terça-feira, 15 de agosto de 2017

A reação de Maduro a Trump

                       
       No mínimo farsesca a reação de Nicolás Maduro à ameaça do Presidente Donald Trump de adotar  uma eventual "opção militar" para a crise na Venezuela.
       Além de determinar às Forças Armadas  'um exercício cívico-militar de defesa integral da Pátria', acrescentou  o mandatário: "O povo está decidido a enfrentar o ódio racista dos Estados Unidos. Go home!"
        Por sua vez, com a covarde tática habitual de fazer a oposição pagar por reações da opinião pública internacional ,  e em especial a americana, o ditador acrescentou que "ele pediu à Assembleia Nacional Constituinte - que é o seu instrumento para a implantação plena da ditadura no país - que investigue um suposto "elo da oposição" venezuelana com a declaração do Presidente americano.
          Maduro não se pejou de ligar a ameaça americana "ao fracasso dos protestos da oposição contra seu governo", que deixaram 125 mortos no país  abril último. E ainda por cima aditou: que os opositores que não criticaram a fala de Trump, podem ser julgados ... por traição.
           É muito cinismo desse ditador de fancaria que ousa atribuir o "fracasso dos protestos da oposição contra seu governo" como se fora que as  mortes em praça pública representassem  o recibo da prevalência de um governo corrupto e odiado  pela esmagadora maioria da gente venezuelana.
            As vítimas do carrasco usurpador não morreram em vão. A brava gente venezuelana - que vota com os pés, seja emigrando para a Colômbia ou o Brasil, seja enfrentando os covardes assassinos dos coletivos estipendiados pelo Tirano, seja negando-se a comparecer às habituais farsas eleitorais - sabe que a História será sempre o próprio apoio, e que a pontualidade do castigo pode tardar com a eventual mudança dos ventos, e as rápidas saídas de cena.
            Por ora, a escolha ainda está nas mãos do Ditador. Na calada da noite, quem sabe?,  partirá sem deixar saudades.  Não será decerto o primeiro - nem o último!

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Nenhum comentário: