sábado, 12 de novembro de 2016

Uso ou abuso de voos da FAB

                          
         Desde o tempo da ditadura que as investigações do Estadão colhem boa recepção junto da opinião pública nacional.
         Recordo-me dentre essas que marcaram época, aquela relativa às mordomias dos diversos ministros, procedida em cuidadoso exame de documentos oficiais, enfrentando decerto as dificuldades próprias do período.
         Diante do aparente abuso por Suas Excelências na utilização das aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), o Ministério Público Federal do Distrito Federal abriu inquérito civil para apurar eventuais irregularidades  cometidas  por ministros de estado no uso sem motivo válido para tanto dos aviões da FAB.
         Segundo informa o Estado de S. Paulo, o caso se acha sob a condução do Procurador Paulo José Rocha, que já encaminhou pedido de explicações à FAB.  O órgão em tela disporá de quinze dias para fornecer informações sobre as viagens, assim como as justificativas dos vôos e os custos dos deslocamentos aéreos.
         Parlamentares da oposição apresentaram representação nesse sentido, após o diário Estado de S. Paulo publicar, na segunda passada, que titulares do primeiro escalão do governo Michel Temer usaram aeronaves da FAB para ir ou voltar para suas cidades de residência, sem uma justificativa considerada adequada, nas agendas oficiais divulgadas pelas respectivas Pastas.
          Na peça enviada aos Procuradores, os Deputados e Senadores pediram também que, na hipótese de ficar comprovado o uso irregular dos voos oficiais, os Ministros de Estado respondam  por uma ação  civil pública por improbidade administrativa. 
           É de notar que de acordo com o Estado de S. Paulo, dos 24 ministros investigados, apenas três não deram margem para questionamentos da sua conduta em relação ao uso dos vôos da FAB: o titular da Transparência (antiga CGU) , Torquato Jardim,  o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen.
              O Caso revelado pelo Estadão também será avaliado  pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Segundo o presidente do colegiado, Mauro Menezes, o tema será discutido na próxima reunião, marcada para o dia 21 de novembro.
               A esse respeito, Mauro Menezes, enquanto presidente da comissão de ética pública da Presidência, deu a seguinte nota:
               "Os dados veiculados na matéria jornalística são preocupantes. Afetam os esforços de promover a economia de recursos públicos, inspirados em princípios de impessoalidade e da integridade e fomentados pelo decreto presidencial de 2015".



( Fontes: O Estado de S. Paulo; V. também meu blog: "A Farra das viagens pela FAB", de sete de novembro corrente)

Nenhum comentário: