Inepto e corrupto são dois epítetos que
desvelam, para quem tem algum conhecimento da prevalente situação na pobre
Venezuela, a quem tais adjetivos se dirigem e fulminam.
Maduro pensa haver comprado com os
fundos de suas apropriações indébitas o comando das Forças Armadas
venezuelanas. Os tiranos, a fortiori
em plagas da América Latina, sempre pensaram poder predominar nas próprias
paragens com o pesado e pútrido ouro, que coletam para comprar quem acaso os
ajude na imunda, vergonhosa repressão daqueles que se levantem em defesa da
própria pátria.
Esta é a primeira rebelião militar
contra o Tirano. Pode ser ele de fancaria, ridículo no aspecto e podre nos
propósitos. Cria falsas constituintes, em campos dos miseráveis a soldo
congregados.
Espevitada e irrepressa é a chama da
liberdade. Maduro, com seus uniformes, pensa poder tudo comprar. Com préstimos
do vil metal, acredita ter as Forças Armadas como seus cães de guarda. Por ora,
corre fácil o dinheiro de suas burras. Como todo ditador, crê poder subordinar
consciências e para tanto pensa valer-se dos públicos fundos de mal parado
Erário.
Rasgado o véu do
conformismo situacionista, mostram ora alas
do exército que têm alma e caráter. Por isso, há de infundir mais inquietude à
corrupta aliança do ditador com as árvores de natal dos alvos uniformes, hiper-carregados
de condecorações, que, em verdade, representam a torpe, pútrida vanguarda do
atraso.
Sacode a alma ver imagens da impávida
luta da boa e brava gente que porta na fisionomia a disposição de batalhar por
Venezuela que não seja esse espelho de corrupção e covardia, marcada pela
aliança do torpe ditador Maduro cercado por seus cães de guarda, cujos alvos,
super-condecorados uniformes apenas refletem o remanso das podres águas da velha
América Latina.
Por ora, temos a pouco
confiável mensagem do ditador, que busca desmerecer da insurreição. Segundo ele, o ataque foi arquitetado
"em Miami e na Colômbia". Intentando enegrecer-lhes ainda mais a
imagem, acrescentou : "os rebeldes receberam dinheiro. E esta fatura foi
paga em Miami e na Colômbia." E aditou, com o ramo de oliva dos tiranos:
"peço a pena máxima para todos os envolvidos, neste ataque terrorista ao
Forte Paramacay."
Por
sua vez, inquieto, com a serenidade de
quem tem a cabeça a prêmio, a
"Comissão da Verdade" deverá "acabar com a impunidade", de
quem, sempre segundo o Governo, promove o "terrorismo" no país. Nesse
sentido, Maduro já ameaça com pena de prisão alguns líderes opositores por terem convocado manifestações contra ele e a Constituinte.
Como muitos hão de recordar, o processo revolucionário contra o governo
legal na Venezuela, fora iniciado em 1994, pelo ten.coronel Hugo Chávez contra
o Presidente Carlos Andrés Pérez. A intentona
fracassou e Chávez passou dois anos na cadeia.
Este novo levante, irrompe às cinco
da manhã, com a divulgação de vídeo gravado na 41ª Brigada Blindada de
Valencia, no qual Juan Caguaripano, capitão da Guarda
Nacional Bolivariana (GNB) declara "rebelião" contra o governo de
Maduro.
"Nós nos declaramos em
rebelião legítima, denunciamos a tirania assassina de Nicolás Maduro.
Esclarecemos que isto não é um golpe, esta é uma ação cívica e militar para
restaurar a ordem constitucional."
Não tardou muito para que o forte Paramacay fosse cercado por
tanques e investido por helicópteros. Em seguida, homens armados adentraram a
base, havendo tiroteio. "Os invasores foram repelidos imediatamente",
se apressa em comunicar o general Remígio Ceballos.
Segundo as agências, logo nas primeiras horas da manhã,
após a notícia da revolta no Forte Paramacay, a população de Valencia saíra às
ruas para tentar ajudar os rebeldes, mas
a Guarda reprimiu os protestos. De acordo com a imprensa, Ramon Rivas, líder
local do partido Avanzada Progresista,
morreu no confronto.
Assinale-se, por fim, que o capitão Caguaripano é procurado desde 2014 por
rebelião militar e "traição à pátria". Havido como foragido nos
Estados Unidos, Caguaripano aparece no vídeo ombreando com quinze homens,
envergando uniformes do exército, muitos com armas. O outro militar do grupo seria um tenente,
tido como "desertor" pelo noticiário governista.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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