A maneira com que o
Presidente Donald Trump enfrenta o desafio da Coreia do Norte e do ditador Kim
Jong-un poderia ser ainda mais inadequada e fora de sintonia?
Pensando bem, parece difícil.
Por quê?
Vamos responder por
partes. Primo, se nós
abstrairmos o tom de superioridade, Trump parece enjeitar toda a imensa
estrutura que, não só em tese, o habilitaria a ficar em silêncio, e deixar que
os profissionais do ramo cuidem da questão, enquanto ela é suscetível de ser cuidada. Secondo, note bem que pensando endeusar-se nessa atitude que procura e,
mesmo julga possível, resolver o problema em termos de linguagem do tweeter, o
que Trump consegue é colocar-se no mesmo nível do adversário.
Como assim?
Terzo,
Trump
gosta de servir-se do tweeter como
resposta aos desafios, pela simplicidade do instrumento, que para ele é
perfeita, na maneira em que se adequa às
suas próprias limitações.
Não acha acaso possível que esta
presença de Trump possa confundir o adversário?
Quattro.
De
modo algum. Aliás, o Secretário da Defesa estadunidense, o General James Mattis,
já, quando consultado pela imprensa americana, encontrou maneira de dizer que
não se dá ao inimigo indicações sobre a maneira de agir dos Estados Unidos. Trump parece não ter registrado esse
conselho, ao contrário de o que deveria, pois o que o general Mattis referiu é
o conhecimento do experto em tais situações, o que não é obviamente a condição
do Presidente.
Cinque.
Nesse sentido, é mais do que hora de abandonar esse protagonismo quase juvenil,
para deixar que a situação seja tratada pelos especialistas. Se Trump não o
fizer, ele estará contribuindo para baixar ainda mais o nível desse estranho
diálogo, e contribuindo, dessarte, para tornar a situação ainda menos
previsível e, por conseguinte, mais perigosa para a Humanidade.
( Fonte: The New York Times
)
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