Cristiane Brasil, deputada federal
pelo PTB, e filha de Roberto Jefferson, que no passado
integrara a chamada tropa de choque de Collor,
vem tendo a posse impedida no Ministério do Trabalho, para a qual foi
nomeada pelo Presidente Michel Temer, por uma série de decisões liminares de
juízes, acionados por advogados trabalhistas.
Cristiane divulgou, ontem,
segunda-feira, nota pela qual declara
estar sofrendo uma "campanha difamatória", que busca impedir - e o
tem até agora - a sua posse no Ministério do Trabalho. Segundo Cristiane, ela tem "a ficha
limpa" e reclamou pelo fato, segundo ela, de estar sendo "julgada
política e não juridicamente".
Assinale-se, a propósito, que desde
que foi confirmado o nome de Cristiane Brasil pelo presidente Michel Temer, um
grupo de advogados trabalhistas busca impedir a posse da deputada com ações na
Justiça. A sequência de decisões desfavoráveis levou parlamentares do PTB a
cogitarem outra indicação para o Ministério do Trabalho.
Não tem ajudado a posse de Cristiane
Brasil várias circunstâncias que deporiam contra a sua investidura. Assim, a Procuradoria Regional Eleitoral do
Rio vai analisar se houve coação de servidores da Prefeitura do Rio na fala de
Cristiane, durante a campanha eleitoral de 2014, quando ela era secretária
municipal. Em reunião, perante
servidores da Secretaria Especial de Envelhecimento da Prefeitura, da qual ela
era a titular, declarou, que se ela não se elegesse os servidores perderiam o
emprego "no outro dia".
As declarações polêmicas da filha de Roberto
Jefferson não páram por aí.
Segundo o Estado de S. Paulo, desde 2010 Cristiane é investigada por associação ao tráfico. Segundo o
inquérito, que depois de passar pela Polícia Civil do Rio, e remetido ao MP
estadual e depois à Procuradoria Geral da República - Cristiane e
assessores participaram de suposto acerto com traficantes de
Cavalcanti, na Zona Norte do Rio. O
objetivo? garantir que apenas o candidato a deputado estadual Marcus
Vinicius (PTB) pudesse fazer campanha na
região. Por outro lado, O Globo mostra
que Cristiane foi a candidata mais
votada para a Câmara nas seções eleitorais
de Cavalcanti.
Foi a presidente do Supremo
Tribunal Federal, Cármen Lúcia, quem proferiu a última decisão desfavorável ao
governo Temer e à sua indicada para o Ministério do Trabalho. Com efeito, na madrugada de 22 de janeiro
último, horas antes da posse de Cristiane, Cármen Lúcia suspendeu temporariamente o ato para analisar a
decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que havia permitido que a
deputada em tela fosse empossada.
Mesmo nessas circunstâncias - e
conhecida já a disposição de parlamentares do PTB a cogitarem de outra
indicação para o Ministério do Trabalho - a presidência da república preferiu
manter a estratégia de aguardar a decisão da Presidente do STF sobre a posse.
No caso, o discurso é que, no caso em tela, o importante não é o nome indicado
para o cargo, mas sim a prerrogativa do Presidente da República de nomear seus
ministros. Segundo um interlocutor direto do governo, "o centro da questão
é política e não de Direito".
O próprio pai, Roberto Jefferson,
declarou que bancada apóia sim, a nomeação da parlamentar, apesar de vários
deputados terem ressaltado nos últimos dias que estão preocupados com o
desgaste para o partido.
Já para o ex-deputado,
condenado no Mensalão, a nomeação da filha como ministra do Trabalho
está "nas mãos de Deus". E
acrescentou para o Globo: "Não falo
mais neste assunto".
(
Fontes: O Globo; O Estado de S. Paulo )
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