A característica mais
importante desta eleição é a motivação dos chamados latinos em valer-se do voto antecipado. Nunca um candidato terá
sido, ainda que involuntariamente, o principal motor da candidatura da sua
adversária.
Através de suas ameaças - com que de
resto lançara com alarde e estrondo o respectivo pleito à presidência
estadunidense - Donald Trump construíu igualmente as bases de sua derrota.
Será, se confirmado - o que tudo indica - uma das estratégias mais estúpidas na
história americana. Com efeito,
colocando-se com a bandeira anti-imigratória por meio de sua incrível muralha
ao sul, Donald Trump alcançou de imediato a liderança no campo republicano,
liderança esta que lhe garantiu despedaçar todas as regras nas primárias do Grand Old Party.
No entanto, parece ter escapado ao
novel candidato e milionário hoteleiro
que estava manejando formidável espada, que, sem embargo, dispunha de dois
gumes.
Com o primeiro ele cortava a dezena de
um grupo de ambiciosos adversários, além de outro tanto de fracos portadores de
sobrenomes importantes, no velho Partido de Lincoln que terá decerto
presenciado dias melhores.
Surpreende, por vezes, a um político
ser tomado ao pé da letra. Sua palavra, servira para o demagogo concentrar em seu
torno os esquecidos do poder, teve também o condão de ser tomada, não como
ameaça de fanfarrão, mas a palavra corrosiva e temível de um racista, que além
apresentar os irmãos mexicanos com adjetivos que escreviam em letras fumegantes
qual seria o destino dessa gente trabalhadora e que não abandona o próprio país
senão porque tangida pela miséria.
Assim, Mr Trump pode tentar
espalhar mentiras sobre a sua rival, quando sabemos todos que esse suposto
escândalo dos e-mails vai morrer a
morte predestinada a todas as ingerências de última hora, que mereceram a
censura do próprio Presidente Barack Obama.
Tudo indica que esta eleição de
2016 caminha para um feito maiúsculo, em que o grande vencedor será o Povo
Americano. Este Povo vem de muitos lugares e convive na fé de algumas
religiões. Através da sua jornada, novas terras se abriram e se desenvolveram.
De uns tempos para cá, afirmou-se a diversidade racial com símbolo não de
litígio ou de ódio, mas sim por meio de uma grande união, em que o amor à
bandeira - que a todos congrega - e o propósito de construir uma sociedade não
só grande mas equilibrada e justa deve motivar àqueles cujo principal objetivo
é o de unir para um futuro mais feliz, mais igual e mais próspero, a todos
aqueles enfim que desde muito ou desde pouco se habituaram a ver nos Estados
Unidos da América a expressão justa e sorridente da nova fronteira, da grande
sociedade e de tantos outros fatores de ligação e confraternização cuja
principal ambição é assenhorear-se do futuro, sempre mais como traço de união e
largo gesto da esperança cada vez mais realizável.
E tudo isso a candidata Hillary Clinton, do Partido Democrata,
vem trazendo, após larga caminhada, apoiada não no cajado que divide e
amedronta, mas na experiência comum de uma vida de trabalho e de estudo - dentro
da paz e pelo respectivo fortalecimento - em progressão cada vez mais justa e
humana, para todos os nossos irmãos e irmãs dos Estados Unidos da América.
( Fonte subsidiária:
The New York Times )
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