A administração Trump já entrou em seu
segundo ano de governo, e continuam ainda as lutas internas entre os seus altos
funcionários. Tais dissídios se prolongam, em combates intestinos que se podem
resumir em disputas de poder.
Essa falta de concordância interna
espelha uma administração torcida não pelo interesse da Nação (segundo visto
sob a orientação do suposto chefe da casa, i.e.,
o Presidente Donald Trump), mas pelo que aparenta ser pela sede respectiva de
domínio da informação e, por conseguinte, do poder que ela traz consigo.
Esses microcosmos que se agregam pela
disputa respectiva de poder muita vez não se traduzem em administrações que tenham
por presente o interesse da Nação acima referido, mas por grupos e grupelhos
que seguem os diferentes objetivos de seus respectivos líderes.
Como nos ensina Toynbee, na sua filosofia da História, o que faz forte uma Nação ou Império é o
consenso generalizado sobre o interesse comum. Essa missão é decerto facilitada
se o líder respectivo mostrar condições de exercer um poder abrangente,
coerente e fundado em premissas que gozam do indispensável consenso, o qual,
dependendo do carisma, intelecto e orientação do chefe de todos os chefes, terá
a força, a clareza e a óbvia
unicidade para a sua realização.
Assim como o seu ministério, que em
muitos titulares tende a abusar da mediocridade, também o que se depara no
gabinete lato presidencial é a falta daquela unicidade e da consequente coesão
que são atributos sine qua non de uma Administração proficiente e, por
conseguinte, que prime pela eficácia e a capacidade de estudar, esboçar, e
examinar as respectivas opções administrativas, doutrinárias e executivas, não
como facetas de uma luta pelo poder pessoal,
mas voltadas para a implementação de projeto amplo e orgânico de
filosofia de governo, submetido ao imperativo do interesse supremo da Nação
americana.
Na verdade, o que se vê nesta Casa
Branca é governo que não parece imantado por uma filosofia coerente ad usum dos Estados Unidos, mas sim
coalizões oportunistas entre os altos funcionários como o chief of staff da
Casa Branca, John F. Kelly, e o
Assessor Sênior do Presidente, Jared
Kushner, cuja ambição de poder semelha apoiar-se mais na própria situação
familial, do que nos critérios usualmente empregados para elevar às mais altas
responsabilidades as principais autoridades de uma Administração presidencial.
Existe no entorno do 45º presidente uma atmosfera de Corte, e não de
Administração da República.
(Fontes: The New York Times, A Study of History, de
Arnold Toynbee)
Nenhum comentário:
Postar um comentário