terça-feira, 8 de novembro de 2016

Ataque contra Raqqa

                              
        Em novo desenvolvimento da ofensiva contra o Exército Islâmico, agora se lançam na direção de Raqqa, a "capital" do Exército Islâmico,  aonde reside o "califa" al-Baghdaadi, as forças árabo-curdas. Já com a progressão contra Mosul - que ameaça o contingente do Isli ali entrincheirado -  ora a coalizão sob liderança americana avança nesta segunda-feira, dia sete de novembro, no primeiro ataque frontal terrestre das forças aliadas contra a até então indisturbada (por ataques terrestres) Raqqa, considerada a capital e principal centro do Daesh (nome árabe do E.I.).
        Partindo da região norte da Síria, as forças acima avançaram cerca de doze km a partir da localidade de Saluk (80 km ao norte de Raqqa). Essa progressão se realizou a despeito de forte resistência. A porta-voz da ofensiva, Jihan Sheikh Ahmad, declarou à AFP "conseguimos apreender armas" do E.I. "e matamos muitos de seus combatentes."
         Outros combatentes contrários à facção terrorista também avançam a partir de Ayn Issa, a 50km ao norte de Raqqa.
         A operação "Revolta do Eufrates" mobiliza cerca de trinta mil soldados das Forças Democráticas da Síria, que é uma aliança anti-E.I., dominada pelos curdos, com participação de árabes e turcos.
         Todo esse contingente se beneficia  do apoio concedida pela coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, através da presença de dezenas de conselheiros militares.
          O contingente conta, também, com o apoio de aviões americanos, franceses e britânicos, que além de bombardeios tópicos, colaboram  na destruição de veículos suspeitos e de posições militares do E.I.   
           A tal propósito, o Secretário americano da Defesa, Ashton Carter, enfatizou que, como em Mosul, tampouco a batalha contra Raqqa será fácil, tendo as forças aliadas  árduo  trabalho pela frente..
            Se Moscou se mantém na retaguarda - o que não é o caso no seu apoio às forças de Bashar al-Assad no norte da Síria, notadamente nos criminosos bombardeios de Aleppo -  por sua vez Ancara deseja participar da recuperação de Raqqa, que se localiza a cem km da fronteira com a Turquia.
          Se um porta-voz da SDS,  Sello Talal,  declarou que o seu grupo havia concordado com os EUA sobre o fato de que "não haverá  nenhum papel turco", na ofensiva, poucas horas depois Washington fez saber estar "em estreito contato" com Ancara.
             A eliminação do Daesh, o chamado exército islâmico, ocorreerá sem dúvida, se mantida e consolidada a vitória estratégica do Ocidente, e dos Estados Unidos, em especial. Com a sua aniquilação,  se retirará de cena um fator desestabilizante no Oriente Médio, que exerceu um poder não-negligenciável, tanto em atentados terroristas (aviões de linha derrubados), quanto na destruição de patrimônios artísticos da Humanidade, no comércio ilegal de obras primas da Antiguidade. Também a derrota final do E. I. há de encerrar a a exploração ilegal do petróleo, bem como as missões suicidas extra-fronteiras, como as intentadas nos Estados Unidos. Além disso, tanto na Síria conflagrada, quanto no Iraque, e em outras regiões daquela área médio-oriental, e notadamente na própria Europa,  o E.I. constituía um fator  desagregador, de alta periculosidade, como os atentados de Paris e Bruxelas, com suas dezenas de mortos são o testemunho. 
                      De toda maneira, a relação acima dá uma noção - que não é decerto exaustiva - do considerável poder do Exército Islâmico, quando no auge de sua capacidade de fazer o mal, inclusive no que tange a apresar infelizes como reféns, e de condená-los muita vez a decapitações e outras mortes cruéis.



(  Fonte:  Folha de S. Paulo )

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