O Globo de hoje dedica uma coluna ao
estranho caso do Senador Renan Calheiros. Como se sabe, quando foi o Senador
pelas Alagoas reconduzido à presidência do Senado, as poucas cerimônias
alusivas à respectiva posse tiveram o comparecimento de manifestantes. Essa
juventude buscava então expressar a própria revolta pelo retorno à curul
presidencial de Sua Excelência, tendo-se presentes a respectiva ficha e os
escândalos que o haviam cercado no passado.
A presença de alguns jovens que protestavam
contra o seu retorno à presidência do Senado causou algum desconforto à Sua
Excelência, que procurou abreviar a cerimônia, fazendo com que a sua revista da
guarda fosse feita do modo mais rápido possível.
Os jovens brasilienses eram um grupo de
gatos pingados que de algum modo logrou chamar a atenção, quando da cobertura
da dita cerimônia no noticiário televisivo da Globo, em especial pela impressão
um tanto farsesca que a solenidade feita às carreiras por Renan transmitiu através da chamada telinha. O
desconforto expresso por Sua Excelência era tanto que deu à cerimônia um
imprevisto ar chaplinesco.
A presença de Renan à frente do Senado
Federal tem continuado impávida por diversos anos. O número de processos que
contra ele existem no Supremo continua, no entanto, a aumentar. Segundo informa
artigo de O Globo, ele "não é réu em ação penal, embora responda a onze
inquéritos no STF".
Por motivos ignotos do comum dos
mortais, desde muito o Senador das Alagoas os vem acumulando. No tempo de Dilma
Rousseff, ele gozaria da proteção da Presidenta, para o que contaria com o
silente apoio de outros altos figurões.
Apesar dos escândalos por ele
provocados, que aqui não cabe desenvolver, tais questões se foram
multiplicando, posto que não por ação de algum pregador. Por vezes, Renan não
trepida em alçar-se em assuntos importantes, porém de dúbia repercussão, como
no projeto para supostamente coibir abusos de autoridade, o que têm levantado
muitas sobrancelhas, pelo que pode atrapalhar, entre outras, a Lava Jato.
Como se verifica pelo artigo em O
Globo, o Supremo deverá tomar uma decisão não espontaneamente (sponte sua) mas por causa de ação movida
pela Rede, que pede afastamento do cargo
de quem estiver na linha sucessória
e virar réu.
Muito oportuna a ação do partido de
Marina Silva. Segundo transpirou, vários ministros consideram possível a
permanência de Renan no cargo, pela circunstância de não ser réu em questão
penal. De qualquer forma, é questão indigesta, que força as colocações de Suas
Excelências os Senhores Ministros, e que tende a tornar mais difícil o perdurar
de situação anômala como a presente.
( Fonte: O Globo )
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