A morte de nosso grande
poeta Carlos Drummond de Andrade
marcou o seu trigésimo aniversário ontem.
Em 2002 se instalara na praia de
Copacabana, no posto 6, a uns três quarteirões do prédio em que antes morava o
poeta, a bela estátua de um dos nossos maiores vates do século passado - o
outro, que vivia no centro, Avenida Antônio Carlos, é Manuel Bandeira, que se
juntou a Totônio Rodrigues, já também
dormindo profundamente (desde 1968).
Que eu saiba Bandeira ainda não
recebeu essa homenagem, a que também faria mérito. Tive a oportunidade de
assistir conferência sua sobre Maria
Stuart na ABI. Ao contrário do provecto ar que, em geral, preside a tais
ocasiões, o poeta mostraria mais uma vez
a sua auto-ironia, passeando na leitura de deliciosa palestra, em voltas e mais
voltas no papelzinho em que resumira os principais dados da conferência. O que costuma ser povoado por bocejos o seria
pelos leves sorrisos de um conquistado público...
Mas voltemos ao poeta das Alterosas,
cuja leitura tanto marcou minha
juventude. Teve ele a sorte de ser retratado com grande perfeição e cercania da
realidade. Vítima de vândalos - triste reflexo de uma queda para muitos geral -
a estátua lograria por fim a necessária proteção. Agora esta dissipou-se e há
motivos para temer que a boçalidade ambiente a ataque de novo. De todo modo, há um processo de proteção em
curso, que esperemos logre êxito.
Mais perto de mim está a estátua no
Arpoador de Antonio Carlos Jobim. Pode ser que com os anos ela cresça na sua
relação com o público, como a de Drummond. Algo talvez lhe falte, e não sei se
o passar dos anos cuidará de acrescentá-lo.
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