sexta-feira, 25 de agosto de 2017
O Ministro Moraes denega ações sobre o impeachment
Segundo noticia o Estado de S. Paulo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou a 23 de agosto corrente dar seguimento a mandados de segurança que pediam à Corte que determinasse que o Presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) desse andamento na Casa a pedidos de impeachment do Presidente Michel Temer.
Tais petições haviam sido apresentadas por parlamentares da Oposição e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Na decisão em que rejeitou a ação proposta por parlamentares da Oposição, o Ministro Moraes afirmou que não cabe ao Judiciário analisar se é legal ou não um ato praticado na Câmara de Deputados, quando o assunto diz respeito à interpretação de norma regimental.
Para Moraes, que como se sabe foi Ministro da Justiça no governo Temer até fevereiro, é "vedado ao Poder Judiciário, substituindo-se ao próprio Legislativo, dizer qual o verdadeiro significado da previsão regimental, por tratar-se de assunto interna corporis, sob pena de ostensivo desrespeito à separação de Poderes".
Moraes deixou o ministério quando foi indicado para o STF na vaga de Teori Zavascki, morto em acidente aéreo.
Sob o ponto de vista do Ministro Moraes, mesmo o engavetamento dos pedidos na Câmara não seria motivo de o STF intervir.
Na ação proposta pelo presidente da OAB, Claudio Lamachia, o Ministro Moraes afirmou ser "patente a inviabilidade do mandado de segurança, ante a ilegitimidade ativa do presidente do Conselho Federal da Ordem".
Em seu pedido, Lamachia apontou demora de Maia de quase três meses e meio para dar seguimento aos pedidos de processo de impeachment na Câmara. Os autores buscavam que a Suprema Corte concedesse liminar obrigando Maia a analisar a presença dos requisitos formais nas denúncias já apresentadas e a providenciar a instalação das comissões especiais para analisar o mérito. Cabe ao Presidente da Câmara decidir se dá andamento ou não a pedidos de impeachment contra o Presidente da República.
Os parlamentares da oposição alegam que a Câmara já tinha recebido as denúncias por crime de responsabilidade contra Temer, até aquele momento "sem que nenhum andamento fosse tomado" Para os parlamentares, a fiscalização do Poder Executivo é atribuída aos órgãos coletivos do Legislativo, e não aos seus membros individuais. Ao não dar nenhum despacho nos pedidos de impeachment , o Presidente da Câmara estaria "ferindo direito líquido e certo dos parlamentares de se pronunciarem sobre o tema", de acordo com a alegação da oposição.
" A autoridade impetrada possui papel central na tramitação do processo de impeachment, porém não possui poderes para obstar de maneira infundada a tramitação de denúncias de crime de responsabilidade", argumentaram os deputados da oposição.
Para Lamachia, presidente da OAB, há desvio de finalidade quando Maia não dá seguimento aos pedidos de impeachment. O mandado de segurança afirma que a conduta do Presidente da Câmara dos Deputados "infringe tríplice violação de direitos."
Procurado ontem, o Palácio do Planalto informou que não comentaria o caso.
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