domingo, 13 de agosto de 2017

Esse Congresso...

                              

         Repercutiu muito mal junto à opinião pública a votação em comissão de um ultra-generoso Fundo Partidário para a próxima eleição.
         Em época de graves problemas orçamentários, a cegueira política em olhar apenas para os próprios interesses egoístas, em se autovotando generosos fundos, quando há grave crise na solvência do crédito público - a par da egotista visão que pensa apenas nos respectivos interesses e que o resto vá para a breca, decerto não nos fornece boa impressão quanto à visão dos parlamentares acerca do melhor emprego das dotações públicas.
         O Congresso, segundo muitos observadores, pensa tão só nos próprios interesses. Se tivesse visão mais larga, se deteria um pouco mais no escândalo da multiplicação partidária, que decorreu de pouco sensata sentença do Supremo, fulminando discreta lei do Congresso que instituía a cláusula de barreira.
         A falta de qualquer limite neste campo - sob a falsa teoria de um crescei e multiplicai-vos das alegadas diversas tendências, que resulta na infindável cissiparidade de partidos nanicos - além das oportunistas legendas de aluguer - que se locupletam com as receitas públicas que são derramadas nesses ridículos micropartidos, e que chegam, a cada quadriênio, para nossa mui particular vergonha, a apresentar conhecidos candidatos à presidência, que surgem nesses intervalos políticos  - deles um dos mais notórios, chegando a tirar fotos com reais candidatos, v.g. Dilma Rousseff, é  José Maria Eymael.
         Malgrado a estranha sentença de impeachment que desrespeitou preceito constitucional de suspensão dos direitos políticos - no então incrível fatiamento da cláusula constitucional que dispõe sobre a matéria, e que foi abraçada pelo então presidente do Supremo, o Ministro Ricardo Lewandowski, que acolheu pressuroso a proposta de partido saído do PT, na dissidência que constituíu o ultraesquerdizante chamado PSol. Lewandowski sequer piscou  em acatar o que o leguleio da ultraesquerda ex-petista propunha - que o impeachment da Presidenta pulasse as disposições quanto à suspensão dos direitos políticos... Será acaso por isso - embora os exemplos de que se valeu foram diversos, pelo considerável decurso de tempo interveniente - que o defunto general Charles de Gaulle, então todo poderoso Presidente da França, disse, no contexto da guerra da Lagosta - tão cínica e injusta assertiva quanto a exclamar que "Le Brésil, c'est pas un pays sérieux ![1]"

( Fonte: Tevê Globo )




[1] "O Brasil não é um país sério!"

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