Não são só as frases, mas também a
expressão fisionômica do governador Pezão que evidenciam a falta de comando e a
alienação de quem deveria estar à frente da operação.
As expressões fisionômicas dos
principais personagens na ação para salvar o Rio de Janeiro, substituindo-se ao
governador já são demasiado gráficas para que muitas palavras careçam de ser
ditas.
A velha expressão portuguesa nos
recorda que quem não tem competência, não se estabelece. Pezão, saído de uma
longa internação batalhando séria doença, voltou para assumir a cadeira deixada
vazia pelo ex-governador Sérgio Cabral. Este literalmente jogara fora uma clara
capacidade de liderança, embaído pelos fáceis, enganosos atrativos de rápido,
ilícito enriquecimento, valendo-se de um momento por ele julgado propício,
Cabral jogou fora uma liderança e uma perspectiva de alicerçar um promissor
futuro político.
O auxiliar não estava claramente à altura, e o demonstrou cabalmente ao assumir o governo do Rio de Janeiro.
É difícil dizer se a intervenção
federal constitucional, a cargo do Exército vai funcionar. Há precedentes que
recomendam cautela. No entanto, a
população tem confiança no remédio ora tentado.
Como não se tem alternativa, as vozes
oportunistas da crítica corrosiva e apriorista,
devem silenciar, para que se dê oportunidade aos encarregados da magna
tarefa de fazer o que não foi feito. De nada serve, a crítica negativa, do tipo
clássico: hay gobierno? soy contra!
A oposição sistemática, além de
burra e negativista, é mau-caráter, pois até os cegos vêem, neste momento, que
não há outra saída. Pezão tem que sair de cena, eis que a sua assunção, diante
deste desafio, criou um vazio desastroso, de que os bandidos - e como os há
nesta muy leal cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro! - se aproveitaram às
tripas cheias.
Apenas um pé de página para o triste, tétrico
papel do prefeitinho do Rio de Janeiro. A cada mensagem sua pela televisão,
mais ele se desmoralizava. Concorre com
Pezão em termos de falta de um mínimo bom senso: é inacreditável que o Prefeito da Cidade Maravilhosa se mande
no Carnaval, aludindo a receitas milagrosas para o campo da segurança, campo
que seja dito de paso, não lhe
concerne. E nos fala com aquele seu falso tom confiado, pois parece coisa de
maluco que o Prefeito, na sua maior hora, que é a do Carnaval no Rio de
Janeiro, desapareça da Sapucaí para ir às Europas (como é seu vezo), e ainda
por cima para ser desacreditado por autoridade a quem visitara, que fez questão
de esclarecer que a sua presença ali não era oficial, como tentara fazer passar. Isto tudo sem falar no abandono do pessoal da
Baixada, com as casas alagadas pelo lodo e o esgoto (e os pobres moradores do lugar tem de
rezar para que os intrusos fiquem só nisso). Será que vai aparecer por lá, com
esse seu jeitão de confiado e espertalhão?
Pobre Rio! Com um governador incapaz e prefeito que se crê o mais esperto da paróquia!
( Fonte: O Globo )
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