sábado, 5 de novembro de 2016

Ajuste é mal recebido


       Conforme fora previsto, o pacote de ajuste do Rio foi mal recebido por categorias. Servidores protestaram, assim como juízes.
       O Presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB) diz que irá empenhar-se para aprovar as propostas ainda em 2016, inclusive com a convocação de sessões extraordinárias, caso tal se faça necessário.
       Picciani é do mesmo partido do Governador, que acaba de retornar de uma longa luta contra o câncer.
       Os protestos contra o pacote de medidas começaram logo após a respectiva divulgação, com manifestação de servidores da saúde e da educação em frente da Assembléia.
       Para o Desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, presidente do Tribunal de Justiça do Estado, o pacote de medidas resultará  em inúmeras ações individuais e coletivas.
       "Algumas das medidas agridem a Constituição, inclusive atentando contra direitos fundamentais", disse o Presidente do Tribunal de Justiça.
        Como já foi referido, são 22 medidas que precisam ser aprovadas pela Assembléia e seis que podem ser implantadas por decreto do Governador. O plano se baseia sobretudo no aumento da contribuição previdenciária dos servidores, o que representaria uma receita extra de R$ 5,5 bilhões em 2017, e mais R$ 8,3 bilhões em 2018.
         Durante dezesseis meses, todos os servidores e aposentados terão que pagar contribuição de 30% para a previdência.
        "É um plano horrível e fora do momento. Está cortando um dinheiro que o servidor já não tem", reclamou o presidente da Federação das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos no Rio de Janeiro, Álvaro Barbosa. Diz ele, a propósito, que a categoria irá à Justiça, se o projeto for aprovado pela Alerj.
         "O Governo resolve a crise reduzindo o salário  do servidor, mas as isenções (fiscais das empresas) continuam. É uma covardia", disse a coordenadora do Sindicato Estadual de Profissionais da Educação, Marta de Moraes Lima.
             Os professores ameaçam parar no dia da votação do pacote. Na próxima terça, dia nove, categorias ligadas à Polícia Civil farão uma manifestação.
              "É evidente que não vamos aceitar esse pacote de maldades que tira nossa dignidade", disse o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil, Rafael Barcia.
              Por sua vez, o Presidente da Assembléia, Jorge Picciani (PMDB) disse que vai se empenhar para aprovar as propostas ainda em 2016, com a convocação de sessões extraordinárias, caso seja necessário.
             "Será uma guerra, mas o governo vai reorganizar sua base em busca de enfrentar isso. Porque não há outra solução", afirmou o Presidente da Alerj.  O próprio Legislativo terá  de se adaptar às medidas de ajuste, já que a proposta  do governo inclui um aumento na contribuição patronal de todos os Poderes, de 22% para 28%.
              Isso poderá obrigar o Legislativo e o Judiciário a promover cortes na folha salarial, já que eles estão muito próximos dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal para gastos com a folha dos servidores.
              A previdência é o principal problema das finanças do Estado, com um rombo de R$ 12 bilhões em 2016. Ela foi sustentada nos últimos anos com receitas extras, como os royalties do petróleo e depósitos judiciais, mas começou a ter problemas com a queda na arrecadação do Estado.
              "As receitas extraordinárias acabaram e quem vem financiando é o Tesouro estadual", disse a propósito o secretário das Finanças, Gustavo Barbosa.

               O Governo quer ainda adiar para 2020 os reajustes salariais negociados em 2014 com servidores da área de segurança pública, bombeiros e auditores fiscais, que seriam parcelados entre 2017 e 2019.

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