Desperta estranhável consternação que o
juiz Moro, a quem o Brasil associa à
Lava-Jato, e à sua severidade republicana,
se venha a valer também do auxílio
moradia da questionável liminar do Ministro Luiz Fux, até hoje
preservada por uma conjunção de interesses.
Desaponta deveras, que o juiz Sérgio
Moro, de que vi muitos brasileiros levarem em alva camiseta o próprio retrato, se associe à fila de os que recebem tal prebenda
que até hoje perdura, mesmo para quem reside na cidade onde já dispõe de
moradia própria!
Reportei-me em passada crônica aos
marajás do Judiciário, que se prevalecem dessa dadivosa liminar, para que a
Ministra Cármen Lúcia, com todas as suas palavras no sentido da moralização da
Justiça, ainda não encontrou tempo para colocar na pauta a fim de que o Tesouro
brasileiro se livre afinal dessa sárcina, tão ilegal, quanto inútil.
Ao invés de suas
palavras, em que lamenta este ou aquele olvido que a lentidão do
patrimonialismo tem acalentado, permito-me sugerir o que, por estranhos motivos, teima não aparecer na pauta do Supremo como faz
tempo já devera.
Tais penduricalhos não aparecem no
contracheque dos aposentados e dos infelizes que estão dependentes do miserável Tesouro carioca, esvaziado por ladravazes
como Sérgio Cabral, e por outros
seus discípulos, que, com pontuais liminares assinadas por quem não se peja em
dar-lhes o próprio nome, escapam da cadeia onde há muito deveriam estar. Estes
se prevalecem de transporte ruim, entregue às máfias, que engordam à cada passo com estranhas
benesses que, na verdade, são arrancadas de aposentados e de gente pobre, em
proveito das cadeias de favores que infestam o transporte público.
O sistema de transporte público já se dilacera diante de o que
estão fazendo com os veículos de transporte rápido, que deveriam entrosar-se
com o metrô. O que se vê, no entanto, é a criminosa falência desse transporte
rápido, o que retira do usuário todo o conforto possível, eis que a mala vita chega ao cúmulo de lotear os
trechos que literalmente explora. Um
prefeito que já faz muxoxo em dar condições ao Carnaval, festa ancestral do
brasileiro e uma das poucas alegrias que ao Povão se consentem, se expõe à suspeita de prevaricação se nada faz para impor o público cuidado ao VTR,
que, ao invés, é escandalosamente partilhado por toda sorte de bandidos que
infestam o Estado, e que 'arrecadam' fundos que deveriam subsidiar o tesouro municipal.
E, assim, a
gente pobre, que direitos os tem, pois também paga impostos, é defraudada desses magros direitos, submetida que é a esquálidas, abusivas
condições de transportação, que, em geral, ao gado se reservam, e tudo isso lhe cai nas costas
porque a prefeitura dá a impressão de
não ter forças para reprimir toda essa sorte de abusos. (a continuar!)
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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