domingo, 11 de fevereiro de 2018

Penduricalhos para juízes: menos 360 mi de imposto!



        Desperta estranhável consternação que o juiz Moro, a quem  o Brasil associa à Lava-Jato, e à sua severidade republicana,  se venha a valer também do auxílio moradia da questionável liminar do Ministro Luiz Fux, até hoje preservada por uma conjunção de interesses.
         Desaponta deveras, que o juiz Sérgio Moro, de que vi muitos brasileiros levarem em alva camiseta o próprio retrato,  se associe à fila de os que recebem tal prebenda que até hoje perdura, mesmo para quem reside na cidade onde já dispõe de moradia própria!
         Reportei-me em passada crônica aos marajás do Judiciário, que se prevalecem dessa dadivosa liminar, para que a Ministra Cármen Lúcia, com todas as suas palavras no sentido da moralização da Justiça, ainda não encontrou tempo para colocar na pauta a fim de que o Tesouro brasileiro se livre afinal dessa sárcina, tão ilegal, quanto inútil. 
          Ao invés de suas palavras, em que lamenta este ou aquele olvido que a lentidão do patrimonialismo tem acalentado,  permito-me sugerir o que, por estranhos motivos,  teima não aparecer na pauta do Supremo como faz tempo já devera.
        Tais penduricalhos não aparecem no contracheque dos aposentados e dos infelizes que estão dependentes do miserável  Tesouro carioca, esvaziado por ladravazes como Sérgio Cabral, e por outros seus discípulos, que, com pontuais liminares assinadas por quem não se peja em dar-lhes o próprio nome, escapam da cadeia onde há muito deveriam estar. Estes se prevalecem de transporte ruim, entregue às máfias,  que engordam à cada passo com estranhas benesses que, na verdade, são arrancadas de aposentados e de gente pobre, em proveito das cadeias de favores que infestam o transporte público.
            O sistema de transporte público já se dilacera diante de o que estão fazendo com os veículos de transporte rápido, que deveriam entrosar-se com o metrô. O que se vê, no entanto, é a criminosa falência desse transporte rápido, o que retira do usuário todo o conforto possível, eis que a mala vita chega ao cúmulo de lotear os trechos que literalmente explora.  Um prefeito que já faz muxoxo em dar condições ao Carnaval, festa ancestral do brasileiro e uma das poucas alegrias que ao Povão se consentem, se expõe à suspeita de prevaricação se  nada faz para impor o público cuidado ao VTR, que, ao invés, é escandalosamente  partilhado por toda sorte de bandidos que infestam o Estado, e que 'arrecadam'  fundos que deveriam subsidiar o tesouro municipal.
          E, assim, a gente pobre, que direitos os tem, pois também paga impostos, é defraudada desses magros direitos, submetida que é a esquálidas, abusivas condições de transportação, que, em geral, ao gado  se reservam, e tudo isso lhe cai nas costas porque a prefeitura dá a impressão  de não ter forças para reprimir toda essa sorte de abusos. (a continuar!)                 

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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