quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Maduro precisa ser derrubado


                    

      O afastamento da realidade não é um detalhe eventual ou circunstancial. Que governo como o de Nicolás Maduro venha a posar de democrata, através da formalização da respectiva candidatura à reeleição no Conselho Nacional Eleitoral é mais do que um escândalo jurídico e político.  Tampouco é original em que apresente três candidatos amestrados como supostos rivais na campanha: são o "dissidente" Henri Falcon, o pastor  Javier Bertucci  e Reinaldo Quijada, chavista afastado do Governo. 
            Os ditos "chavistas", na verdade a corja de Maduro que proibiu todo e qualquer candidato com carisma e consequente possibilidade de prevalecer, em pleito honesto e não o embuste que o regime Maduro quer instrumentalizar para fingir-se de democrata, tudo isso constitui um acinte e desrespeito ao Povo da Venezuela, de que muitos de seus habitantes vêm tomando a estrada do exílio por necessidade vital.
            Na minha carreira diplomática vivi alguns anos no México, no qual o PRI dispunha de três dóceis partidos que se prestavam ao teatro de fingir concorrerem contra o grêmio oficial, de onde saía o chamado tapado, que era o candidato do PRI já ungido na prática antecipadamente como o próximo presidente de México.
             Na verdade, a atual Venezuela é cruel caricatura de  ditadura corrupta e incompetente, que está condenando milhares e milhares de pessoas, seja a emigrarem para os países vizinhos - como é o caso de Brasil e Colômbia -, mas também fecha os olhos quando seus generais, oficiais e soldados são forçados a recorrerem aos hospitais de nossa terra, para terem  tratamento de urgência que a latrodemocracia venezuelana de hoje não mais está em condições médicas e farmacológicas de realizar nos antigos, hoje despojados hospitais venezuelanos.
              Bem sei que se as Nações Unidas fossem determinar que os seus países-membros  sejam democracias, surgiria sério problema quanto ao número de países representados. No entanto, mesmo em tais condições, o que Maduro está realizando se trata de um crime de lesa-humanidade contra a sua própria gente.
              Dá-me engulhos, portanto, que esse bestial arremedo de democracia seja acatado ainda por países, diante do inusitado delito que o ditador Nicolás Maduro irá encenar, malgrado todas as ações, na realidade crimes que está praticando contra seu povo, condenado à fome e à consequente miséria, nessa  mortandade lenta e sádica que  um país sem remédios, com hospitais imprestáveis,  e as decorrentes condições de falta de qualquer  higiene para que esses infelizes, já depauperados e sem a medicação necessária (sem falar da subnutrição de país devastado pela hiperinflação) tentem arrastar-se aos países vizinhos, em busca de comida e de remédios.
              Por muito menos, o México, apesar das tentativas de reformadores de última hora, não pôde conservar o corrupto regime do  PRI (partido republicano institucional), e aquela falsa democracia para inglês ver não tardaria a ser sucedida por um novo ambiente e  nova atmosfera.
                Parece-me estranho que líderes como Zapatero possam se prestar a esta encenação. Gostaria de ler na imprensa hodierna que tal apoio não corresponde à verdade.   Nada que ajude Maduro - seja pela presença e a aparência de que, de alguma forma, se está dando ares de respeitabilidade democrática a um tirano que não se peja a coonestar com a própria presença o desastre ético e humano da Venezuela hodierna - tudo isso deve ser evitado e da forma mais pronta e cabal possível.
                Que carrascos como Nicolás Maduro e toda sua quadrilha sejam isolados e banidos.  As vítimas desse pútrido regime exigem punição,  e o quanto antes  melhor, para que esse Povo sofrido se livre dos pulhas que se vestem de branco, e se apropriam de o que não lhes pertence.

( Fontes:  O Estado de S. Paulo;  Shakespeare )             

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