quarta-feira, 16 de agosto de 2017

P.F. liga Bethlem a Paes e Crivella

                    

          O ex-deputado federal Rodrigo Bethlem é alvo da Lava-Jato, em mandados de busca e apreensão da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.
         Bethlem foi ex-secretário municipal de Eduardo Paes (PMDB) e é atualmente aliado do prefeito Marcelo Crivella (PRB).  Objeto atualmente de suspeitas de intermediar propina paga por empresários de ônibus a políticos.
         Bethlem, no curso de investigação determinada pelo juiz Marcelo Bretas, braço da Lava-Jato no Rio de Janeiro, foi ouvido na Polícia Federal e teve os sigilos bancários, fiscal, telefônico e telemático (e-mails) quebrados por determinação judicial.
           Mensagens de celular e de e-mails, interceptadas pelo Ministério Público Federal na Operação Ponto Final, que prendeu empresários de ônibus, levaram os agentes a suspeitar de Bethlem.
           Nesse sentido, o ex-deputado federal enviou mensagem a 28 de dezembro a Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes), que atualmente se acha preso, dizendo para que "tranquilizasse a 'turma', pois o esquema seria supostamente mantido,  ao que tudo indica, pela atual administração municipal", diz a Procuradoria.
         "Meu amigo garantiu que se o atual fizer,ele mantém.Entendeu?"
          Foi o que escreveu Bethlem a Teixeira, pouco após pedir um encontro "urgente".
           Uma das suspeitas é que a mensagem seja endereçada ao empresário  Jacob Barata Filho, também preso na Ponto Final.  Há diversos e-mails que indicam reuniões frequentes entre os dois.
            Já no dia 2 de janeiro, ele afirma a Teixeira que "este vice vai dar muito trabalho", em referência ao vice-prefeito Fernando Mac Dowell que assumiu a Secretaria  Municipal de Transporte.
             Engenheiro indicado pelo PR para a vaga, MacDowell vetou o reajuste contratual da tarifa de ônibus este ano e tem protagonizado embates com as empresas do setor.
              "Ele que criou caso. Os dois tinham se acertado", escreveu o ex-deputado.
            Bethlem teve forte atuação tanto no governo Sérgio Cabral (PMDB), preso desde novembro, como na gestão Eduardo Paes (PMDB). No Estado, foi secretário de Governo.  No município,era uma espécie de braço direito do ex-prefeito na Ordem Pública e, depois, na Assistência Social.
             O Juiz Marcelo Bretas afirmou em sua decisão que as suspeitas sobre ele reforçam a tese de que exista "uma extensão da organização criminosa do Rio na capital.
                Paes rompeu com o ex-aliado após a divulgação de gravações que indicavam que ele mantinha contas na Suiça.

 Com relação às alegações das partes envolvidas nas investigações:

                   Em nota, o ex-prefeito Eduardo Paes afirmou que a operação "não guarda qualquer relação com o período em que Rodrigo Bethlem foi secretário do Governo do ex-prefeito."
                    Por sua vez, a gestão Crivella da Prefeitura do Rio de Janeiro, declara em nota que "repudia com veemência as insinuações descabidas de qualquer possibilidade de escândalos no setor de transportes do governo anterior ter continuado na atual gestão."
                    A Prefeitura Crivella  disse ainda que "no mês passado conseguiu impedir novamente o aumento da tarifa de ônibus urbanos do município, contrariando a reivindicação dos empresários."


( Fonte: Folha de S. Paulo )

Nenhum comentário: