sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Pezão e a Crise do Rio de Janeiro

                        
       A penúria do Rio de Janeiro, cujas arcas foram abertas e presumivelmente saqueadas pela turma do Cabral - e não há aqui referências proto-históricas - e a situação das contas que levou o Governador Pezão a preparar pacote extraordinário, dadas as precárias reservas do tesouro estadual, é decerto enorme e drummondiana pedra no caminho do próprio titular do cargo.
       Colunista da Folha, Marco Aurélio Canônico, escreveu ontem que "o segundo cerco ao Legislativo do Rio foi mais um indício de que a administração de Pezão está sitiada. O governador não tem mais controle sobre seu orçamento. A Justiça vem fazendo bloqueios para garantir o pagamento do funcionalismo, atrasado há meses. Perder o controle sobre os servidores muda a crise de nível. Por muito menos,  Dilma perdeu o cargo."

           Apesar de a situação do Rio de Janeiro ser grave, e se  a posição do governador Pezão não pode ser decerto comparada a de almirante a comandar esquadra em mar sereno, tampouco está por ora a atravessar os extremos que lhe vaticina o senhor Canônico.
        A fragilidade da memória não deve ser contudo levada a tais extremos.  Nesta semana, o governador saiu do hospital, onde esteve por sete meses, na sua batalha com o câncer. Esteve como interino no seu lugar o vice-governador Francisco Oswaldo Neves Dornelles.
           Reassumindo o posto, o governador e seus assessores montaram um pacote que intenta tirar o Rio de Janeiro da situação de crise financeira em que se encontra. O presidente da Assembléia do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) Jorge Picciani terá concordado a princípio com os rigores do pacote, para depois mudar de ideia, diante da reação desfavorável das bancadas.

          O impasse na tramitação gerou a crise que veio a causar, inclusive, a invasão  da Assembléia, procedimento aliás que parece generalizar-se, pois o plenário do Congresso Nacional foi também invadido por fascistóides populares.
        Dado o malogro da política de desoneração de impostos, que foi incentivada pela Administração Sérgio Cabral, assim como a derrocada nos royalties do petróleo, é mais do que compreensível a situação deficitária das contas do Tesouro estadual.  O pacote costurado pelo governador Pezão procura uma solução para a bancarrota estadual.   

          Ainda sob cuidados médicos, Pezão estaria  ainda submetido a tratamento para o linfoma não de Hodgkin. Sem embargo, reassumiu o posto, dada a gravidade da situação fiscal do Estado.
          A despeito da insistência de órgãos da imprensa  com vistas a alegada implicação  da campanha para governador de Pezão com a propina no governo Sérgio Cabral, deve-se ter presente o quanto segue:
      "Em relação ao governador atual (Luiz Fernando Pezão), em nenhum momento ele foi objeto de delação por nenhum dos executivos  da Andrade Gutierrez nem da Carioca Engenharia", afirmou o Procurador-regional José Augusto Vagos.



( Fonte: Folha de S. Paulo )            

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