Estimulada pela
estranha derrota de Hillary Clinton
contra o direitista Donald Trump, a Senadora Elizabeth Warren (Mass./Dem) já parece em campanha pela Casa Branca.
Sem
mencionar explicitamente, seja Hillary, seja a sua corrente, o Senador Bernie Sanders, a Sra.Warren julga
mais oportuno sublinhar que o esforço da ala Clinton em posicionar o
partido no centro deva ser relegado à História.
A
tática democrata do Presidente Clinton
garantiu-lhe dois mandatos seguidos. Alinhar o Partido de FDR com os radicais - a
exemplo da senadora por Massachusetts - é condená-lo a seguidas derrotas, dada
a atual preferência da maioria do Povo americano pelo centro. Se os democratas
passarem a ser confundidos com os radicais - liberals no vocabulário político estadunidense - eles perderiam parcela substancial do eventual apoio que os
votantes latinos, afro-americanos e outras minorias costumam dar-lhes.
A
direita americana busca desmerecer da vitória por milhões de votos no sufrágio
popular por Hillary.A votação indireta - por colégios eleitorais - tem sido
grande trunfo dos republicanos, com o indicam os triunfos na votação popular por Al
Gore, no começo deste século, e pela própria Hillary, em 2016, para serem ambos derrotados pela votação indireta dos colégios eleitorais.
O
celeiro dos democratas está na votação das minorias - afro-americanos, mesti-ços, extratos de menor renda - e cabe ao
Partido de Roosevelt defendê-los dos truques do GOP, ao restringir-lhes o
acesso às seções de votação, através de exigências burocráticas, numa
tendência que ultimamente tem crescido, agora que já foi esvaziada a legislação
anti-racista do Sul, pelo enfraquecimento do controle pelo Congresso das
tendências sulistas de afastar as minorias que costumam apoiar o Partido que
lhes apóia os direitos políticos. O Chief Justice Roberts (mais uma indicação de presidente republicano) chegou a declarar que
felizmente não era mais necessário recorrer a tais medidas pelo Congresso
federal, eis que o Sul já estava livre do racismo...
Será
uma luta longa, mas vejo muito mais possibilidades de os democratas crescerem
na Casa Branca, no Congresso e nos Estados, o que se rea lizado repercutiria
na Corte Suprema de Justiça, quando a desejada maioria progressista nos juízes
fosse afinal recuperada. Tal avanço
repercutiria na melhoria das condições jurídicas e, por conseguinte, políticas,
das minorias defraudadas pelos conservadores (i.e.,republicanos) com a volta
dos bons tempos de Supremo que estará do lado das massas defraudadas e da política
progressista (época das grandes decisões liberais na Justiça - Miranda e a Roe vs. Wade, sentença pró-aborto, que vem sendo esvaziada pelo GOP).
Nada disso será conseguido se o Partido Democrata passar a ser
confundido como dominado por corrente radical e de esquerda, o que nos
Estados Unidos equivaleria a condená-lo a virtual beco político.
Indicar Elizabeth Warren
para a nomination na futura
eleição para a Casa Branca é concedê-la de mão beijada, para o GOP, com todos
os benefícios colaterais que tal implicaria para os republicanos.
Ver um grande partido, como o de Roosevelt,
passar ao controle de radicais - ao ver
do eleitorado estadunidense - seria
conceder a Casa Branca, e a maioria nas duas Câmaras legislativas - Senado e
Câmara de Representantes, por
antecipação a longos períodos de domínio
pelas forças do atraso, vale dizer do Grand
Old Party, i.e. o Partido Republicano.
( Fonte: The New York Times )
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