Ainda com o pretexto da
tentativa de golpe de 2016, que teria vínculos com o clérigo Fethullah Gulen -
asilado nos Estados Unidos e bête noire
que justifica todos os excessos da virtual ditadura implantada por força da
intentona contra o presidente Recep
Tayyip Erdogan - a dócil Justiça turca determinou a prisão de 35
pessoas, entre as quais nove jornalistas, no âmbito de investigação acerca de
seus vínculos o "suposto inimigo nº 1" do regime.
É uma razzia que reflete a mórbida
desconfiança do ditador contra profissionais da imprensa, acadêmicos e
profissionais liberais, que incorram no
crime de serem críticos desse governo ditatorial. São nove pessoas,
inclusive ex-colaboradores, cuja prisão é justificada "por pertencerem a organização terrorista."
Burak Ekici, um dos chefes de redação
do jornal de oposição Birgun, anunciou
sua detenção no Twitter. Segundo Ekici, a polícia avisou que apreenderia seu
telefone e seu computador. A imprensa turca crítica a Erdogan - uma missão
bastante perigosa no regime de Erdogan - e afirma que Erdogan aproveitou-se do
golpe frustrado para ampliar o próprio poder e reprimir cada vez mais a
dissidência.
Os dados - decorrentes da paranóia do
ditador - impressionam: demitidos mais de 138 mil funcionários,
"suspeitos" de serem simpatizantes do terrível clérigo Gülen, que
vive exilado na Costa Leste dos Estados Unidos.
De acordo com projeções de ONGs
que monitoram os direitos humanos, mais de cem mil pessoas foram presas.
Ao menos, duas mil instituições de ensino foram cerradas.
As organizações de defesa dos
direitos humanos, e em especial da liberdade de imprensa, denunciam
regularmente, os ataques de parte das autoridades turcas, especialmente depois
da tentativa de golpe contra Erdogan.
Em ranking de 2017 sobre a
liberdade de imprensa, elaborado pela organização Repórteres sem Fronteiras, a Turquia
ocupa o 155º lugar em
uma lista de cento e oitenta países. Olé !
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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