quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O estranho caso de Renan Calheiros

            
         O Globo de hoje dedica uma coluna ao estranho caso do Senador Renan Calheiros. Como se sabe, quando foi o Senador pelas Alagoas reconduzido à presidência do Senado, as poucas cerimônias alusivas à respectiva posse tiveram o comparecimento de manifestantes. Essa juventude buscava então expressar a própria revolta pelo retorno à curul presidencial de Sua Excelência, tendo-se presentes a respectiva ficha e os escândalos que o haviam cercado no passado.
         A presença de alguns jovens que protestavam contra o seu retorno à presidência do Senado causou algum desconforto à Sua Excelência, que procurou abreviar a cerimônia, fazendo com que a sua revista da guarda fosse feita do modo mais rápido possível.
        Os jovens brasilienses eram um grupo de gatos pingados que de algum modo logrou chamar a atenção, quando da cobertura da dita cerimônia no noticiário televisivo da Globo, em especial pela impressão um tanto farsesca que a solenidade feita às carreiras por Renan  transmitiu através da chamada telinha. O desconforto expresso por Sua Excelência era tanto que deu à cerimônia um imprevisto ar chaplinesco.
       A presença de Renan à frente do Senado Federal tem continuado impávida por diversos anos. O número de processos que contra ele existem no Supremo continua, no entanto, a aumentar. Segundo informa artigo de O Globo, ele "não é réu em ação penal, embora responda a onze inquéritos no STF".     
        Por motivos ignotos do comum dos mortais, desde muito o Senador das Alagoas os vem acumulando. No tempo de Dilma Rousseff, ele gozaria da proteção da Presidenta, para o que contaria com o silente apoio de outros altos figurões.
         Apesar dos escândalos por ele provocados, que aqui não cabe desenvolver, tais questões se foram multiplicando, posto que não por ação de algum pregador. Por vezes, Renan não trepida em alçar-se em assuntos importantes, porém de dúbia repercussão, como no projeto para supostamente coibir abusos de autoridade, o que têm levantado muitas sobrancelhas, pelo que pode atrapalhar, entre outras, a Lava Jato.
            Como se verifica pelo artigo em O Globo, o Supremo deverá tomar uma decisão não espontaneamente (sponte sua) mas por causa de ação movida pela Rede, que pede afastamento do cargo  de quem estiver na linha sucessória  e virar réu.
            Muito oportuna a ação do partido de Marina Silva. Segundo transpirou, vários ministros consideram possível a permanência de Renan no cargo, pela circunstância de não ser réu em questão penal. De qualquer forma, é questão indigesta, que força as colocações de Suas Excelências os Senhores Ministros, e que tende a tornar mais difícil o perdurar de  situação anômala como a presente.


( Fonte:  O  Globo )

Nenhum comentário: