sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O Incrível Trump pode não estar errado


      Depois de aparente hesitação,  o  Presidente  Donald Trump  voltou  a elogiar  posições defendidas  pelo Sul ao ensejo da guerra de secessão.
      Deplorou a iniciativa de derrubar estátua do General  Robert E. Lee - que comandara as forças do Sul secessionista  - assim como defendeu versões desmentidas pela História de que o general Pershing manchara balas com o sangue de inimigos americanos, debelando exitosamente a resistência nas Filipinas.
      A atitude de Trump que abraça teses da direita e extrema-direita, no que parece como tentativa de dar  visão supostamente mais "equilibrada" da História americana tem sido muito criticada pelos principais veículos de informação, como se Trump estivera endossando postura unilateral quanto à passada guerra de secessão.
      O que parece estar conseguindo, no entanto, é que  a atitude  do  Norte vencedor sobre o Sul perdedor na guerra civil travada na década de sessenta no século XIX seja igualmente projetada nos monumentos que em Washington e outras capitais estadunidenses buscaram antes preservar o valor militar e o eventual empenho e valor individual das diversas figuras de que se conservam até hoje no Capitólio as estátuas respectivas.
      A "virtude" de Mr Trump, além de uma aparente confusão entre o valor respectivo das figuras nacionais preservadas em Washington e a sua influência negativa, parece ser a de atrair para representações de grandes vultos estaduais um ódio desenraizado, que lhes ignora o valor individual e lhes torna como quê símbolos de um odium generalizado, que muitas vezes nada tem a ver com o que representam, em termos castrenses e até mesmo políticos, as estátuas que hoje se encontram no Capitólio em Washington.
      A manutenção de tais estátuas na Capital estadunidense e em muitas cidades do Sul americano não pode ser interpretada de  forma vesga e excludente.  O  Sul perdedor na Guerra Civil americana recebera do Norte ganhador  postura digna da parte vencedora, na medida em que acolhia entre seus monumentos as eventuais grandes figuras representativas do Sul Americano.
      Não vamos submeter a antiga Confederação a  nova forma de ódio indiscriminado, que se sói muita vez reservar à Parte Perdedora.  O General Lee, cujas qualidades militares jamais se ousara contraditar, não merece acaso uma estátua?  E os outros grandes personagens do Sul perdedor, também serão levados por essa corrente que talvez mais se deva à inabilidade de Trump, de que a causas reais?  Bem o fizeram no passado os líderes políticos americanos, que dentro do espírito de Lincoln pensaram em valorizar os principais vultos do Sul perdedor, do que em levá-los em uma corrente de ressurgente odium contra a parte vencida, e que passa, na melhor tradição do pós-imediato das vitórias castrenses ao menosprezo e ao rebaixamento dos grandes valores militares e políticos do Sul que merece ser estudado com mais cuidado e menos odium de vencedores.
      Por isso, pesa-me dizê-lo, mas se avaliarmos bem a questão - talvez inabilmente apresentada pelo Presidente - a causa da preservação dos grandes vultos da história do Sul, perdedor na guerra de Secessão, mas não por isso desmerecedor de uma correta e bem-refletida avaliação de seus grandes vultos, que são relevantes demais para serem largados como aparentes maus exemplos de sua História.
       O que estamos assistindo, por enquanto,  é mostra de deslocado odium, passados já dois séculos de História.  Como era entendido pelos vultos nortistas do Passado que colocaram como grandes figuras do Sul os seus expoentes militares e políticos, não devemos ora nos deixar carregar por um Odium fora do tempo aos eventuais expoentes autênticos de um dos sustentáculos da Nação americana. E é por isso que me vejo forçado a concordar com o Presidente Trump, malgrado se americano fora, houvesse votado com Hillary Clinton...






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