Ao examinar-se a área onde se acha o
prédio no qual o Ministro Geddel Vieira Lima tem apartamento, o escândalo tem a
ver de saída, com a situação daquela enorme construção agredindo à paisagem em
uma área histórica da Baía. Que o prefeito ACM Neto tenha autorizado, com o
aval do Instituto do Patrimônico Histórico Estadual, é coisa difícil de
entender.
Quanto ao problema entre o poderoso
ministro-chefe da Secretaria de governo, Geddel Vieira Lima e o Ministro da
Cultura, Marcelo Calero, a questão só aumenta, primo, pela atitude do Ministro Geddel, demasiado ciente da própria
autoridade, e secondo, pela reação de
Calero, que tinha razão demais, e poder de menos.
Por último, tampouco sai bem na
fotografia o Presidente Michel Temer, que se apressou em mandar informar a imprensa que o Ministro fica no cargo.
Geddel ocupa posição-chave na
Presidência, e parece a Temer importante
demais para perdê-lo em rusga aparentemente palaciana, como a presente.
Por outro lado, Eliane Cantanhêde, hoje
colunista do Estadão, nos relembra que
há outros problemas rondando o Governo Temer.
Além da crise com Geddel Vieira Lima e a revisão do PIB para baixo em 2017?
A colunista recorda também o julgamento no TSE da chapa Dilma-Temer,
além da delação premiada da Odebrecht. A par disso, Geddel está mais para
cacique do que índio: foi um dos líderes do impeachment
de Dilma e é do núcleo duro do Governo Temer.
O diagnóstico da Cantanhêde vai
adiante: a previsão do PIB de 2017 recuou de 1,6% para 1%.
Como a perspectiva do retorno dos bons tempos ficou um pouco menor, diante disso os
principais protagonistas (categorias como empresários, trabalhadores,
funcionários), o próprio Congresso e, em especial, o Governo têm pressa.
Temer tem tido boa taxa de
sucesso nas votações de Câmara e Senado,
mas já perdeu ministros de peso e amigos do peito, como Romero Jucá e Henrique
Alves, e não tem tido tanto sucesso em confirmar
que, com ele, tudo seria diferente na economia.
Sempre de acordo com Eliane
Cantanhêde, o seu grande trunfo até aqui
é a sensação de que não há alternativa. Mas Temer não poderia esticar muito
essa corda...
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário