O ex-deputado federal Rodrigo Bethlem é
alvo da Lava-Jato, em mandados de busca e apreensão da Operação Lava-Jato no
Rio de Janeiro.
Bethlem foi ex-secretário municipal de
Eduardo Paes (PMDB) e é atualmente aliado do prefeito Marcelo Crivella
(PRB). Objeto atualmente de suspeitas de
intermediar propina paga por empresários de ônibus a políticos.
Bethlem, no curso de investigação
determinada pelo juiz Marcelo Bretas, braço da Lava-Jato no Rio de Janeiro, foi
ouvido na Polícia Federal e teve os sigilos bancários, fiscal, telefônico e
telemático (e-mails) quebrados por determinação judicial.
Mensagens de celular e de e-mails,
interceptadas pelo Ministério Público Federal na Operação Ponto Final, que
prendeu empresários de ônibus, levaram os agentes a suspeitar de Bethlem.
Nesse sentido, o ex-deputado federal
enviou mensagem a 28 de dezembro a Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor
(Federação das Empresas de Transportes), que atualmente se acha preso, dizendo
para que "tranquilizasse a 'turma', pois o esquema seria supostamente mantido, ao que tudo indica, pela atual
administração municipal", diz a Procuradoria.
"Meu amigo garantiu que se o
atual fizer,ele mantém.Entendeu?"
Foi o que escreveu Bethlem a
Teixeira, pouco após pedir um encontro "urgente".
Uma das suspeitas é que a mensagem
seja endereçada ao empresário Jacob
Barata Filho, também preso na Ponto Final.
Há diversos e-mails que
indicam reuniões frequentes entre os dois.
Já no dia 2 de janeiro, ele afirma
a Teixeira que "este vice vai dar muito trabalho", em referência ao
vice-prefeito Fernando Mac Dowell
que assumiu a Secretaria Municipal de
Transporte.
Engenheiro indicado pelo PR para a
vaga, MacDowell vetou o reajuste contratual da tarifa de ônibus este ano e tem
protagonizado embates com as empresas do setor.
"Ele que criou caso. Os dois
tinham se acertado", escreveu o ex-deputado.
Bethlem teve forte atuação tanto
no governo Sérgio Cabral (PMDB), preso desde novembro, como na gestão Eduardo
Paes (PMDB). No Estado, foi secretário de Governo. No município,era uma espécie de braço direito
do ex-prefeito na Ordem Pública e, depois, na Assistência Social.
O Juiz Marcelo Bretas afirmou em
sua decisão que as suspeitas sobre ele reforçam a tese de que exista "uma
extensão da organização criminosa do Rio na capital.
Paes rompeu com o ex-aliado
após a divulgação de gravações que indicavam que ele mantinha contas na Suiça.
Com relação às alegações das partes envolvidas
nas investigações:
Em nota, o ex-prefeito
Eduardo Paes afirmou que a operação "não guarda qualquer relação com o
período em que Rodrigo Bethlem foi secretário do Governo do ex-prefeito."
Por sua vez, a gestão
Crivella da Prefeitura do Rio de Janeiro, declara em nota que "repudia
com veemência as insinuações descabidas de qualquer possibilidade de escândalos
no setor de transportes do governo anterior ter continuado na atual
gestão."
A Prefeitura Crivella disse ainda que "no mês passado
conseguiu impedir novamente o aumento da tarifa de ônibus urbanos do município,
contrariando a reivindicação dos empresários."
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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