domingo, 20 de agosto de 2017

Colcha de Retalhos E 28

                    

Refis, um tiro pela culatra


        O Governo errou feio ao confiar no chamado Refis para diminuir o vermelho nas suas contas. Tramitando no Congresso, os três programas de parcelamento de débitos tributários, conhecidos como Refis,  manipulados por congressistas, acabaram "perdoando" R$ 78.1 bilhões em dívidas, de acordo com estimativas da Receita Federal.

       Esse valor absurdo corresponde à renúncia potencial de arrecadação com a redução de juros, multas e encargos das dívidas de empresas, Estados e municípios.

      E o drama pode ainda ser maior, eis que dois desses programas - um de parcelamento para devedores do Funrural e outro, voltado a empresas - ambos criados por M.P., estão ainda em tramitação no Congresso e podem ser alterados pelos parlamentares, aumentando os benefícios aos devedores. Já o terceiro programa que se destina a dívidas previdenciárias de Estados e municípios está com o prazo de adesão encerrado.

       Essas alterações realizadas no Refis são indefensáveis, pela desfaçatez demonstrada na 'facilitação' de certas condições, e carecem de ser refeitas com urgência.


A Piada do Fundo Eleitoral

  
      O Congresso dá toda a impressão de ser ignaro quanto às reais condições públicas, condições essas que se refletem até no orçamento das Forças Armadas, como recente blog ressaltou.

         Nesse contexto, o próprio Ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso considerou "desaforo" a criação de fundo público  com R$ 3,6 bilhões  para financiar campanhas.

          Mostrando ainda muita flexibilidade, Barroso admitiria que o valor chegasse a R$ 1.00 bilhão, para as eleições de 2022. A solução seria o voto distrital misto para as eleições de 2022, ainda que o Brasil arque com o preço do distritão para 2018 e 2020.

           Peço vênia para discordar. Como não é favor algum o que os senhores políticos tencionem fazer ao Povo soberano, que eles paguem com os próprios cobres as respectivas campanhas, eis que a situação da Finança Pública mantém áreas prioritárias em termos de Segurança Nacional, como as nossas Forças Armadas, praticamente à míngua, e se os senhores políticos tencionem voltar a candidatar-se, que não transfiram o sacrifício da campanha para outros ombros que não os próprios.


Atentado do ISIS pode afetar resultado de plebiscito


            Como qualquer um que tenha alguma noção de história de Espanha, a campanha pela soberania da Catalunha não é exatamente uma iniciativa nova. Com os benesses de Bruxelas, a criação de mini-estados na União Européia tampouco pode ser havido como  fenômeno recente.

             A multiplicação dos Estados pode afagar as pretensões de soberania de diversas regiões, mas dificilmente poderia ser considerada como uma macro-solução nos corredores da U.E. em Bruxelas.

             Por outro lado, o atentado terrorista em Las Ramblas não passa  boa imagem para a capacidade de nova e autônoma Catalunha em lidar  com tais ameaças, que são infelizmente muito mais comuns nos dias que correm.

              Além disso - e tal resta verificar - se a proximidade do plebiscito de 1º de outubro não terá afetado o bom juízo do governo da Catalunha, ao não dar ao eventual projeto terrorista a relevância que deveria ter, em termos de preparações de segurança.

                O próprio E.I. poderá ter ajudado Barcelona a rever os seus velhos planos autonomistas, dadas as menores defesas de que dispõem os mini-estados que velhas vaidades desejam à força reviver.



( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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