quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Os leguleios e o fim da ditadura


                       
             Desde que Maduro transforma a Corte Suprema em tribunal de leguleios, braço jurídico da ditadura chavista, só mesmo os cegos se recusam a crer na curva fatídica do chavismo, transformada a Corte Suprema em último bastião da ditadura, encarregada pelo ditador do trabalho sujo de aleijar aos poucos o que de democracia restara. 
              Contornado ilegalmente o "recall", Maduro safou-se à própria maneira de ser apeado do poder pelo Povo. Cinicamente, manda cassar mandatos legislativos, para inviabilizar qualquer deposição por via legal. Dessarte, principia a usar, ou melhor, distorcer o 'poder' do dito Tribunal Supremo, que transforma no atual covil jurídico, sempre pronto a desempenhar-se dos trabalhos sujos que lhes passa o ditador.

              Sem dar-se conta da ruína que o cerca, e como a débil Assembléia Legislativa ainda lhe crie problemas, resolve inventar o monstrengo da Constituinte de los barrios (favelas),  que, desrespeitando todas as normas, mandara eleger sem qualquer maioria, preferindo a segurança de sistema europeu que para ele inventa os votos necessários. Para essa Constituyente de fancaria, na prática, dispensa o quorum e reúne autêntico aborto, que para ele preside a servil e histriônica Delcy Rodriguez.

                Se é certo o destino final de Nicolas Maduro, restam dúvidas apenas no que tange a como terminará. Se pagará in totum o mal que fez na própria terra que conspurcou, ou se será empurrado para algum inferno que não seja dantesco, porque não faz por merecer nem o fim de messer Brunetto. De toda maneira, para quem se cercou mal - e basta elencar-lhe os favoritos para que mala vita e droga sorriam o largo, desdentado, sorriso que na pútrida desfaçatez lhes prefigure o próprio fim - torpe, terrível, turbulento, e ... trágicomico. Como promotor, thanatos exige que seja comensurável à sua visão existencial, mas  não se pode tampouco descontar que apodreça os próprios dias em fétida masmorra, para a qual já se reservam visitas aos camaradas de governo, que poderão, se assim o desejarem, lá também apodrecer, ao lado do compañero, a quem verterão as consuetas lágrimas de crocodilo.  

(Fontes:O Estado de S.Paulo;Dante & the limits of the Law, Justin Steinberg)

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