domingo, 27 de novembro de 2016

Colcha de Retalhos D 48

                    

Ganhos ilegais de prefeitos               

        Mais do que triste, é inadmissível que prefeitos do interior de um Nordeste paupérrimo se locupletem com salários em níveis estratosféricos, que chegam a superar os R$ 30 mil para o próximo mandato.
        A concessão de tais vencimentos só pode ser explicada pela mistura da canalhice e da exploração descarada de uma população em geral analfabeta e miserável.
         O Globo, em sua oportuna reportagem, identificou  cidades em pelo menos quatro estados (Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul), cujas Câmaras Municipais estão dando "reajustes" aos Prefeitos  de até 66% , fazendo com que os vencimentos superem os R$ 30 mil!
        Para que tal descaramento seja possível, deve-se imaginar o nível da população, que será na maioria analfabeta, e sem qualquer conexão com a realidade brasileira.
        Pois, por mais descarada que seja a exploração da população local por esses indivíduos, verdadeiros parasitas da corrupção desvairada, é difícil de imaginar que aí prevaleçam condições que recordam a antiga Índia, em termos de disparidades acintosas de renda.
        É preciso que os poderes estaduais dessas unidades federativas - se lhes resta vergonha na cara - tomem providências severas para cortar com essa acintosa e deslavada exploração do camponês pelas otoridades municipais. Porque um salário desses, aprovado pelos edis reunidos, não sai do nada. Ele pressupõe doses cavalares de conivência com essa corrupção explícita, em que se explora cínica e afrontosamente comunidade miserável, que deveria merecer melhor sorte.
As Isenções do Cabral
          Os investimentos do Estado do Rio de Janeiro em segurança, saúde, educação e assistência social, de  2009 a 2015 (período de Sérgio Cabral na governança do Estado), ficaram muito aquém dos incentivos fiscais, de acordo com o Tribunal de Contas e o Ministério Público estaduais.
           Não foi por acaso que se maquinou essa estranhíssima política de isenções com que as empresas deixassem de recolher R$ 166,7 bilhões de ICMS aos cofres estaduais.
           Nos quatro setores essenciais, os gastos totalizaram R$ 117,7 bilhões. Segundo o Governo estadual, a renúncia teria sido de R$ 46,5 bilhões.
           Que ela foi altamente lesiva para os cofres do Estado, não há a menor dúvida. Que as entidades corporativas favorecidas venham com loas a esse tipo de política antifiscal (pelo descalabro fiscal que determina) tampouco deve surpreender.
             Essa matéria já foi de forma bastante exaustiva analisada pelo  blog, com o que contou com os trabalhos acurados do Ministério Público estadual, que apontam o que o Estado deixou estranhamente de ganhar, assim como a falta de contra-partidas para essa estranhíssima anti-política fiscal.

Centenário do Samba

            Comemora-se agora o centenário do Samba, lançado nos fonógrafos da época com a composição Pelo Telefone, que é tratada no segundo Caderno do jornal O Globo de hoje, e na Ilustrada, da Folha de S.Paulo.
           A história desse ritmo tão brasileiro e carioca quanto o samba será contada pelo biógrafo de Getúlio Vargas, Lira Neto, que deverá lançar o primeiro dos três volumes sobre a aventura do ritmo, pela Companhia das Letras.


( Fontes:  O Globo,  Folha de S. Paulo )       

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