sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Nova guerra no Oriente próximo ?


                      
        Espera-se nova guerra no Oriente Próximo. Só que será uma luta armada sob comissão e sem piedade. Travada entre os territórios do Libano e de Israel, na verdade implicará em conflito parcialmente dirigido à distância, a que se agregam velhos rancores e ingredientes tecnológicos e culturais, que se traduzirão em embates raciais, a que aos preconceitos se unirão reagentes de toda sorte, em que à alteridade se contrapõem ódios antigos e modernos, e cujos fins se refletem em olhos injetados, de forças descontroladas carregados, e que no combate  ideológico se entranham, possuídos que são por instintos e poderes, que vão além, muito além das coléricas explosões, que julgam dominar, mas que em verdade lhes toldam a mente, e delas são efêmeras criaturas, metásteses malditas que séculos e milênios atravessam, na atroz incapacidade que a raiva cega alimenta e atiça, e que através dos séculos, décadas e anos avança, e através de páramos, precipícios e abismos neles se compraz, incapazes que são de pausas, seja de minutos, dias, séculos ou milênios, enquanto arremetem, carregados por poderes que dizem desprezar mas que os dominam,   alimentado por múltiplos, diabólicos e malévolos fatores diversos, em que ao preconceito racial e temporal se unem reagentes enviados de longe, pela memória do tempo nutridos, por toda áspera sorte espicaçado, por imagens, visões, odores, e  miasmas envolvidos, enquanto a si próprios se consomem em ódios fétidos e iracundos, que em nada se deleitam e a tudo ambicionam, no maldito carrossel por outros empurrado e a que detestam no espelho maldito que lhes põem por diante, para sempre condenados a encararem, por miasmas cercados, o pote desgraçado onde todas as poções recendem e a que estão para sempre entrelaçados por ódios iracundos e pela maldita cercania que nos esgares desdentados os condenam e nos mestos, distorcidos, agressivos gestos e num só rancor se consomem e a tais extremos levam, que se tal odium vissem em poça de águas negras espelhado, e a que o poeta antigo em tais turvas águas mergulhar ousasse, ou padeceria a sorte madrasta do mergulhador de Paestum, ou se debateria em malévolos, malignos sufocados risos, para sempre condenado à miserável sorte que entre si se votam, do imo fundo das próprias entranhas, os dois campeões inimigos, enquanto lenta, sinuosa e áspera como a areia grossa das fétidas correntes de águas sem nome nem destino os vá levando, envolvendo e sufocando com o ar quente e pegajoso que nos baixios sulfurentos de um lodo que não tem fundo, para sempre os arrasta e placidamente sufoca, enquanto para sempre os condena à falta de toda a esperança, no claustrofóbico poço em que lhes será vertida a poção maldita dos ódios infindáveis a cuja ingestão se condenaram, nos dias sem conta em que rolarão sob as vistas turvas dos seres infernais que os deparam através das córneas imutáveis, a que a ausência do tempo despojou de toda e qualquer sensibilidade. Para eles fica apenas a provação de se descobrirem examinados por bestas sem sentimento mas entradas nas profundezas da memória.  

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