Enganam-se aqueles
que consideram superado o falso problema colocado pela deliberada intervenção
no processo eleitoral do Diretor do FBI, James Comey.
Se o escopo não tenha sido plenamente
atingido, não pensem que não haja feito estragos.
Quando de sua irresponsável surgimento,
várias notícias acerca da candidata do Partido Democrata apontavam não só para
o crescimento da respectiva candidatura, assim como os coat-tails em vários estados limite, inclusive no Arizona, com o reforço
nas candidaturas de democratas que
pleiteavam cadeiras no Senado e até para a Câmara.
Havia no ar muito entusiasmo e
dinâmica, à medida que se descortinavam feitos não pequenos, que ao acenar com
perspectivas concretas, animavam a militância, assim como sacudiam o público de
simpatizantes.
De repente, em céu sereno e sem
nuvens, alguém distribuiria raios, levantando possibilidades até então sequer cogitadas
ou entrevistas.
Levantando as menções de um suposto
dever, houve deliberada intervenção no processo eleitoral, do alto
funcionário acima referido, que sob argumentos que a realidade logo começaria a
desfazer, voltara à questão dos e-mails,
desta feita de um maço desconhecido do ex-Deputado Anthony Wiener, cônjuge
separado da assessora de Hillary Clinton, Huna Abedin.
Sobre esse alto funcionário
choveriam reprimendas. Ele ignorara as advertências do Departamento de Justiça,
a que é subordinado. Também do mundo político sobre ele vieram críticas e
expressões indignadas, eis que por estranha motivação esse republicano, que o
Presidente Obama resolvera nomear para o FBI, optara por levantar suspicácias,
que além de não comprovadas, íam contra todas as regras que desaconselham tais ações às vésperas das eleições.
Nesse sentido, o próprio
Presidente Barack Obama censurou o diretor do FBI, por sua estranha e
irresponsável atitude.
No entanto, se os estragos terão
sido minorados, a ação do Diretor do FBI
cortara a força inercial da candidatura de Hillary Clinton, proporcionando incrível recuperação ao candidato republicano.
Se esta reação não perdurou, o
mal já tinha sido feito, e como na peça famosa, a calúnia algum efeito terá
surtido. Chegou-se mesmo a alvitrar que o candidato Trump lograra avançar para a dianteira, com
os previsíveis estragos nas bolsas por esse mundo afora.
Por sorte, os efeitos do mal
podem ser tão fugazes quanto assustadores. O suposto avanço de Trump logo se
dissipou, mas ter-se-á quebrado o ímpeto inercial da candidata Hillary e de um
grande triunfo que se estendesse bem além da Taprobana.
Aquela euforia democrata que
precedera a estranhíssima intervenção do diretor Comey pode até voltar, mas não
é à toa que se quebra o movimento inercial.
Esperemos, no entanto, que o mal
não prevaleça. O election day, a próxima terça-feira, dia oito de novembro, chegará afinal, e
se o triunfo de Hillary fôr grande, maior será a celebração. E como
advertem tantos nos Estados Unidos, com a
vitória grande, se encolhem os seus adversários, a que, malgrado todo o insano
maniqueísmo, o próprio malogro há de retirar-lhes as forças de contestá-la...
( Fontes: Camões, The
New York Times )
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