Estranha derrota de Hillary
Estão correndo abaixo-assinados nos Estados
Unidos por eleitores de Hillary Clinton que não podem engolir a sua
estranhíssima derrota no colégio eleitoral para o folclórico Donald Trump.
Por outro lado, segundo consta, a
candidata democrata teve mais de um milhão de sufrágios na votação popular. Tendo-se presente que o
seu companheiro de infortúnio - Albert Gore -obtivera maioria de quinhentos mil
no voto popular, o total da Sra. Clinton não deixa de impressionar e de motivar
muitos eleitores a se perguntarem por que com todos esses votos não poderia ser
ela a Presidente.
Estamos, no entanto, no domínio do
quase impossível, eis que o colégio eleitoral é uma disposição
constitucional. Seria difícilimo, mas não de todo impossível, derrubar tais
antigos critérios,
Sem embargo, é muito difícil aceitar
uma derrota como esta, para um candidato inferior e que nada de bom promete
para os Estados Unidos da América. Além disso,
não se deve esquecer que a maioria do Povo Americano votou em favor de Hillary,
dobrando a vantagem que outro candidato esbulhado - Albert Gore - com seus
quinhentos mil votos de vantagem sobre George W. Bush, logrando assim a vitória
no sufrágio popular.
Acusação de Hillary
Em entrevista, a candidata
democrata atribuíu a sua derrota à intervenção ilegal e de possível má-fé do
Diretor do F.B.I., James Comey. No
seu entender, foi de caso pensado, e não por erro bisonho, que esse senhor -
que é republicano - resolveu out of the
blue, contra todas as disposições das autoridades competentes, intervir
façanhadumente no processo eleitoral, levantando a questão da suposta
continuação das investigaçôes sobre os e-mails,
com as suas comunicações a todos os presidentes de comitês do Congresso.
É bem sabido que Mr James Comey -
depois de sua frase grosseira quanto à maneira em que Hillary tratara dos
famosos e-mails - voltou à carga,
diante de uma suposta possibilidade de que no computador do ex-marido de Huma
Abedin houvesse coisas que incriminassem
a Hillary. Nada havia, mas esse ir e vir terá levantado suspicácias no
eleitorado. De nada serviram as censuras
que lhe foram feitas pelo largo estamento político, eis que a sua intervenção -
afetando diretamente a front-runner para a eleição - querendo ou não
prejudicou bastante a candidata Hillary Clinton.
E, por
isso, creio oportuno, que Hillary tenha se decidido a falar e a acusar Mr James
Comey como o principal fautor da sua derrota no colégio eleitoral.
Não há negar que antes da
implementação dessa intervenção branca no processo eleitoral americano -
desaconselhada tanto pelo Departamento de Justiça, a que é subordinado esse
inquieto republicano, quanto pelo estamento político de Washington - havia
grande euforia no campo democrata, com o marcado avanço da candidata em estados
como Nevada e Carolina do Norte, em que tudo levava a crer poderia igualmente
arrebatar.
Pois foi esse movimento inercial
que a intervenção descabelada (e desautorizada pelas autoridades competentes e
pela tradição constitucional) lograria o triste feito de confundir muitos
eleitores e cortar a grande força inercial de que desfrutava naquele instante
Hillary Clinton.
Parece-me, por
conseguinte, de toda oportunidade que
Hillary venha a público para pôr o nome aos bois, e mostrar que sofreu um golpe
branco de autoridade que agiu na contra-mão da tradição republicana e do bom
senso.
A
Farra do Judiciário carioca
É incrível o peso a que está
submetido o erário do Estado do Rio de Janeiro por conta dos chamados benefícios.
Nesse campo, a cousa é de levantar os
cabelos e de se perguntar por que diabos se chegou a esse verdadeiro
descalabro.
Este blog se ocupou, como é sabido, da
situação precária do Tesouro do Rio de Janeiro, em função de duas crises que
operaram conjuntamente: o desabamento das quotações do petróleo (e da
consequente perda no orçamento carioca dos proventos originários da exploração
petrolífera, dadas as vantagens de que dispunha o Estado por sua localização
geográfica, próximo dos poços de
exploração submarina da Petrobrás).
Na segunda crise de que padece o
Estado, a crise financeira se acentuou
com a má-gestão das rendas tributárias,
dada a estranhíssima tese defendida por um ex-governador, que tanto abaixou os
impostos - supostamente para aumentar as rendas estaduais, por caminhos de
difícil entendimemnto - que veio a surgir uma enorme crise no Erário do Rio de
Janeiro.
Depois de oito meses de combater
contra grave doença, o Governador Fernando Pezão voltou a assumir, com o
intúito de recuperar as mais do que combalidas finanças do Estado. Como elas
estão, os leitores do blog já tiveram uma idéia pela amplitude das medidas de
reparação que o Plano Pezão concebia.
A princípio, o presidente da
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) prometeu tudo ou
quase tudo. Mas esse senhor que já tem dois filhos no Congresso Nacional,
quando tomou o seu banho de povo - não de todo agradável, eis que até invasão
da Alerj ocorreu - voltou atrás, dizendo que não, quando antes dissera Sim.
Pezão é um governador sério - que
está lutando ainda contra uma séria doença - mas que resolveu voltar do
hospital (onde esteve internado sete meses), para tentar pôr um termo na
situação caótica e de grave desequilíbrio do orçamento estadual.
Decerto, tal tarefa não é
facilitada pelo descalabro com as despesas
somente com benefícios, concedidos ao Judiciário. Abaixo transcrevo,
para que se tenha idéia da gravidade do problema, no que tange aos vencimentos
de Suas Excelências:
*
os Juízes terão R$4,3 mil mensais para moradia; Servidores do Judiciário
ganharão R$ 1.052 para os estudos de cada filho; e Funcionários do Ministério
Público Estadual poderão gastar até R$ 825 por mês com refeições.
( Fontes: O
Globo; The New York Times)
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