Diante de declarações do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando
Segovia, em entrevista a Reuters, que sugeriam que a tendência da Polícia
Federal era recomendar o arquivamento do
inquérito que apura o chamado Decreto dos Portos - que tem o Presidente Michel Temer entre os
investigados - o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso,
determinou que o diretor-geral da Polícia Federal fosse intimado para prestar esclarecimentos.
Na manhã de sábado, o Diretor-Geral da
PF enviou uma primeira mensagem por WhatsApp a colegas do Sindicato de Delegados da Polícia Federal do DF, no
qual diz que apenas emitiu uma "opinião pessoal". "Em momento
algum falei que a investigação vai ser arquivada. Falei que o delegado Cleyber
(Malta Lopes) tem total independência na
condução das investigações. Disse que ele está fazendo uma cabal apuração de
todos os fatos. Infelizmente, dei uma opinião pessoal no final da entrevista.
Se pareceu que havia uma intervenção, foi por causa do reporter que deu a
interpretação que quis ao conjunto da entrevista", afirmou Segovia na
mensagem.
À Reuters, o diretor da PF também
havia dito que poderia abrir investigação interna para apurar a conduta do
delegado Cleyber Malta Lopes. O motivo seriam os questionamentos enviados a
Temer no caso do decreto. Na ocasião, a
defesa do presidente disse que as perguntas colocavam em dúvida a
"honorabilidade e a dignidade pessoal" do Presidente.
Em uma segunda mensagem enviada
ontem aos colegas, às 9h10, Segovia afirmou que iria "publicar uma nota de
esclarecimento à imprensa, onde será
reafirmada a independência e o respeito ao DPF" e que Cleyber
"pode reafirmar que jamais houve ou haverá interveniência da DG em qualquer investigação na PF".
Além de Temer, são investigados no
inquérito o ex-assessor da Presidência
Rodrigo Rocha Loures, o presidente da Rodrimar, Antonio Grecco, e o diretor da
empresa Ricardo Mesquita.
Em seu despacho, o Ministro
Luís Roberto Barroso assim se expressou: "Tendo em vista que
tal conduta, se confirmada, é imprópria
e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal,
determino a intimação do delegado para que preste os esclarecimentos que lhe
pareçam próprios". Barroso também
pediu que o Ministério Público Federal tome providências "que entender
cabíveis".
( Fonte: O Estado de S.Paulo )
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