Não é fácil o caminho da valente
ex-Procuradora-Geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, cujo périplo recente lhe
mostra a coragem e a pertinácia, entre outras qualidades.
Chegada à Costa Rica, ela vai
desfolhando a sua rosa com espinhos e denúncias. Diz ela que tem provas de
episódio em que o Presidente Nicolás Maduro desviou entre US$ 8 milhões e US$ 10 milhões, em
dinheiro vivo, saído do Fisco para repassá-los a uma empresa.
De acordo com Ortega, para a 'milionária
trama de corrupção' ele utilizou como "fachada a empresa venezuelana
Contextus Comunicação Corporativa", de Monika Ortigosa, uma parente de um
membro da Constituinte. Ortega disse ter entregue provas deste e de outros casos a promotores
americanos.
Por motivos de mui compreensível
segurança, a ex-Procuradora, uma vez chegada ontem à Costa Rica, não revelou a
sua agenda de atividades no país. Acusou o chavismo de contratar matadores de aluguel para
assassiná-la, por causa de suas denúncias de casos de corrupção no governo
Maduro.
"Venho especificamente para
denunciar à Procuradoria da Costa Rica e
à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que estou sendo perseguida
e o governo contratou capangas para acabar com minha vida", disse ela em
San José. "O mesmo acontece com Procuradores aqui na Costa Rica".
Dentre as acusações que fez em
Brasília - e que já foram reportadas pelo blog
- Ortega detalhou acusações contra o número dois do chavismo, o "deputado constituinte" Diosdado Cabello. A esse propósito, a Procuradora-Geral declarou que o caso de
corrupção envolvendo Cabello e a Odebrecht ultrapassa os cem milhões de dólares.
Consoante declarou Luisa
Ortega Díaz, o seu escopo é lançar
uma "cruzada continental" para denunciar o chavismo. "Não é
possível fazer Justiça na Venezuela, principalmente em casos de direitos
humanos e corrupção".
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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