Surpreenderá alguém que o PT seja
hoje contra o Caixa 2? Não é preciso maçar o eleitor com a lista das
irregularidades cometidas pelo Partido dos Trabalhadores, quando Lula e Dilma
empolgaram - e como! - o poder.
Hoje, depois do
percalço do impeachment (ou do golpe,
como a turma passou a chamá-lo), a lição involuntariamente ministrada pelo
partido de Lula - e não mais de Hélio Bicudo e de tantos outros militantes que
preferiram seguir outra via - repete, na verdade, muitas outras. Falta-lhe a
originalidade. Não se pode ter uma ética para os anos fora do poder e outra, para o período, seja curto ou logo, dentro do
poder.
Infelizmente, o
exemplo dado pelo partido dos Trabalhadores mostra quão relativos são os
propósitos e as promessas fora do poder.
E, de um certo
modo, a corruptibilidade das instâncias partidárias, quando submetidas aos
benefícios do mando, é um fato que apequena aos operadores políticos pela sua
incidência. As promessas grandiloquentes quando fora costumam ser, no silêncio
dos gabinetes, contrariadas e desmentidas, como se nada fora.
Na verdade, os
agentes políticos agem usualmente sob o império da contingência. Quanto estão fora de qualquer abrigo são
partidários zelosos da etica e da moralidade. Se mudam as condições, costumam
não trepidar muito em assumir outras posturas.
Vejam hoje o
exemplo do PT. Promete batalhar contra o Caixa 2. Quantas mostras deu do
contrário, quando estava empoleirado nos postos do poder? Examinem a profusão de exemplos das práticas
ora abominadas, que foram alacremente abraçadas por essa sigla.
A corrupção de
Adhemar de Barros e tantos outros anti-paradigmas do passado pode comparar-se
ao figurino lulo-petista?
Não estranha,
portanto, que o diabo vire ermitão no inverno, sobretudo aquele despojado de
qualquer abrigo sob as benesses do
poder.
( Fonte: O Globo )
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