Repercutiu muito mal junto à opinião pública a votação em comissão de
um ultra-generoso Fundo Partidário para a próxima eleição.
Em época de graves problemas
orçamentários, a cegueira política em olhar apenas para os próprios interesses
egoístas, em se autovotando generosos fundos, quando há grave crise na
solvência do crédito público - a par da egotista visão que pensa apenas nos
respectivos interesses e que o resto vá para a breca, decerto não nos fornece
boa impressão quanto à visão dos parlamentares acerca do melhor emprego das
dotações públicas.
O Congresso, segundo muitos
observadores, pensa tão só nos próprios interesses. Se tivesse visão mais
larga, se deteria um pouco mais no escândalo da multiplicação partidária, que
decorreu de pouco sensata sentença do Supremo, fulminando discreta lei do
Congresso que instituía a cláusula de barreira.
A falta de qualquer limite neste campo
- sob a falsa teoria de um crescei e multiplicai-vos das alegadas diversas
tendências, que resulta na infindável cissiparidade de partidos nanicos - além
das oportunistas legendas de aluguer - que se locupletam com as receitas
públicas que são derramadas nesses ridículos micropartidos, e que chegam, a
cada quadriênio, para nossa mui particular vergonha, a apresentar conhecidos
candidatos à presidência, que surgem nesses intervalos políticos - deles um dos mais notórios, chegando a
tirar fotos com reais candidatos, v.g. Dilma Rousseff, é José Maria Eymael.
Malgrado a estranha sentença de impeachment que desrespeitou preceito
constitucional de suspensão dos direitos políticos - no então incrível fatiamento da cláusula constitucional
que dispõe sobre a matéria, e que foi abraçada pelo então presidente do
Supremo, o Ministro Ricardo Lewandowski, que acolheu pressuroso a proposta de
partido saído do PT, na dissidência que constituíu o ultraesquerdizante chamado
PSol. Lewandowski sequer piscou em acatar o que o leguleio da ultraesquerda ex-petista
propunha - que o impeachment da
Presidenta pulasse as disposições quanto à suspensão dos direitos políticos...
Será acaso por isso - embora os exemplos de que se valeu foram diversos, pelo
considerável decurso de tempo interveniente - que o defunto general Charles de Gaulle,
então todo poderoso Presidente da França, disse, no contexto da guerra da Lagosta - tão cínica e injusta
assertiva quanto a exclamar que "Le
Brésil, c'est pas un pays sérieux ![1]"
(
Fonte: Tevê Globo )
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