quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Colcha de Retalhos E 29

                              

Câmara retira previsão de Fundo Eleitoral

          O plenário da Câmara aprovou ontem, dia 23 de agosto, destaque proposto pelo DEM que, na prática, retira da proposta de emenda à Constituição (PEC)  a previsão de que o fundo eleitoral receberia R$ 3,6 bilhões em 2018.
          O artigo que vinculava o Fundo Especial de Financiamento da Democracia a 0,5% da receita corrente líquida foi suprimido. E em boa hora, haja vista a situação do Orçamento, e os limites impostos a muitos ministérios.
            A idéia, no entanto, seria facilitar a aprovação do Fundo entre os parlamentares com mais bom senso, e que por isso julgam o montante como exagerado e fora da realidade, diante dos déficits e da situação da dívida pública.

Cláusula de barreira avança

               Não se animem os leitores se pensam que o projeto da cláusula de barreira vá evitar os abusos e a continuada proliferação de partidos, que foi reforçada diante da pouco admirável decisão do STF, quanto pensou que, ao permitir a ampliação das legendas no Congresso, estaria tomando medida ultra-liberal, transformando a rosa das ideologias na possibilidade de um romântico aumento.
                Hoje os próprios ministros que na época barraram a chamada cláusula de barreira, já se capacitaram da enormidade do seu equívoco, que, na verdade,  terá  proporcionado uma constrangedora explosão de siglas, que tomam o nosso tempo na tevê (chegaram a invadir o horário do Jornal Nacional), e como legendas de aluguel têm servido para aumentar o tempo na tevê de candidatos que não o mereceriam.
                  Ao invés de seguir a norma, v.g., do direito parlamentar alemão - que determina o afastamento do Bundestag (Parlamento federal) daquele partido que não obtenha 5% dos votos nacionais e com isso enseja uma contínua renovação política, eis que disputam a Chancelaria Federal na prática apenas a CDU, partido de Angela Merkel, e o SPD, partido socialista, que foi de Willy Brandt no passado, e caímos nessa exagerada abertura, que chega ao extremo de a cada quatro anos, com dois senhores, que pelos respectivos partidos disputam (em tese) a presidência da República...
                  Temos visto que a reforma política no Brasil continua muito tímida, pois além de admitir que a sua aplicação se extenda até 2030, na prática os partidos anões continuam.
                     O que o Brasil carece é de grandes partidos, com sólida base ideológica, que de modo pertinente representem as diferenças de opinião, e não essas agremiações que restringem o seu personalismo a um número em extremo reduzido de representantes que tristemente só representam as misérias do subdesenvolvimento, ou, o que pior, do oportunismo das legendas de aluguel.


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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