogotá, onde
declarou que, além da solução militar, aventada pelo presidente Donald Trump,
há outras alternativas para resolver a "tragédia da Venezuela, causada
pela tirania". Aduziu que os EUA "não vão ficar de braços
cruzados", mas que querem trabalhar junto com os países da região e que
apóiam a decisão do Mercosul em suspender Caracas do bloco.
"Acreditamos que a América Latina
pode fazer mais para tentar
restabelecer a democracia na Venezuela e gostaria de chamá-los a fazer mais. É
preciso aumentar a pressão diplomática e econômica", declarou Pence.
O vice americano assinalou que ficara
chocado com relatos que ouviu na Colômbia de venezuelanos "que tiveram que
cruzar a fronteira para fugir da tirania."
Nesse contexto, disse o vice Mike
Pence que "o povo venezuelano está sofrendo e morrendo, há muita pobreza,
as crianças têm fome. Era um povo livre
e agora está vivendo sob um regime brutal e sem liberdade de expressão."
Por sua vez, o Presidente Macri
declarou que não vê "o uso da força como uma alternativa". Junto ao
Mercosul tentariam usar "todos os campos da democracia".
Mas as declarações do Vice Mike
Pence - que de certo não os terá feito de motu proprio - não pararam por aí.
Segundo Pence, o seu país vê a "Argentina
como liderança regional e global" e elogiou as realizações dos
encontros da OMC (Organização Mundial do Comércio) em dezembro, e do G-20, no
ano que vem.
Como já foi oportunamente referido
por este blog, o Vice america-no está em um tour pela América Latina, que inclui também o Chile, a Colômbia e o
Panamá - e o Brasil ficou de fora.
Ainda trazendo água para os
moinhos argentinos, ele assinalou que o Presidente Trump apóia as
"reformas econômicas da gestão atual, sob liderança do presidente Macri,
aliado e amigo de outras épocas do
presidente do Presidente Trump."
Tal declaração no que tange
à liderança argentina, foi perseguida por longos anos pelo Presidente peronista
Carlos Menem, que dizia nutrir a Argentina uma "amizade carnal" com
Washington. Parece que após tantos anos - e não havendo essa paixonite de Menem
lhe trazido os resultados com que contava colher eml Washington, esses arroubos
entre as duas Nações caíram no esquecimento.
Mas agora pelo visto, o
surpreendente Presidente Trump parece cair de amores por Buenos Aires, e a
capital platina semelha voltar à proeminência que gozara no fim do século
dezenove.
Como
a liderança argentina e o atual
alijamento do Brasil no que tange aos caprichos de Donald Trump, a novela
diplomática das Américas parece ter dado uma virada inesperada.
Como Itamaraty
no improvisa, resta saber qual a reação de Brasília diante desse
inaudito e inesperado desafio?
Nenhum comentário:
Postar um comentário