No Equador, o atual presidente, Lenin Moreno, vem mostrando atitude
diversa daquela de seu padrinho político eleitoral, Rafael Correa. Ele está preocupado - e com justa razão se diga de paso - "com a quantidade de presos políticos" na Venezuela.
A atitude do novo presidente, embora
faça questão de frisar o respeito à autodeterminação dos povos e a
não-ingerência - que é a posição de Quito desde o início da crise venezuelana -
não deixou, outrossim, de condenar "de forma enérgica" as mortes nas
manifestações (provocadas pelos meios letais utilizados pelas forças repressoras de
Maduro).
Ainda crítica a voz de Lenin Moreno
verberou: "Não deixa de nos preocupar também a quantidade de presos
políticos. A democracia é aquela em que os problemas se resolvem com o diálogo entre todos os atores."
Auspiciosamente, assim continuou o
novel presidente equatoriano: "Lembro
que o melhor mecanismo é a democracia direta, que para os mandatários deveria
ser a última palavra. Nossa
profunda solidariedade com o Povo venezuelano, e o mais profundo desejo de que
cheguem à Paz logo e que não se derrame nem uma gota de sangue a mais."
É de assinalar-se que esta é a primeira declaração de Moreno
sobre a crise venezuelana, desde a sua posse em 24 de maio. Nesse período, quem
se manifestou sobre o conflito foi a ministra das relações exteriores, Maria
Fernanda Espinosa.
Afastando-se do apoio incondicional
anterior dos aliados chavistas, o discurso não parece contribuir para compor a
já difícil relação entre o sucessor Moreno e o seu padrinho, Rafael Correa.
Ainda mais, porque no sábado doze, o ex-presidente chamou o sucessor de traidor
e o acusou de querer destruir seu legado e cassar seus direitos políticos.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário