O Peru vem assumindo, através de seu
presidente Pedro Pablo Kuczynski, uma enérgica postura contra o regime de
Nicolás Maduro, que se transforma a
olhos vistos em ditadura.
Para sublinhar a posição contrária do
governo peruano à involução do regime chavista, em termos democráticos, o
presidente Kuczynski determinou a expulsão do embaixador Diego Molero.
A decisão do presidente peruano está
embasada na seguinte assertiva: "O governo peruano decidiu expulsar o
embaixador Diego Molero após ter expressado sua condenação à ruptura da ordem
democrática no país."
Há consenso no Peru para essa
radicalização no que tange às relações diplomáticas com Caracas. Essa enérgica
iniciativa - que não se cinge à postura tradicional das meias medidas - foi
proposta pelo Congresso peruano, no qual tem maioria a oposição, representada
pelo partido de Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que
cumpre pena de 25 anos de prisão, por corrupção e crimes contra a Humanidade.
Distanciando-se dos moderados na
América Latina, diante das brutais mortes de demonstrantes na Venezuela,
caçados como virtuais criminosos, e a quem se procura covardemente intimidar
com longas penas na prisão por ousarem participar de pacíficas demonstrações
contra o corrupto governo chavista de Maduro, o Presidente Kuczynski criticou
acerbamente o ditador venezuelano, evitando a tônica do apelo à diplomacia e
seus instrumentos habituais, que no caso podem ser entendidos como chavões sem
sentido para quem menospreza os recursos diplomáticos.
Recentemente, o ditador venezuelano chamara Kuczynski de
"cão covarde a serviço do imperialismo". Em resposta, o presidente
peruano afirmou: "Não me
encontrarei com Maduro. Minha mensagem é: renuncie."
De toda forma, a deriva do regime
chavista para a ditadura é sublinhada pelo posição do Peru. Foi exposta a
infame manobra de instalar assembléia constituinte, sem abrangente apoio
popular, e, na prática, restringindo
seus membros aos chavistas, com a fraude tão sanhuda quanto distanciada
da realidade, a fim de preparar o afastamento da Assembléia Legislativa, com
larga maioria da Oposição, o que apenas reflete o quanto o chavismo e o próprio
Maduro são minoritários perante o Povo da Venezuela. A Constituinte de Maduro
reflete a fraude imperante, o que se espelha tanto no seu apoio popular
(restrito a uma parcela minoritária da população), e destituída, por
conseguinte, de qualquer autoridade para arrotar normas e pretender sufocar a
posição democrática majoritária, através dos infames truques da fraude
eleitoral sem quaisquer barreiras.
Diante de uma ruptura tão larga
entre a realidade - que é assim vista não só pela oposição majoritária, mas
pela maior parte dos governos livres da América Latina - torna-se cada vez mais
difícil julgar possível negociar com o atual governo ditatorial de Maduro, em
que a incompetência administrativa é apenas uma das partes do flagelo que
fustiga o infeliz Povo venezuelano.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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