Logo após a
divulgação da iniciativa do Diretor do FMI de informar o Congresso de desenvolvimento
inesperado quanto à investigação sobre os e-mails
do servidor privado da Senhora Clinton, o caráter imprudente da iniciativa
já se entremostrava.
Naquela data,
Mr James Comey dissera que estava
obrigado a atualizar a questão,
porque ele havia testemunhado em julho que a investigação fora completada. Eis que agora, no entanto, se determina que
Comey nada sabia sobre o teor dos novos e-mails
descobertos na investigação feita no
computador de Anthony Weiner, o marido separado de Huma Abedin (uma das
colaboradoras mais próximas de Hillary).
Agora,
diante dessa decisão tão imprudente quanto irresponsável, o Departamento de
Justiça e o FBI estão correndo para
processar centenas de milhares de e-mails, para determinar se existe algo
relevante neles antes da data de oito de novembro, o dia das eleições.
Mr Comey semelha pouco importar-se com as
consequências de sua insinuação quanto à relevância dos dados obtidos. Até agora, o que está claro é que o diretor
do FBI agiu de forma irresponsável. Ao afirmar que se colocava fora da
política, na verdade o Sr. Comey criou um falso suspense quanto à situação
criada.
Com muita razão,
estão revoltados - e indignados mesmo - a direção da campanha de Hillary e seus
partidários. Também altas autoridades de Administrações passadas, tanto Democratas,
quanto Republicanas, se juntaram em condenarem de forma unânime a leviandade de
Mr Comey. O que aumenta ainda mais a suspeita quanto a tratar-se de mero
equívoco, ou de uma decisão mais séria e consciente, é a existência desde muito
de regra no Departamento de Justiça (de
que o FBI faz parte) contra a difusão de informações incendiárias para o público e mesmo para o
Congresso, a menos de sessenta dias da eleição, porque tal pode ser visto como
tentativa de influenciar o voto. O próprio Richard Painter, o principal
assessor do Presidente Bush em ética, afirmou que muito provavelmente a carta
de Comey ao Congresso violou lei federal que impede servidor público de servir-se
da própria posição para influenciar o resultado de eleição. Nesse sentido, Mr Painter dirigiu carta de queixa para o
Bureau do Conselheiro Especial, para que investigue a iniciativa de Mr Comey.
Não deixa de ser intrigante que, em outros campos, em que a conexão afetaria mais o GOP, Mr James Comey foi bastante mais estrito. Nesse sentido, Comey agiu com sucesso para
retirar o nome do FBI de relatório publicado pela difusora CNBC,
quanto à tentativa do Kremlin de
influenciar na eleição presidencial.
Comey acreditava que a informação
era correta, mas não queria que o FBI aparecesse nela já tão próximo da
eleição...
Por
fim, mesmo se emails confidenciais
aparecerem na coleção do computador de Mr Weiner, isto não vai alterar em nada
a situação jurídica de Hillary Clinton, eis que anteriormente o FBI já
determinara que o uso de informação confidencial pela Secretária de Estado não havia
sido intencional.
À
medida que se torna cada vez mais insustentável e condenável a leviana atitude
de Mr James Comey, o New York Times
frisa que a eleição marcada pelo desrespeito de uma série de normas políticas e
sociais, ora se encaminha para o respectívo término com atos tendentes a minar
a confiança do Povo em uma de suas principais agências para a implementação da
Lei.
( Fonte: The New York Times )
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