segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

O Ministro Barroso intima o DGPF Segovia


                   

        Diante de declarações  do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, em entrevista a Reuters, que sugeriam que a tendência da Polícia Federal  era recomendar o arquivamento do inquérito que apura o chamado Decreto dos Portos - que tem  o Presidente Michel Temer entre os investigados - o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, determinou que o diretor-geral da Polícia Federal  fosse intimado para prestar esclarecimentos.
         Na manhã de sábado, o Diretor-Geral da PF enviou uma primeira mensagem por WhatsApp a colegas do Sindicato  de Delegados da Polícia Federal do DF, no qual diz que apenas emitiu uma "opinião pessoal". "Em momento algum falei que a investigação vai ser arquivada. Falei que o delegado Cleyber (Malta Lopes)  tem total independência na condução das investigações. Disse que ele está fazendo uma cabal apuração de todos os fatos. Infelizmente, dei uma opinião pessoal no final da entrevista. Se pareceu que havia uma intervenção, foi por causa do reporter que deu a interpretação que quis ao conjunto da entrevista", afirmou Segovia na mensagem.
         À Reuters, o diretor da PF também havia dito que poderia abrir investigação interna para apurar a conduta do delegado Cleyber Malta Lopes. O motivo seriam os questionamentos enviados a Temer no caso do decreto.  Na ocasião, a defesa do presidente disse que as perguntas colocavam em dúvida a "honorabilidade e a dignidade pessoal" do Presidente.
           Em uma segunda mensagem enviada ontem aos colegas, às 9h10, Segovia afirmou que iria "publicar uma nota de esclarecimento à imprensa, onde será  reafirmada a independência e o respeito ao DPF" e que Cleyber "pode reafirmar que jamais houve ou haverá interveniência da DG  em qualquer investigação na PF".
            Além de Temer, são investigados no inquérito o ex-assessor  da Presidência Rodrigo Rocha Loures, o presidente da Rodrimar, Antonio Grecco, e o diretor da empresa Ricardo Mesquita.
             Em seu despacho, o Ministro Luís Roberto Barroso assim se expressou: "Tendo em vista que tal  conduta, se confirmada, é imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal, determino a intimação do delegado para que preste os esclarecimentos que lhe pareçam próprios".  Barroso também pediu que o Ministério Público Federal tome providências "que entender cabíveis".

( Fonte: O Estado de S.Paulo )

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